Lula diz que matou adversários de inveja sendo capa da revista Time
Pré-candidato do PT à Presidência da República participou de aula magna na Unicamp em tom de campanha eleitoral
atualizado
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Ao participar de uma “aula magna” na Universidade de Campinas (Unicamp) na noite desta quinta-feira (5/5), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou tom de campanha para um público formado por estudantes e militantes, criticou a elite econômica brasileira e prometeu ampliar os investimentos na educação pública após revogar o Teto de Gastos.
Em fala longa, ao final da qual reclamou da voz e se desculpou por estar rouco, Lula procurou focar mais dos governos petistas e dos planos para o futuro e ignorou, na maior parte do tempo, a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Mas também não o poupou de críticas quando o citou: “Um homem que não entende de povo, de governo, de universidade, de sindicato, que não entende de mulher, de negro. Que só entende de miliciano. Uma pessoa que sequer se prestou a acreditar na ciência quando a pandemia chegou no Brasil”.
Ao falar dos adversários, Lula também provocou o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), ao negar que esteja nervoso ou bravo. “Quem tá nervoso é quem me prendeu, porque sabe que mentiu pra sociedade”, disse o petista, que também celebrou a aparição na capa da revista norte-americana Time, mas não citou a polêmica na qual se envolveu ao criticar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Essa semana eu matei [os adversários] de inveja porque sai na capa da revista Time”, celebrou Lula.
Dívida com a África
Lula também fez promessas na área da política externa. “O Brasil tem uma dívida com o continente africano que não pode ser paga em dinheiro. A gente paga essa dívida com gratidão, com transferência de ciência e tecnologia. Por isso fizemos universidade aberta em Moçambique e demos um jeito de levar Embrapa pra Gana. É isso que brasil tem que fazer pra pagar a gratidão que o povo negro africano tem na formação do nosso caráter, do nosso sangue, do nosso corpo, da nossa cor, da nossa cultura. Isso vale trilhões. Como não podemos pagar, temos que retribuir”, discursou o petista.
Lula, o ex-ministro Fernando Haddad e outros dirigente do PT, como o ex-ministro Alexandre Padilha, e aliados de outros partidos, como Guilherme Boulos, do PSol, participaram do evento político no Teatro de Arena da instituição, que estava lotado. A aula magna atrasou várias horas. O evento estava marcado para 16h e começou apenas depois das 20h.
O evento não foi promovido pela reitoria da universidade pública, mas por instituição que representam alunos. O anúncio da aula magna causou polêmica na entidade. O Conselho do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas, por exemplo, aprovou uma moção de repúdio à ida do ex-presidente à instituição de ensino.
Agendas de Lula
Mais cedo, Lula fez pré-campanha no município de Sumaré, próximo a Campinas. Ao discursar em um condomínio de casas populares, Vila Soma, o petista afirmou que o atual chefe do Executivo “mente todos os dias” e usou todo seu mandato para atender somente interesses de “seus filhos” e “milicianos”.
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