Lula promete “enquadrar” BB e criar ministério para pequenas empresas
Em conversa com empresários em São Paulo, o petista disse que banco estatal “parece bonzinho, mas age como privado”
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, disse nesta quarta-feira (17/8) que, se eleito, pretende “enquadrar” o Banco do Brasil para que a instituição não aja como banco privado no momento de negociar dívidas de empresários adquiridas durante a pandemia da Covid-19. Lula criticou a burocracia do banco estatal, que, em sua avaliação, “parece bonzinho”, mas que, sem orientação, “age como banco privado”.
“Nós vamos ter e levar muito em conta e muito a sério essa questão de negociação dessa dívida de vocês. O Banco do Brasil parece bonzinho se tiver orientação governamental. Porque se não tiver orientação, a burocracia do Banco do Brasil age como banco privado. Pensa como banco privado. Então é preciso que a gente enquadre o Banco do Brasil”, prometeu o petista.
Lula estava ao lado do seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), em um encontro com pequenos e micros empresários, em São Paulo.
“Nós vamos voltar com o objetivo de fazer os bancos públicos virarem bancos públicos. Nós não queremos que os bancos públicos tenha nenhum prejuízo, mas nós não queremos que eles queiram ter os mesmos lucros do banco privado”, declarou o petista.
Lula voltou a afirmar que pretende adaptar a função do Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) para priorizar o financiamento de pequenas empresas.
“Eles (os bancos públicos) têm que prestar uma função social a esse país. Da mesma forma, o BNDES. Vai ter que deixar de fazer empréstimo para grandes empresas e vai ter que se dedicar para emprestar para pequenos e médios empresários”, afirmou.
Ministério da Micro e Pequena Empresa
O petista também prometeu criar um ministério somente para tratar de micro e pequena empresa. Ele lembrou que essa é uma ideia que ele já queria quando era presidente e que, na época, enfrentou resistência dos grandes empresários.
Lula citou, por exemplo, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que foi contra a ideia de tratar a política industrial separando os grandes dos pequenos. Segundo ele, o objetivo da instituição, à época, era “nivelar por baixo” as conquistas do setor empresarial.