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Lula acusa Bolsonaro de usar a “fé de mulheres e homens evangélicos”

Declaração foi feita durante ato político que marca início da campanha, em frente à fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP)

atualizado

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homem em cima de trio
1 de 1 homem em cima de trio - Foto: Reprodução/Youtube

O ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta terça-feira (16/8), durante o seu primeiro ato de campanha, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) está tentando manipular os evangélicos. Ele chamou o principal adversário nas eleições de “fajuto” e “genocida”.

“Ele está tentando manipular a boa fé de homens e mulheres evangélicos que vão à igreja tratar da sua fé, da sua espiritualidade. Ele fica contando mentiras o dia inteiro. Mentiras sobre o Lula, sobre a mulher do Lula, sobre vocês, sobre índios e quilombolas”, disse.

“Não haverá mentira e nem fake news que manterá você governando este país, Bolsonaro”, prosseguiu. Lula ainda chegou a dizer que o titular do Palácio do Planalto é “possuído pelo demônio”.

“Se tem alguém que é possuído pelo demônio é esse Bolsonaro”, afirmou o ex-presidente.

O petista abriu a campanha nesta terça-feira (16/8), em um ato em frente à fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), no ABC paulista, local onde iniciou a trajetória política. De acordo com o calendário eleitoral, o período de campanha começa nesta terça.

“Eu tomei a decisão de vir até aqui, não só para agradecer a vocês, mas porque foi aqui que tudo aconteceu na minha vida. Foi aqui que eu aprendia a ser gente, que eu adquiri consciência política e foi por causa de vocês que eu acho que fui um bom presidente da República”, afirmou.

No pronunciamento dirigido a metalúrgicos, Lula criticou o atual governo do seu principal opositor, Jair Bolsonaro, e se comprometeu com a melhoria das condições de vida da maior parte da população brasileira. Ele voltou a criticar as medidas aprovadas às vésperas das eleições pelo atual governo, e afirmou que elas têm objetivo eleitoreiro.

“Ele não cuidou do povo, ele resolveu aumentar o Auxílio [Brasil] para 600 reais, que nós queríamos desde o ano passado; resolveu criar ajuda para taxistas, ajuda para caminhoneiros, resolveu baixar o preço da gasolina. Está fazendo isso agora achando o seguinte: esse povo é muito besta, eles vão votar e depois eu vou tratar eles (sic) sem nenhum respeito, como ele tratou até agora”, disse.

Lula ressaltou que foi a favor da aprovação da Pec dos Auxílios, que estipula um pacote de R$ 41,25 bilhões para reduzir, por meio da ampliação de auxílios e criação de novos benefícios sociais, o impacto dos aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis.

“Eu fui favorável a votar o auxílio, pedi para a bancada do PT votar. E se vocês conhecerem alguém que está precisando e cair dinhieirinho na conta dele, mande pegar e comer porque se não pegar, o Bolsonaro vai tomar”.

Lula frisou, ainda, que uma das primeiras medidas que pretende tomar caso assuma o governo é reajustar a tabela de imposto de renda. Ao fim do discurso, ele se emocionou ao falar sobre o aumento da fome e da miséria no país.

“Vocês fiquem tranquilos que não vão ver mais criança pedindo esmola ou companheiro nosso dormindo na sarjeta. Não é falta de dinheiro, é falta de vergonha na cara das pessoas que governam. Eles não tem sentimento, nao sabem o que é fome”.

O candidato à presidência estava acompanhado do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), candidato da legenda ao Governo de São Paulo, da presidente da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e do ex-governador Márcio França (PSB), que disputará o Senado pela chapa.

Um outro ato, que marcaria a estreia da campanha pela manhã, na metalúrgica MWM, em São Paulo, foi cancelado por motivos de segurança. A equipe que cuida da integridade de Lula suspendeu a participação dele no evento sob alegação de que não houve tempo hábil para verificar as condições de segurança do local.

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