Lula sugere mandar Bolsonaro à Ucrânia: “Pra resolver o problema lá”
O petista ironizou a viagem do presidente brasileiro à Russia e também fez críticas à ONU: “A geografia política do mundo mudou”
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou um tom irônico para criticar a ida do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Russia uma semana antes da invasão da Ucrânia. O petista sugeriu que o atual chefe do Executivo federal seja enviado ao país europeu “para resolver o problema lá”.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Lula, que é pré-candidato do PT ao Planalto, acusa o atual presidente de contar mentiras e espalhar fake news com o intuito de passar a ideia de que foi à Russia com uma “missão”.
“Ou seja, até hoje a gente não sabe o que ele foi fazer lá. Mas, de qualquer forma, essa questão da guerra é uma coisa delicada, é uma coisa complicada, que a gente não pode aceitar isso”, disse Lula.]
A humanidade não precisa de guerra, o povo precisa de paz, emprego, renda e educação. pic.twitter.com/SUZRJVrmyk
— Lula (@LulaOficial) March 1, 2022
“Aliás, parece até uma piada. Bolsonaro foi lá dizendo que ia resolver a paz e agora eu acho que é importante a gente mandar ele lá para a Ucrânia para ver ser ele consegue resolver o problema lá”, ironizou o ex-presidente.
Críticas à ONU
Lula ainda criticou a falta de pluralidade nas decisões tomadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) que, segundo ele, acaba por minar a representatividade da instituição. Ele defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da entidade.
Ele ainda afirmou que a entidade demorou a tomar providências para evitar a guerra. “Por que não convoca em caráter emergencial uma assembleia para discutir essa questão da guerra, por que fica apenas entre quatro ou cinco pessoas que se acham do mundo, que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU?”, questionou.
A crítica de Lula, no entanto, não levou em consideração a realização, nesta terça-feira (1°/3), da reunião emergencial da Assembleia Geral da ONU para discutir o assunto.
Lula também defendeu uma maior participação de países da África, da América Latina e da Índia, ao lado da Alemanha e do Japão, nas decisões.
“É importante ela (ONU) lembrar que a geografia política do mundo mudou, é preciso colocar mais países para participar das Nações Unidas, do Conselho de Segurança. Não pode ser apenas cinco países que participaram da Segunda Guerra Mundial”, afirmou.