Lula vê Brasil como “biruta de aeroporto”: “Presidente não governa”
Ex-presidente afirmou que Jair Bolsonaro (PL) está perdido e “não sabe governar”, além de criticar sigilos impostos pelo oponente
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta sexta-feira (16/9), o governo de Jair Bolsonaro (PL). O candidato petista ao Palácio do Planalto afirmou que o Brasil é como uma “biruta de aeroporto” – mecanismo de tecido que vai de um lado para o outro para orientar os pilotos em relação à direção do vento.
“O país está como uma bússola sem o seu magnético, como uma biruta de aeroporto, porque o presidente não governa. Não governa porque não sabe governar, não conversa porque não sabe conversar, então ele vive de fake news”, disse Lula.
A declaração foi dada pelo ex-presidente durante entrevista com a imprensa, em Porto Alegre (RS). Lula tem na agenda um comício na cidade.
“As pessoas têm que saber que a gente pode divergir de forma civilizada. Agora, os milicianos que se apoderaram desse país criaram um comportamento na sociedade a ponto de agredir jornalista, desafiar as pessoas, ofender a Suprema Corte”, afirmou.
“E mais do que isso: pela primeira vez na história do Brasil nós estamos vendo um presidente da República não cuidar do orçamento, que é a função dele. Ele virou refém do orçamento secreto. Se o maldito é tão bom, não deveria ser secreto.”
Lula voltou a afagar o agronegócio, ao afirmar que não tem preconceito para com o setor. “Eu acho que esse país pode plenamente conviver uma forte agricultura familiar com um forte agronegócio. Um planta mais para exportar e um para o mercado interno e pode viver tranquilamente”.
Veja:
“Eu não tenho preconceito contra o agronegócio”, diz @LulaOficial em Porto Alegre.
Candidato a presidente pelo PT afirmou que agricultura familiar e agronegócio podem “conviver tranquilamente”.#Eleicoes2022 pic.twitter.com/qO0TxmzEhR
— Metrópoles (@Metropoles) September 16, 2022
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Sigilo de 100 anos
Durante sua fala, Lula ainda criticou os decretos de sigilo de 100 anos feitos por Bolsonaro. O presidente impôs sigilo de 100 anos em seu cartão de vacina em meio à pandemia de coronavírus, quando ele questionava a eficácia e a segurança dos imunizantes.
Além disso, Bolsonaro também colocou sigilo em informações como os crachás de acesso ao Palácio do Planalto emitidos em nome dos filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro.
Durante o seu governo, a Receita Federal também impôs sigilo de 100 anos no processo que descreve a ação do órgão para tentar confirmar uma tese da defesa do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, sobre a origem do caso das “rachadinhas”.
“Eu vou revogar todos os decretos de sigilo de 100 anos. Eu quero saber o que tem de tão escondido que você decreta quando a CPI investiga o trabalho do governo na compra da vacina e descobre que tinha uma quadrilha de corrupção. O que ele faz? Decreta sigilo de 100 anos para o ministro amigo dele, para investigação da rachadinha, da denúncia contra os filhos”, disse Lula.
“Na minha vida, não tem decreto de sigilo. Na minha vida, seja meu filho ou meu adversário todos serão tratados com o mesmo direito. Se fizeram o bem, ótimo. Se fizeram a coisa errada, serão punidos. Não haverá tapete na sala presidencial para esconder corrupção. Não haverá pasta cor de rosa. E muito menos haverá sigilo.”