Lula sobre ministérios: “Não vou sentar na cadeira antes de ganhar”
Candidato foi questionado se já decidiu a configuração ministerial de um eventual mandato e se colocaria a senadora Tebet em alguma pasta
atualizado
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O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que não pretende divulgar a estrutura do primeiro escalão do governo, caso ganhe as eleições de 2022, antes de ter vitória confirmada no segundo turno. Em entrevista à radio Mix FM de Manaus (AM), nesta quarta-feira (26/10), o candidato justificou que tem como prioridade vencer nas urnas e não quer criar “animosidades”.
Questionado sobre a participação da terceira colocada no primeiro turno, Simone Tebet, na campanha e se ela seria atribuída como titular de algum ministério em um eventual mandato, Lula evitou cravar nomes.
“Eu não vou sentar na cadeira antes ganhar. Depois que ganhar, eu vou começar a discutir ministério. Porque se antes eu indicar alguém, eu vou arrumar animosidades. Não está na hora de anunciar nada, está na hora de ganhar eleições”, respondeu.
O petista defendeu que ainda vai conversar com a sigla da candidata, o MDB, e que está muito agradecido pelo trabalho que ela vem fazendo durante a campanha.
“Eu não posso dizer que ela vai ser ministra, porque eu estaria precipitando uma coisa que eu não quero precipitar. A minha equipe não está formada. Eu não quero nem comentar o que tenho pensado, porque quero primeiro ganhar as eleições. Vamos votar”, completou.
Lula e Jair Bolsonaro (PL) anunciaram, durante a campanha, que pretendem mudar a configuração ministerial caso sejam eleitos. Enquanto o postulante à reeleição admitiu que pode trazer de volta pastas incorporadas, o petista evita citar nomes, mas distribui propostas para uma série de órgãos do primeiro escalão.
O ex-presidente defendeu a volta de todas as pastas extintas após a saída do partido do governo – à época do governo Dilma, eram 32. Entre as pastas anunciadas, o petista falou em criar um Ministério dos Povos Originários e da Micro e Pequena Empresa, além de trazer de volta os órgãos de Segurança Pública, Indústria, Mulher e Igualdade Racial.
O petista também foi questionado sobre a recente declaração de que a gestão dele não seria um governo do PT. Ele justificou a fala explicando que, durante mandatos anteriores dele, participaram do governo nomes que não eram do partido.
Ele também citou os apoios que tem recebido de outras legendas, inclusive de políticos, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSDB), a deputada eleita Marina Silva (Rede) e a própria senadora Simone Tebet (MDB).
Cenário fora da curva
O cenário de polarização política também foi comentado durante a sabatina. Em resposta, o candidato defendeu que o pleito deste ano trata-se de eleições “anormais”.
“Estamos em uma eleição anormal porque temos um cidadão anormal governando este país. Além de ser anormal, ele criou um determinado ódio neste país que não existia em todas as eleições”, completou.