Lula adota cautela ao falar de prisão de Milton Ribeiro: “Tem prova?”
O petista, que já foi preso por corrupção e teve seus processos anulados pelo STF, evitou condenar previamente o ex-ministro de Bolsonaro
atualizado
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Ao comentar a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, adotou um tom de cautela perante à decisão da Justiça, apesar de enfatizar que Ribeiro “foi um mau ministro”.
Lula, que já foi preso sob suspeita de corrupção e teve seus processos anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), disse que para a prisão, primeiro é necessário ter provas. As declarações foram dadas em entrevista à Radio Difusora, de Manaus.
“A prisão depende de apuração, de prova. Você não pode prender porque vai prender. Não. Você tem prova contra o cidadão? Está provado que ele roubou? Você faz um processo e aí a Justiça decide se vai prender ou não. Eu defendo o direito à defesa para todo mundo”, disse.
Para Lula, “o direito à defesa é um valor monumental da democracia no país”. “Eu não sei se já foi investigado, se tem uma autorização da Justiça para prender. Mas que ele foi um mal ministro da Educação, ele foi”, completou.
A prisão foi ordenda por Renato Borelli, juiz da 15ª Vara Federal de Brasília, que investiga denúncias de corrupção no MEC durante a gestão de Ribeiro. O juiz aponta crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
Pela sua atitude, Borelli passou a receber centenas de ameaças de “grupos de apoio ao ministro”. Segundo informações passadas ao Metrópoles, as ameaças foram levadas à Polícia Federal para a devida investigação.
Nesta quinta-feira (22/6), o ex-ministro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos passarão por audiência de custódia, previstas para as 14h. Ribeiro será ouvido por meio de videoconferência.
Além dele, mais duas pessoas foram detidas durante a ação: o ex-assessor do MEC e advogado Luciano de Freitas Musse e o ex-assessor da Prefeitura de Goiânia Hélder Diego Bartolomeu.