Lula diz que, se eleito, Janja não ocupará cargo de assistência social
Candidato à Presidência afirmou que cargos devem ser ocupados por especialistas. “Nós temos que valorizar os profissionais da área”, disse
atualizado
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O ex-presidente e candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (5/9) que sua esposa, a socióloga Rosângela Silva, conhecida como Janja, não assumirá qualquer cargo de assistência social caso ele seja eleito. O comentário é uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro (PL), oponente que costuma ter sua esposa, Michelle Bolsonaro, discursando sobre políticas de assistência social.
“Janja sabe que não tem essa de primeira-dama ficar cuidando de assistência social. Quem vai cuidar da assistencial social é especialista. Tem um milhão de coisas para ela fazer. Nós temos que valorizar os profissionais da área e colocar eles para cuidar daquilo que eles se prepararam a vida inteira”, disse Lula, durante encontro com profissionais da assistência social.
“A Janja sabe que a gente não pode ‘arrumar’ um emprego para a primeira-dama. Se ela me ajudar a fazer o governo que eu estou pensando em fazer, ela já fez muito mais pelo país do que ocupar um cargo que deve ser de um especialista.”
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Propaganda com Michelle
Na última sexta-feira (2/9), Janja criticou a participação de Michelle na propaganda eleitoral de Bolsonaro. “Eles são tão caras de pau que têm coragem de ir para a televisão e dizer que foram eles que levaram água para as mulheres do sertão nordestino. É muita cara de pau”, disse Janja na ocasião.
Por ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a propaganda foi suspensa pois a primeira-dama aparece por tempo superior ao permitido por lei. A decisão determina que a propaganda seja suspensa imediatamente, com multa de R$ 10 mil caso haja descumprimento.
Prática recorrente
Se Lula for eleito para uma terceira gestão no Palácio do Planalto e Janja, de fato, não assumir um papel de protagonista na assistência social, o petista abrirá mão de uma prática recorrente entre as primeiras-damas.
Esposa de Fernando Henrique Cardoso, nos oito anos em foi primeira-dama do Brasil Ruth Cardoso decretou o fim da Legião Brasileira de Assistência (LBA), entidade assistencialista e tradicionalmente presidida por primeiras-damas, e fundou e presidiu o Comunidade Solidária.
O foco era o fortalecimento da sociedade civil. Para garantir a continuidade dos programas gerados nessa entidade, criou a organização não-governamental Comunitas, em que permaneceu atuante até o fim da vida.
Casada com Michel Temer, Marcela Temer atuou como embaixadora do Programa Criança Feliz, iniciativa assistencial tocada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. No lançamento do programa, Marcela fez o seu primeiro discurso oficial, focando em sua experiência pessoal sobre o tema e afirmou que queria “sensibilizar” a sociedade para ações que possam “melhorar a vida das pessoas”. Além disso, ela afirmou que seu trabalho seria voluntário.
Branca de Neve
Bem mais atuante na área de assistência social, a primeira-dama Michelle Bolsonaro lidera várias iniciativas neste sentido, com destaque para o Pátria Voluntária. No Natal de 2021, Michelle recebeu crianças nos Palácio da Alvorada para uma manhã de contação de histórias, brincadeiras e distribuição de presentes.
Na ocasião, a primeira-dama dançou e se fantasiou como uma princesa da Disney, a Branca de Neve, e lançou o Natal Solidário, programa para arrecadar doações para crianças carentes.
Caso Lula não entregue a área de assistência social a Janja, ele repetirá o que fez em suas duas primeiras gestões: a então primeira-dama, Marisa Letícia, não se envolveu nessa área.