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MG e SP ainda são nós do palanque de Lula na corrida pelo Planalto

Nas próximas semanas, o PT se debruçará sobre um mapa de alianças com o objetivo de definir toda a agenda de viagens do ex-presidente

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Imagem da mão de Lula acenando aos apoiadores
1 de 1 Imagem da mão de Lula acenando aos apoiadores - Foto: Reprodução/Redes sociais

Mesmo após fechada a janela partidária, na última sexta-feira (1º/4), as alianças em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não estão completas.

O ex-presidente, que será lançado candidato do PT à Presidência da República, tem se empenhado nas conversas para finalizar os palanques nos estados e conseguido resolver pendências, mas as dificuldades nos dois maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas Gerais, permanecem.

Os dois estados do Sudeste são estratégicos, e, por isso, nem o PT nem os possíveis aliados nessas disputa concordam em arredar o pé de suas aspirações nas chapas. Em São Paulo, a disputa se dá com o PSB; em Minas Gerais, com o PSD, partido comandado por Gilberto Kassab.

“Desmoronamento da terceira via”

Coordenador do plano de governo de Lula, o ex-ministro Aloizio Mercadante, aponta que as conversas estão bem encaminhadas e que Lula já conseguiu grande parte do que se propôs a fazer no sentido de consolidar seu nome.

“Lula já consolidou a aliança com o PCdoB e com o PV, que fazem parte da nossa federação. Com o PSB, está consolidada a aliança que terá Alckmin como vice, além da aliança com Rede, PSol e Solidariedade. E sentimos que há amplos setores do MDB e do PSD que já manifestaram que vão apoiar o Lula”, listou.

“Estamos unificando a esquerda e setores de centro, porque não é só uma eleição. Trata-se da defesa do estado democrático de direito e da democracia”, destacou.

Para Mercadante, as dificuldades de articulação da chamada terceira via são muito grandes, o que ficou evidenciado nas ameaças de desistências de pré-candidatos, como João Doria (PSDB) e Sergio Moro, que trocou o Podemos pelo União Brasil – e pode ser forçado, na nova sigla, a concorrer a deputado federal, não ao Planalto.

“Esse ‘desmoronamento’ do centro vai abrir mais espaço para a consolidação do presidente Lula. Temos aí lideranças democráticas que não abrem mão desse compromisso”, disse, citando como exemplo o ex-governador Geraldo Alckmin.

“Alckmin representa o que teve de melhor na história do PSDB, que é a luta democrática. Hoje se filiou ao PSB para estar com Lula como vice-presidente”, enfatizou.

São Paulo

A costura com o PSB deve voltar a ocorrer na próxima semana, com Lula e com o auxílio do ex-governador Geraldo Alckmin, que deverá oficializar-se como vice na chapa do petista no próximo dia 8 de abril, em um evento organizado pelos dois partidos, em São Paulo.

A oficialização da aliança no plano nacional, no entanto, ocorre sem uma definição da chapa em São Paulo. Um dos nomes cogitados pelo PT para compor a chapa do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad é o do ex-prefeito de Campinas e atual presidente do PSB em São Paulo, Jonas Donizette.

A tarefa de convencer Marcio França a desistir da disputa com Haddad, nome endossado por Lula ao Palácio dos Bandeirantes, tem mobilizado mais petistas e pode envolver até a promessa de pastas importantes em um eventual governo de Lula.

Além de oferecer prioridade para o PSB na escolha da vaga de vice ou ao Senado em SP, ofertas ainda recusadas por França, há quem fale no PT em dar ao PSB a gestão do futuro Ministério das Cidades, pasta que comandará políticas habitacionais e obras de infraestrutura em cidades por todo país.

Há cerca de um mês, França chegou a se reunir com Lula e propôs uma definição com base em pesquisas a serem realizadas no mês de maio, comparando cenários possíveis com o oferecimento de seu nome e o de Haddad.

Minas Gerais

Em Minas Gerais, o congestionamento no palanque de Lula se dá pela vaga ao Senado. Lula já chegou a chamar a atenção publicamente dos petistas mineiros, considerando que foi um erro do partido ter decidido, em 2020, lançar candidato contra a reeleição de Alexandre Kalil (PSD).

Agora, o PT decidiu estar no apoio a Kalil para o Palácio da Liberdade, mas insiste em lançar ao Senado o deputado federal Reginaldo Lopes, atual líder da bancada na Câmara.

O agora ex-prefeito tem outro nome: o do senador Alexandre Silveira (PSD), que assumiu recentemente o mandato no Senado, após a saída de Antônio Anastasia para o Tribunal de Contas da União (TCU).

“O prefeito Kalil é um palanque provável nosso. Lula tem dialogado com ele”, disse Mercadante.

Kalil, por sua vez, fez aceno ao PT, chamando para a vaga de vice o atual presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PV). O que se tem até o momento é esse aceno.

De acordo com petistas ouvidos pelo Metrópoles, o próprio ex-presidente tratará nos próximos dias com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, dessa aliança, com o objetivo de já preparar uma ida ao estado. A data da viagem, no entanto, ainda não está marcada.

Entre petista, a possibilidade de se ter dois candidatos ao Senado na mesma aliança não está descartada, e é encarada como uma hipótese plausível. Nesse caso, Lula compareceria ao estado para lançar o nome de Reginaldo Lopes, e Kalil ficaria responsável por defender Alexandre Silveira.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, o leque de alianças de Lula está parcialmente resolvido, com o apoio a Marcelo Freixo (PSB) na corrida pelo governo estadual dado na última semana pelo ex-presidente. Lula, no entanto, lançou o atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), ao Senado.

Esse movimento excluiu o deputado Alessandro Molon (PSB), nome do partido ao Senado. Para petistas, o ex-presidente poderá chegar a um acordo com o PSB de ter os dois nomes ao Senado, sem, necessariamente, repetir a tarefa de comparecer ao estado exclusivamente para apoiar Ceciliano.

“O máximo que pode acontecer é o Lula não se meter no Rio. Há muitas formas de se fazer uma campanha e dar um apoio. Uma coisa é o Lula falar que apoia Ceciliano, outra coisa é ir lá fazer agenda”, disse um dirigente da legenda ao Metrópoles.

Outros palanques

Petistas também não descartam a possibilidade de que Lula ainda tenha outros palanques no Rio. “Isso vai acontecer muito”, disse o dirigente petista.

Essas e outras variantes estarão em um mapa que o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) está elaborando para apresentar a Lula na próxima semana.

O trabalho aguardou o fim do prazo de filiação de quem disputará eleições neste ano para ser concluído e, de acordo com a legenda, servirá de base para que se possa debater sobre cada estado ao longo desse mês de abril.

No Ceará, um só palanque para Lula e Ciro

A composição de chapa no Ceará tem uma situação inusitada, mas longe de ser considerada uma disputa entre o PDT de Ciro Gomes e o PT de Lula. Os dois possíveis candidatos estão em uma mesma chapa para a sucessão de Camilo Santana (PT-CE), que renunciou ao mandato na quinta-feira (31/3), mas sem indicar um sucessor.

Já se sabe que o cabeça de chapa sairá de quatro nomes do PDT: o deputado federal Mauro Benevides Filho; o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão; o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio; e a vice-governadora Izolda Cela, que assumiu o cargo deixado por Camilo, na manhã de quinta.

A aliança entre PT e PDT é antiga no estado, e rendeu dois mandatos a Camilo, que era um quadro dos governos de Cid Gomes, irmão de Ciro.

Camilo, por sua vez, será candidato ao Senado.

Rio Grande do Sul

Entre as informações constantes no mapa, há, por exemplo, a possibilidade de que o partido aceite as exigências do PSB em relação ao Rio Grande do Sul, onde os socialistas querem lançar o nome do ex-deputado Beto Albuquerque ao Palácio Piratini.

Nesse caso, o PT sacrificaria, em nome da aliança, os planos de lançar a candidatura do deputado estadual Edegar Pretto, que já se colocou como pré-candidato e tem trabalhado na montagem de coordenações de pré-campanha por todo estado.

Há duas semanas, Edegar Pretto convidou a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) para compor sua chapa como candidata ao Senado. Manuela, que foi candidata a vice de Haddad em 2018, ainda não respondeu ao convite.

Espírito Santo

O mesmo pode ocorrer com o Espírito Santo, onde o senador Fabiano Contarato migrou da Rede para o PT, a convite de Lula, e lançou seu nome na disputa, uma candidatura contrária ao do atual governador, Renato Casagrande (PSB), que quer disputar a reeleição.

Em caso de abrir mão da candidatura de Contarato, o PT nacional cogita a hipótese de reivindicar a vice para o partido. Seria a única vice que o partido disputaria em todo país.

Consenso na Bahia e em outros estados

Na Bahia, a aliança com o PSD e o MDB é considerada consolidada. O atual governador, Rui Costa, lançou Jerônimo Rodrigues como seu candidato, em uma grande festa com a presença de Lula. Na chapa, estão o senador Otto Alencar (PSD) como candidato à reeleição e o emedebista Geraldo Júnior, presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, como candidato a vice-governador.

No Maranhão, o PT apoiará Carlos Brandão (PSB), vice de Flávio Dino (PSB), que assumiu o cargo após a renúncia do governador. Dino, por sua vez, será candidato ao Senado.

Há consenso também no Piauí, onde a chapa petista também conta com vice do MDB. Wellington Dias renunciou ao mandato na quinta-feira (31/3) para concorrer a uma vaga no Senado, passando o cargo para sua vice, Regina Sousa (PT).

O candidato será Rafael Fonteles, ex-secretário da Fazenda do governo de Dias. A chapa terá como candidato a vice o emedebista Temistocles Filho, deputado estadual e atual presidente da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi).

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Ex-presidente Lula participa de encontro Internacional Democracia e Igualdade na UERJ, durante passagem de compromissos políticos no Rio
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