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Mario Frias e Eduardo Bolsonaro partem para cima dos irmãos Weintraub

Provocações do ex-ministro da Educação, que tenta liderar uma rebelião ultraconservadora, finalmente causaram reação na cúpula bolsonarista

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Mario Frias, secretário de Cultura
1 de 1 Mario Frias, secretário de Cultura - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Curtidas do secretário especial de Cultura, Mário Frias, em postagens no Twitter desencadearam mais um capítulo da crise na extrema direita brasileira. O bolsonarismo mais radical está rachando após perder espaço no governo federal e nos planos eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus “novos” aliados, os caciques do Centrão.

Frias, que se recupera da Covid-19 e está isolado em casa, apertou no botão de “coraçãozinho” de postagens de uma tuiteira crítica à rebelião comandada pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, incluindo uma sugerindo que ele deverá ser preso “em breve”. Foi o suficiente para o ex-ministro e seu irmão, o ex-assessor presidencial Arthur Weintraub, atacarem o ex-colega de governo na tarde desta quinta-feira (20/1). Veja:

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O secretário de Cultura então reagiu, primeiro curtindo postagens que zombavam do “chilique” dos irmãos Weintraub e depois com uma série de postagens de próprio punho, também no Twitter. Veja a primeira:

Além de chamar os ex-membros do governo de “oposição sonsa”, Frias emendou: “Estão nela há mais de um ano, com indiretinhas cínicas e meias palavras. São tão medrosos que não têm coragem de falar abertamente meu nome, apenas postam o print com fotinha da curtida. Querem falar de curtidas? Vocês estão há um ano curtindo todo lixo de perfil com postagem chamando o presidente de frouxo, traidor e coisas piores, enquanto você e seu irmão desfrutam dos altos salários dos cargos em que o presidente da República os colocou”.

Weintraub, que chegou ao Brasil no último sábado para tumultuar a tentativa de Bolsonaro de unir sua militância em torno da candidatura do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, ao governo de São Paulo, tem salário de mais de R$ 100 mil por mês como diretor do Banco Mundial desde junho de 2020, quando deixou seu ministério após ficarem públicos os insultos seus aos ministros do STF.

Arthur ganhou um cargo na Organização dos Estados Americanos (OEA), e os dois só têm esses empregos garantidos até este ano. No Brasil, tentam viabilizar candidaturas à revelia de Bolsonaro e têm feito reiteradas críticas ao acordo do presidente com o Centrão.

Logo após Frias desabafar, o deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, retuitou as postagens do secretário e também disparou contra os ex-aliados. “Todo este tempo que nós engolíamos sapos na verdade era a chance para eles se corrigirem, mas nada foi feito. Então agora está aí tudo às claras”, escreveu o parlamentar, que passa férias nos Estados Unidos. Veja:

As postagens de Frias e Eduardo Bolsonaro põem fim a uma frágil trégua proposta por conselheiros do presidente que vem sendo seguida por ele. Apesar de indignado com os ataques de Weintraub e outros ex-aliados, como o ex-chanceler Ernesto Araújo, Bolsonaro tem permanecido calado.

O cálculo político era aguentar as críticas de militantes que acham que Bolsonaro não é radical o suficiente e reconquistar o apoio deles na época da eleição presidencial, sobretudo num eventual segundo turno.

Agora, o plano foi por água abaixo com a reação do filho do presidente e de um de seus mais leais auxiliares no governo, e os próximos capítulos têm tudo para ser explosivos.

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