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Lula se reaproxima de advogados que fizeram acordos com a Lava Jato

Segundo presentes ao jantar com o petista, Lula e os advogados não tocaram no assunto das delações da força-tarefa

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Divulgação/ Ricardo Stuckert
Lula e Alckmin em POA 1
1 de 1 Lula e Alckmin em POA 1 - Foto: Divulgação/ Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, tem feito uma série de encontros com o setor empresarial nas últimas semanas. Em alguns jantares, tem se deparado com uma situação inusitada: a aproximação de advogados que atuaram em antigos acordos de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato, força-tarefa que o investigou e o condenou à prisão.

As condenações de Lula foram invalidadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou o coordenador da extinta operação, o ex-juiz Sergio Moro, imparcial no julgamento do petista.

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De origem simples, Lula se mudou para São Paulo com a família quando ainda era criança. Na infância, trabalhou como vendedor de frutas e engraxate
Mais tarde, tornou-se auxiliar de escritório, foi aluno do curso de tornearia mecânica no Senai e, tempos depois, passou a trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerda
Em 1966, Lula começou a trabalhar em uma empresa metalúrgica. Em 1968, filiou-se ao Sindicado de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1969, foi eleito para a diretoria do sindicato da categoria
Durante a ditadura militar, liderou a greve dos metalúrgicos e foi preso, cassado e processado com base na lei vigente à época. Foi justamente nesse período que a ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores surgiu
Para formar a sigla, juntou representantes de movimento sindicais, sociais, católicos e intelectuais. Lula se tornou o primeiro presidente do PT. Durante a redemocratização, foi um dos principais nomes do Diretas Já, e no mesmo período, iniciou a carreira política
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Luiz Inácio Lula da Silva, nascido em 1945, é um ex-metalúrgico, ex-sindicalista e político brasileiro. Natural de Caetés, no Pernambuco, foi o 35º presidente do Brasil

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De origem simples, Lula se mudou para São Paulo com a família quando ainda era criança. Na infância, trabalhou como vendedor de frutas e engraxate

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Mais tarde, tornou-se auxiliar de escritório, foi aluno do curso de tornearia mecânica no Senai e, tempos depois, passou a trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerda

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Em 1966, Lula começou a trabalhar em uma empresa metalúrgica. Em 1968, filiou-se ao Sindicado de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1969, foi eleito para a diretoria do sindicato da categoria

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Durante a ditadura militar, liderou a greve dos metalúrgicos e foi preso, cassado e processado com base na lei vigente à época. Foi justamente nesse período que a ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores surgiu

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Para formar a sigla, juntou representantes de movimento sindicais, sociais, católicos e intelectuais. Lula se tornou o primeiro presidente do PT. Durante a redemocratização, foi um dos principais nomes do Diretas Já, e no mesmo período, iniciou a carreira política

Reprodução/YouTube
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Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo e, em 1989, concorreu pela primeira vez para presidente. Perdeu para Fernando Collor. Lula disputou o Palácio do Planalto outras duas vezes até ser eleito, em 2002

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Cumprindo o primeiro mandato, foi reeleito em 2006, após disputa com Geraldo Alckmin, e permaneceu como presidente até 31 de dezembro de 2010

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Durante o período em que foi chefe de Estado, ficou conhecido pelos programas sociais Fome Zero e Bolsa Família, pelos planos de combate à pobreza e pelas reformas econômicas que aumentaram o PIB brasileiro. No exterior, Lula foi considerado um dos políticos mais populares do Brasil e um dos presidentes mais respeitados do mundo

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Após passar a faixa presidencial para Dilma Rousseff, Lula começou a realizar palestras nacionais e internacionais. Em 2016, foi nomeado por Dilma para comandar a Casa Civil, mas foi impedido de exercer a função pelo STF

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Em 2017, Lula foi condenado pelo então juiz Sergio Moro por lavagem de dinheiro e corrupção, resultado da Operação que ficou conhecida como Lava Jato. A sentença levou Lula à prisão até 2019, quando ele foi solto após o STF decidir que ele só deveria cumprir pena depois do trânsito em julgado da sentença

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Em 2021, o Supremo declarou que Sergio Moro foi parcial nos julgamentos e, consequentemente, todos os atos processuais foram anulados. Lula tornou-se elegível outra vez e, tempos depois, confirmou a intenção de se candidatar novamente ao Planalto

Reprodução

Favoritos nas pesquisas, Lula e o pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), se encontraram com advogados que, durante a vigência da força-tarefa, atuaram na defesa de empreiteiras. Nesse contexto, negociaram os termos das delações usadas por Moro para incriminar o petista por crime de corrupção.

Os dois jantaram na casa do advogado Sergio Renault, em São Paulo, na última terça-feira (28/6). “Os advogados da Lava Jato passaram a gravitar Lula e Alckmin”, contou um interlocutor próximo ao petista.

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Assunto proibido

Na Lava Jato, Renault defendeu interesses da UTC Engenharia na operação. Da parte do anfitrião, não partiu nenhuma menção à delação que ajudou a costurar. Assim, não houve constrangimento durante o convescote, que também contou com a presença do advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, e que tem um posicionamento diverso dos que endossaram as teses de Curitiba.

Segundo pessoas presentes ao jantar, a única menção à extinta força-tarefa não foi feita por nenhum advogado, mas pela empresária Rosângela Lyra, ex-representante da Dior no Brasil.

A empresária, defensora aguerrida da Lava Jato, confidenciou ao petista ter feito uma auto-reflexão e mudado de opinião a respeito das acusações feitas pelo ex-procurador Deltan Dallagnol.

Cartel de empresários

Renault conduziu a negociação do primeiro acordo de delação assinado com a força-tarefa por um dono de empreiteira: Ricardo Pessoa.

Acusado pela Lava Jato de chefiar “um cartel de empresários” que tinha negócios com a Petrobras, Pessoa seria o responsável pelo pagamento de propinas. E assinou o acordo para ter sua pena reduzida.

Outro presente ao jantar com Lula e Alckmin foi o advogado Pierpaolo Cruz Bottini, que atuou no acordo de delação premiada do presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini.

Avancini, em seu acordo com a força-tarefa, confirmou a existência de um cartel do empresários. Em 2019, a juiza Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, concedeu a ele um indulto, atendendo a um pedido da defesa para a concessão do benefício regulamentado pelo Decreto 9.246 de dezembro de 2017, do então presidente Michel Temer.

Também participaram do jantar, que contou com cerca de 30 pessoas, empresários como João Camargo, do grupo Esfera; Pedro Silveira, da Upon Global Capital; Carlos Sanchez, da EMS; Cândido Pinheiro, da Hapvida, e Matheus Santiago, da Ageo Terminais.

Acompanhando Lula estavam Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo da chapa; Emídio de Souza, que exerce a mesma função em relação à pré-candidatura de Fernando Haddad em São Paulo; o deputado Márcio Macedo, tesoureiro da campanha presidencial; além do economista Gabriel Galípolo.

Galípolo, aliás, tem ajudado na interlocução com o mercado financeiro e dado o tom da política monetária que deve ser implantada pelo petista, caso vença a eleição.

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