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Reeleição, orçamento secreto, Roberto Jefferson e STF: veja a entrevista de Bolsonaro ao Metrópoles

O presidente da República, Jair Bolsonaro, concorre à reeleição no pleito deste ano. Segundo turno ocorre no domingo (30/10)

atualizado

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Presidente é Bolsonaro entrevistado pela jornalista Lilian Tahan, do portal Metrópoles. Ambos estão sentado em salão amplo do palácio da Alvorada e o presidente fala gesticulando - Metrópoles
1 de 1 Presidente é Bolsonaro entrevistado pela jornalista Lilian Tahan, do portal Metrópoles. Ambos estão sentado em salão amplo do palácio da Alvorada e o presidente fala gesticulando - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Nesta segunda-feira (24/10), a seis dias do segundo turno das eleições, o Metrópoles entrevistou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

O mandatário do país falou sobre pesquisas eleitorais, orçamento secreto, ataque a tiros e granadas que o ex-deputado Roberto Jefferson fez contra policiais federais, reajuste de servidores e pandemia, entre outros temas.

A entrevista foi conduzida pela diretora-executiva do grupo Metrópoles, Lilian Tahan, ao vivo, no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.

Veja a entrevista na íntegra e, abaixo, a transcrição dos principais pontos:

Segundo turno

Ao ser questionado se tem condições de reverter a vantagem de 6 milhões de votos de Lula no primeiro turno, Bolsonaro atribuiu o resultado a levantamentos sem credibilidade.

“Alguns milhões de votos foram em função das pesquisas mentirosas, que foram mentirosas agora, como foram mentirosas em 2018. Tivemos participação muito ativa nos debates, que viraram sabatina, com ausência dele [Lula]. A nossa dita militância é consciente”, afirmou.

O titular do Palácio do Planalto ainda ressaltou que tem apoio de diversos segmentos da sociedade: “Temos apoio enorme em setores como os evangélicos, os católicos, no agronegócio, na segurança, nas Forças Armadas… As pessoas que se preocupam e entendem o risco de perdermos a nossa liberdade, e esse somatório de coisas nos dá certeza de que o resultado será diferente no dia 30”.

Pesquisas

Bolsonaro voltou a dizer que não confia em pesquisas, mas ressaltou que sua equipe faz trackings [consulta de monitoramento] para aferir as intenções de votos.

“O pessoal passa as minhas trackings. A gente está num empate técnico. Mas eu sempre digo: não podemos confiar em pesquisas. Todas as pesquisas jogam contra mim desde 2018. Não foi diferente agora. Os maiores institutos davam vitória para o outro lado no 1º turno, e isso não aconteceu”, disse.

O presidente continuou: “Na militância nossa, a participação é muito mais ativa. Temos agora engajamento de governadores, como de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, Mato Grosso, Amazonas, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de prefeitos. Fiz reunião com mais de 600 prefeitos de Goiás. Os governadores e prefeitos querem estar conosco, porque nos últimos dois anos nós mandamos recursos para os lugares certos”.

Orçamento secreto

O chefe do Executivo nacional disse que, se reeleito, pretende articular mudança na regra de distribuição de recursos das emendas de relator-geral (RP-9), o chamado orçamento secreto.

“Com o novo parlamento, que ficou muito mais para o centro-direita, pretendo negociar no ano que vem, se eu for reeleito, obviamente, a extinção deste dito orçamento secreto”, afirmou.

 

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A entrevista, feita na segunda-feira (24/10), foi transmitida ao vivo pelo Metrópoles
Bolsonaro também defendeu a atuação do governo durante a pandemia de Covid-19
Bolsonaro e a diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan
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Bolsonaro vê trunfo contra inelegibilidade

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A entrevista, feita na segunda-feira (24/10), foi transmitida ao vivo pelo Metrópoles

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Bolsonaro também defendeu a atuação do governo durante a pandemia de Covid-19

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O presidente disse que, segundo pesquisas internas, ele e o rival, Lula, estão tecnicamente empatados

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Bolsonaro disputa o segundo turno das eleições presidenciais contra o ex-presidente Lula

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O presidente Jair Bolsonaro

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Lilian Tahan, diretora-executiva do Metrópoles, entrevista Bolsonaro

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Roberto Jefferson

Nos últimos fatos relacionados ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) – que xingou a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), atirou e jogou granadas contra a Polícia Federal antes de se entregar –, Bolsonaro frisou que não aprova as atitudes do petebista e disse que não entende por que as pessoas o associam ao ex-parlamentar.

“Falou besteira no tocante à ministra Cármen Lúcia, chamando de um palavrão esquisito, comparando a essas pessoas [prostitutas]. Houve a prisão, ele resolveu reagir e atirou em policiais. Para mim, quem atira em policial, o tratamento dispensado tem que ser de bandido. Tão logo aconteceu, conversei com o ministro Anderson Torres, da Justiça; determinei que ele fosse ao aeroporto mais próximo e disse que a prisão de Roberto tinha que ser feita o mais rápido possível”, assinalou.

Para o mandatário, Roberto Jefferson tinha tudo para “continuar sua batalha por liberdade”. “Agora, quando ele atira e lança granada, ele perdeu completamente a razão e vai responder por tentativa de homicídio. Lamento, mas não posso concordar com isso”, acrescentou.

STF e TSE

O candidato à reeleição falou sobre os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

Bolsonaro afirmou que já apresentou pedido de impeachment contra Moraes, que foi arquivado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG): “Considero que, da minha parte, está esgotado esse assunto“. Sobre Cármen Lúcia, o candidato lamentou o ataque feito à ministra pelo ex-deputado Roberto Jefferson.

O titular da República também disse que “houve alguns excessos” de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde o ministro atua como presidente.

“Isso foi crescente. Páginas desmonetizadas; pessoas que achavam que iam ser presas saindo do Brasil; prisão de um parlamentar que falou besteira, ninguém nega isso, e depois prisão de 8 anos e 9 meses e uma condenação de 9 anos. E foi numa crescente até que o PT entrou com ação no TSE pedindo medidas para censurar a Jovem Pan. O TSE resolveu acolher isso daí”, pontuou.

Reajuste de servidores

Ao abordar o tema economia, Bolsonaro falou sobre os impactos da pandemia de coronavírus no bolso de aposentados e servidores públicos.

“Não precisa acreditar em mim nem em Paulo Guedes, mas não acredite em fake news. Vão acreditar em Janones? Em Lula? O Paulo Guedes falou, lá atrás, em possível desindexação. Daí, não fazem outra pergunta, acaba por ali, e aí não, ele vai diminuir o valor do salário mínimo. Não é assim. O Paulo Guedes declarou, logo depois, que vai dar reajuste acima da inflação para o salário mínimo. Falou também no tocante aos servidores, que estão há três anos sem reajuste. Estão por quê? Por causa da pandemia”, disse.

“Você sabia que, durante a pandemia, veio uma proposta lá do Rodrigo Maia para gente? Ele queria dar corte em 25% no salário de todos os servidores. Eu fui contra. Fomos pelo congelamento por dois anos. Se tivesse cortado os 25% lá atrás, não teria recuperado os 25% ainda. Agora, foi congelado por dois anos. Tiveram sua cota de sacrifício, e, segundo o Paulo Guedes, dono do dinheiro, vai dar reajuste acima da inflação para o mínimo, aposentados e servidores”, acrescentou.

Assédio na Caixa

Quando questionado sobre as denúncias de assédio sexual e moral supostamente cometidas por Pedro Guimarães enquanto este atuava como presidente da Caixa, Bolsonaro afirmou que não viu “nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher“.

“Desconheço a vida particular dele. Eu conheço enquanto presidente da Caixa. Fez um excelente trabalho lá dentro. Virou um incêndio enorme em poucas horas. Chamei, conversei com ele e optei pelo afastamento, e foi prontamente aceito por ele. Não faço parte do Poder Judiciário. Não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher… Vi depoimentos de mulheres que sugeriram que poderia ter acontecido”, declarou.

Pandemia

O presidente voltou a defender a gestão federal durante a pandemia de coronavírus. O candidato à reeleição disse que o governo “acertou” com as medidas adotadas no período da crise sanitária.

“Criamos o auxílio emergencial, o Pronamp, para que milhões de empregos não fossem destruídos. Eu fiz a minha parte. Ouso dizer que talvez eu tenha sido o único chefe de Estado no mundo que estava no caminho certo”, afirmou.

Na sequência, o atual titular do Planalto acrescentou: “Esse verdadeiro pavor que a grande mídia levou para a população foi péssimo. Nós quase naufragamos na economia. Daí o cara falava: ‘Está preocupado com a economia e não com a vida’. Qual vida existe sem economia, meu Deus do céu?”.

“Alguns falam: ‘Ah, não comprou a Pfizer’. Repito: não tinha para vender. E a Pfizer tinha algo esquisito. No contrato, dizia que qualquer efeito colateral eles não se responsabilizariam por aquilo. E quem seria o responsável? Eu. Eu errei falando virar jacaré. Usei figura de linguagem, e o pessoal me massacrou. Mas o que é efeito colateral? Qualquer coisa anormal”, pontuou.

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