Lula aconselha pegar dinheiro de auxílio e “dar banana” para Bolsonaro
Ao lado de Alckmin, Haddad e França, petista participou de evento neste sábado (9/7) em Diadema e criticou caráter provisório das benesses
atualizado
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Em evento neste sábado, em Diadema (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, falou sobre a chamada PEC dos Auxílios, que deverá ser votada na Câmara nesta semana, com apoio da oposição. O petista deu um conselho para que população pegue o dinheiro, compre comida e, depois, na hora do voto, escolha quem tem soluções definitivas.
“Se o dinheiro cair na conta de vocês, peguem e compre o que comer. Na hora de votar, dê uma banana neles e votem para a gente mudar a história desse país”, disse Lula. Ele refere-se ao governo de Jair Bolsonaro (PL), que lançou o pacote com o objetivo de minimizar o impacto da inflação e do preço dos combustíveis para a população mais pobre.
“Não se recusa dinheiro não. Se cair o dinheiro pegue, mas na hora do voto é preciso votar em quem vai cuidar desse país definitivamente”, disse o petista, lembrando que os benefícios, pelo projeto do governo, só valem até o dia 31 de dezembro.
Propostas
A proposta cria programas sociais, como um “voucher caminhoneiro” de R$ 1.000 mensais a motoristas autônomos e um auxílio emergencial a taxistas.
Além disso, a proposta amplia benefícios já existentes, como o Auxílio Brasil, cujas parcelas passariam de R$ 400 para R$ 600, distribuídas a todo o público elegível, e o auxílio-gás, que garantiria a compra de um botijão a cada dois meses.
Lula ainda ironizou as constantes investidas de Bolsonaro ao falar sobre a adoção do sistema de pagamento por meio de Pix, que facilitou as transações bancárias.
“Não adianta fazer Pix, Pax, porque o povo quer saber o seguinte: tem dinheiro na conta para ele?”
“Orçamento secreto”
O petista disse também que pretende mudar a forma de destinar recursos da União para estados e municípios de classificou o chamado “orçamento secreto”, como a “a maior bandidagem que já fizeram em 200 anos de República” e comparou o esquema de emendas parlamentares lideradas pelos relatores do Orçamento com uma raposa cuidando de um galinheiro.
“Não é possível que a gente não esteja percebendo isso. Eu e o Alckmin vamos ganhar as eleições e vamos ter que discutir com o Congresso”, declarou.
“Não é o Congresso que administra o orçamento. O orçamento é administrado pelo governo”, reclamou o petista.
“Rico não rouba, pede para autoridades”
O petista, que vem realizando encontros com empresários, industriais e banqueiros no último mês, voltou a reclamar sobre as constantes cobranças para que ele apresente uma nova proposta de regime fiscal, visto que ele já prometeu acabar com a previsão constitucional do teto de gastos.
“Dizem que eu não gosto de empresários. Eu gosto, mas eles só falam de teto de gastos, teto de gastos, regime fiscal”, reclamou.
Ao falar da questão de segurança, o petista atacou a desigualdade social do país e o papel do Estado para prover o básico para as populações mais pobres.
“Se tiver rua calçada, tratamento de esgoto, a gente não tem porque ser violento”, destacou.
“Aqui em São Bernardo, o meu filho tinha que raspar o tênis na sarjeta para ir para escola com o tênis parecendo velho para o outro não roubar. Eu não posso achar que esse moleque que roubou é simplesmente um bandido, porque se a gente achar que um jovem de 15 ou 16 anos é um bandido, a sociedade não tem solução.
“Quando o rico rouba, é diferente. O rico não rouba, ele vai pedir para as autoridades. Mas depois ele não paga. Tem um ditado aqui no Brasil que diz que empresário bom é o aquele que deve.
Márcio França
Em evento deste sábado (9/7), o ex-governador Marcio França (PSB) confirmou sua pré-candidatura ao Senado, após desistir de disputar o governo de São Paulo, em favor do pré-candidato petista Fernando Haddad.
Ao discursar, ele lembrou que participou das conversas para convencer Alckmin a ajudar Lula a derrotar Bolsonaro.
“Eu perguntei ao Alckmin: Tem alguma chance de você concordar com o que está fazendo o Bolsonaro. Ele disse que não. Então eu penseu como é que eu vou ajudar, temos que ajudar a eleger o presidente Lula, o mais fácil e o mais rápido possível”.
“Combinado é combinado”
França disse ainda que sua decisão se baseou em um combinado com Haddad e Lula de que quem tivesse melhores condições de vencer as eleições deveria ser o candidato.
“Quem tivesse melhores condições para governar São Paulo teria que ser o candidato. Eu reconheci que ele (Haddad) tem, nesse instante, melhores condições. Isso porque ele tem uma pessoa incrível ao lado, dessas que não nasce toda hora. Não nasce muita gente como Lula”, disse França.
“Ninguém é obrigado a dar a sua palavra, mas combinado é combinado, deu a palavra, tem que cumprir”, disse França.
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