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Lula critica uso da máquina por Bolsonaro e o associa ao canibalismo

Candidato petista resgata declaração dada por Bolsonaro em 2016, na qual disse que “comeria o índio”; episódio já foi explorado na TV

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Fábio Leite/Metrópoles
Lula faz campanha em Campinas
1 de 1 Lula faz campanha em Campinas - Foto: Fábio Leite/Metrópoles

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, neste sábado (8/10), o uso da máquina pública por Jair Bolsonaro (PL) na campanha à reeleição e associou o presidente da República ao canibalismo ao resgatar uma declaração dada por Bolsonaro na qual ele disse que “comeria o índio sem problema nenhum”.

A declaração, dada por Bolsonaro em uma entrevista ao jornal americano The New York Times, em 2016, já foi explorada pela campanha do PT na primeira propaganda de TV do segundo turno, na última sexta-feira (7/10).

“É ele dando uma declaração para um jornalista americano. E ele repetiu. Aquilo não é invenção, fake news, não é maldade nossa. Estamos apenas informando o povo quem é o nosso adversário”, afirmou Lula, durante entrevista coletiva na sede do sindicato dos servidores públicos federais da Justiça do Trabalho, em Campinas.

O ex-presidente disse, mais de uma vez, que essa é uma campanha eleitoral “anormal” por causa de Bolsonaro e citou espontaneamente durante sua fala o episódio em que associa o candidato do PL ao canibalismo. “O DNA dele é negativista, ele não consegue falar coisa positiva. É por isso que ofendeu nordestino, por isso que ele disse que come índio”, disse o petista.

A campanha de Bolsonaro já acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para retirar a propaganda do PT do ar. Os bolsonaristas afirmam que a inserção não mostra o contexto da fala do presidente da República, que era deputado federal à época.

Lula também criticou o uso da máquina pelo presidente da República, citando que Bolsonaro faz campanha durante o expediente, e disse que ele deveria ser denunciado pelo Ministério Público pela prática ilegal. “Temos um cidadão que está usando a máquina para fazer campanha”, disse Lula. “Ele está agindo como se o Brasil fosse uma coisa particular dele, que ele faz do jeito que quiser para tentar ganhar voto”, completou o ex-presidente.

Caminhada em Campinas

Lula foi a Campinas, no interior paulista, para uma caminhada com apoiadores ao lado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do candidato do PT ao governo do estado, Fernando Haddad. A cúpula petista decidiu reforçar a campanha em São Paulo depois da derrota para Bolsonaro no estado, por 47,7% contra 40,9%.

Na cidade de Campinas, terceiro maior colégio eleitoral do estado, a diferença foi ainda maior (49% a 39,8%). O município é administrado pelo prefeito Dario Saadi (Republicanos), que apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) para governador. Já o vice-prefeito, Wanderley de Almeida (PSB) apoia Lula e Haddad e estava ao lado do ex-presidente neste sábado.

No domingo (9/10), Lula fará uma caminhada com apoiadores em Belo Horizonte e, na terça-feira (11/10), a agenda de campanha será na Baixada Fluminense, onde o desempenho do petista também foi interior ao de Bolsonaro nas urnas.

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