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Lula desafia Bolsonaro a debater na USP: “Ele não gosta de estudante”

Em evento em São Paulo, o petista ainda assegurou que a política de cotas de seu governo deixou as faculdade “mais coloridas”

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ex-presidente Lula e fernando Haddad Aula aberta, Universidade Pública e Democracia, pelo Coletivo USP Pela Democracia, no vão da História e Geografia na Cidade Universitária, em São Paulo 4ex-presidente Lula e fernando Haddad Aula aberta, Universidade Pública e Democracia, pelo Coletivo USP Pela Democracia, no vão da História e Geografia na Cidade Universitária, em São Paulo
1 de 1 ex-presidente Lula e fernando Haddad Aula aberta, Universidade Pública e Democracia, pelo Coletivo USP Pela Democracia, no vão da História e Geografia na Cidade Universitária, em São Paulo 4ex-presidente Lula e fernando Haddad Aula aberta, Universidade Pública e Democracia, pelo Coletivo USP Pela Democracia, no vão da História e Geografia na Cidade Universitária, em São Paulo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, desafiou o presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário, a enfrentá-lo em um debate na Universidade de São Paulo (USP), onde participou de uma “aula aberta” desta segunda-feira (15/8). Lula, no entanto, disse acreditar que Bolsonaro não aceitaria o desafio, porque “não gosta de estudante”.

“O Bolsonaro poderia vir aqui fazer um debate nas eleições. Ele não vai vir porque ele não gosta de estudante, ele não vai vir porque o ministro da Educação dele [ex-ministro Milton Ribeiro] disse que universidade não precisa ser para todos, é só para uma pequena parte”, fustigou o petista.

Na semana passada, o debate entre candidatos à Presidência da República, que seria realizado no dia 14 de setembro, foi suspenso, após Lula e Bolsonaro não se comprometerem a participar.

O encontro seria organizado por um consórcio de veículos  e as regras da sabatina previam a presença de ao menos três dos quatro melhores colocados nas pesquisas eleitorais do Ipec ou Datafolha, a serem divulgadas na semana anterior ao evento.

No entanto, Lula e Bolsonaro, primeiros colocados nos levantamentos mais recentes, não se comprometeram a participar até a data limite estabelecida pelo consórcio, às 23h59 de quarta.

Universidade colorida

Na USP, Lula exaltou as políticas afirmativas lançadas em seu governo, que implementou a política de cotas, além de programas como o Fies e e o Prouni. Além disso, o petista minimizou a existência de estudantes inadimplentes com o Fies, alegando que sai mais caro deixar de fazer o investimento em educação que qualquer “calote”.

“Como é que a gente pode conceber a ideia de que o país pode emprestar dinheiro para empresário, bilhões e bilhões, e quando chega na época de financiar um estudante, mesmo que ele vá dar ‘calote’, tem problema? O que é um calote de um estudante, de R$ 15 mil ou 20 mil? Ele pode pagar com a qualificação do seu trabalho, melhorando a nossa capacidade produtiva”, ressaltou o petista.

“É por não ter tido oportunidade de entrar na universidade que eu quero que os iguais a mim tenham acesso à universidade. Pela minha experiência, sei que o povo pobre precisa apenas de uma oportunidade”, destacou Lula.

“Universidade era coisa de rico. Aqui não tinha negro. Aqui não tinha gente da periferia. Hoje, a gente percebe que a universidade ficou mais colorida”, disse.

“Orgulho virou pária”

Lula ainda falou sobre a economia do país alegando que esperava que o país estivesse mais próspero depois que ele deixou o governo. “Esse país retrocedeu. Esse país, que chegou a ser a sexta economia do mundo, voltou a ser a décima-terceira economia do mundo”, reclamou.

“Esse país que era motivo de orgulho em todos os continentes virou pária. Ninguém quer receber o presidente [Bolsonar0] e ninguém quer vir aqui. Porque todo mundo sabe que tipo de gente está governando esse país”, disse.

“Quando chegamos no governo em 2003, a inflação era de 12%. O desemprego era 12%. O Brasil tinha uma dívida pública com o FMI [Fundo Monetário Internacional] de 30 milhões de dólares e não tinha dinheiro para pagar suas importações. O Brasil tinha uma dívida pública interna de 65% do PIB as pessoas diziam que o Brasil estava quebrado”, lembrou.

“Nós reduzimos a inflação para 4,5% e ficamos com ela dentro da meta o tempo inteiro. Reduzimos a dívida pública de 65% para 39,9%. Houve superávit primário durante todo tempo que nós governamos.

Para o petista, se seu governo tivesse dado errado na economia, não haveria segunda chance para representantes das classes populares.

“Eu, muitas vezes, cheguei em casa com medo de esse país quebrar na minha mão e, se esse país quebrar na minha mão e eu ficava imaginando que nunca mais um peão de fábrica vai se meter a ser candidato a alguma coisa, porque vão dizer que peão não nasceu para governar, foi feito para trabalhar, como o estudante nasceu para estudar, como a mulher nasceu para lavar roupa. Não, a gente nasceu para dizer que a gente sabe outras coisas”, destacou.

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