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Lula promete reforçar relação com países africanos na política externa

O ex-presidente, candidato do PT à Presidência da República, participou de um evento de incentivo a candidaturas negras para o Legislativo

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Lula discursa em lançamento de livro na PUC
1 de 1 Lula discursa em lançamento de livro na PUC - Foto: Reprodução PUC

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, sinalizou nesta segunda-feira (6/6) que pretende construir, caso seja eleito, uma relação privilegiada na política externa brasileira com países da África. Para Lula, essa é uma forma de tentar mitigar a “dívida histórica” que o Brasil tem com o continente, devido à escravidão.

As declarações de Lula ocorreram em um evento na Ocupação 9 de julho, em São Paulo, chamado Quilombo no Parlamento, que teve o objetivo de incentivar candidaturas de pessoas negras para cargos nas assembleias estaduais e no Congresso Nacional.

“Queremos um país onde a gente não tenha vergonha de ter relação prioritária e privilegiada com o continente africano. Por isso, eu tenho orgulho de ter visitado mais de 30 países e aberto embaixadas em 19 países”, disse a lideranças negras, que, neste ano, vão disputar cargos nos legislativos estaduais e federal.

Lula participou do evento de forma remota. Ele e a mulher, Rosângela da Silva, foram diagnosticados com Covid-19 no último fim de semana. O ex-presidente aparentou estar bem e disse: “Tirei uns dias para me cuidar”.

O petista ainda pediu que, ao longo da campanha, candidatos negros se esforcem para mostrar o legado dos governos do PT, incluindo a implantação da políticas de cotas e a adoção de políticas afirmativas e as demarcações de terras quilombolas. Para o petista, esse legado é um contraponto à “política racista” adotada pelo atual governo.

“Temos que mostrar o legado que nós construímos para mostrar para as pessoas que é possível avançar. E esse legado também é fruto da luta do movimento negro. Muito mais negros entraram nas universidades brasileiras e, em 2018, se tornaram maioria das universidades públicas”, ressaltou Lula.

“Estou na trincheira da luta pela democracia há muitos anos e é a primeira vez que me deparo com um evento como o que o movimento negro organizou hoje, lançando candidaturas por diversos partidos políticos”, comentou o petista.

Lula ainda sinalizou que voltará a demarcar territórios quilombolas para resolver desigualdades que, em sua opinião, ainda persistem.

“E a demarcação de terras quilombolas e programa Brasil Quilombolas também foi conquista de vocês. Quando nós aprovamos o Estatuto da Igualdade Racial, nós criamos a obrigatoriedade do ensino da história afro-brasileira. E isso também é uma conquista do movimento negro. Porque se vocês não lutassem, se vocês não reivindicassem, se vocês não gritassem, se vocês não exigissem, certamente a gente não teria feito o que nós fizemos. O que eu entendo é que é possível fazer muito mais do que ainda falta muita coisa para fazer”, declarou.

“Ainda tem muita desigualdade, ainda tem muito racismo nesse país e nós precisamos ter em conta que esse país só será livre, só será independente quando todos forem tratados verdadeiramente na igualdade de condições”, destacou o petista.

Iniciativa

O projeto Quilombo nos Parlamentos foi criado pela Coalizão Negra por Direitos, entidade que reúne lideranças negras dos partidos que integram a frente de Lula: PT, PSol, PCdoB, PSB, PDT e Rede.

O objetivo é aumentar a representatividade e oferecer mais de 100 pré-candidaturas negras. O coalizão pretende lançar pelo menos 100 pré-candidaturas, sendo 30 à Câmara dos Deputados e o restante às Assembleias Legislativas. Participaram do encontro pré-candidatos do Distrito Federal,  Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

De acordo com dados da Câmara dos Deputados, apenas 5% dos deputados federais brasileiros se identificam como pretos. Outros 20 % se denominam pardos. Números do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) apontam que 9,4% da população brasileira se declara preta e 46,8% se identifica como parda.

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Lula discursa ao lado de Alckmin e Dilma, em Porto Alegre
Lula discursa ao lado de Alckmin e Dilma, em Porto Alegre
Lula e Alckmin se encontram com representantes de movimentos populares, em São Paulo
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Já Alckmin hoje caminha ao lado do ex-opositor Lula

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