Lula nega “guerra santa” por votos: “Não faz parte da minha cultura”
O petista, no entanto, fez acenos ao eleitorado evangélico, majoritariamente bolsonarista, e chamou o atual presidente de “fariseu”
atualizado
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Em entrevista nesta sexta-feira (19/8), em seu escritório de campanha, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, disse que não pautará sua campanha em temas religiosos.
“Não é a primeira campanha que eu disputo. Nunca utilizei religião na minha campanha. Quando o ser humano vai à igreja, ele vai tratar da sua fé e da sua espiritualidade, não vai para discutir política. Não participarei disso”, disse Lula ao ser questionado sobre o uso da religião e a disputa pelo voto evangélico na corrida presidencial.
“Não importa a religião, o que importa é que quero conversar com os homens e mulheres para discutir que tipo de país a gente quer construir. Não quero ficar disputando voto religioso porque não faz parte da minha cultura política estabelecer qualquer princípio de guerra santa na política”, disse Lula.
A entrevista foi concedida ao lado de seu vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB). Lula repetiu que foi o responsável por sancionar a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em 2009, proposta pelo bispo e então senador Marcelo Crivella, da Igreja Universal do Reino de Deus.
Apesar de dizer que não usará a pauta religiosa para conquistar votos durante a sua campanha, Lula depende de melhorar seu desempenho entre evangélicos para tentar uma possível vitória em primeiro turno.
De acordo com levantamento divulgado pelo Datafolha na quinta (18), Bolsonaro ampliou a vantagem sobre o petista entre os evangélicos. O atual presidente tem 49% das intenções de voto do segmento, contra 32% do ex-ocupante do Palácio do Planalto. No mês passado, essa diferença era de 10 pontos percentuais. Agora, é de 17.
Diante desta cenário, Lula acenou aos religiosos, chamou Bolsonaro de “fariseu” e disse que o atual mandatário tenta manipular evangélicos.