Lira diz que sistema eleitoral é “referência” e critica tensionamentos
Fala ocorre após presidente Jair Bolsonaro (PL) voltar a questionar a lisura do processo eleitoral brasileiro
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta quinta-feira (28/4), que o sistema eleitoral brasileiro é uma “referência”. Segundo o parlamentar, manifestações no sentido contrário, que relativizam a lisura do processo eleitoral, corroboram para “colocar em dúvida a legitimidade de todos os eleitos em todas as esferas”.
A manifestação ocorreu por meio das redes sociais do deputado, em um claro recado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que voltou a questionar a segurança dos resultados eleitorais, causando novo atrito entre o Executivo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Vamos seguir – sem tensionamentos – para as eleições livres e transparentes”, completa Lira.
O processo eleitoral brasileiro é uma referência. Pensar diferente é colocar em dúvida a legitimidade de todos nós, eleitos, em todas as esferas. Vamos seguir – sem tensionamentos – para as eleições livres e transparentes.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) April 28, 2022
Apesar de direcionada a Bolsonaro, a fala de Lira destoa do discurso mais forte adotado pelo presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Mais cedo, o senador afirmou que “as instituições e a sociedade podem ter convicção da normalidade do processo eleitoral”. “A Justiça Eleitoral é eficiente, e as urnas eletrônicas são confiáveis”, escreveu Pacheco. “Não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil”, completou.
Não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil. O Congresso Nacional é o guardião da democracia!
— Rodrigo Pacheco (@rpsenador) April 28, 2022
Entenda
Durante evento intitulado de “Ato Cívico pela Liberdade de Expressão”, realizado na quarta-feira (27/4), no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo federal disse que é necessário implementar as sugestões apresentadas pelas Forças Armadas ao TSE, para garantir a lisura das eleições e ampliar a confiabilidade do processo eleitoral.
“Não precisamos do voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos de ter uma maneira — e ali, nessas sugestões, existe essa maneira — para a gente confiar nas eleições”, assinalou o mandatário do país.
Em fevereiro deste ano, Bolsonaro já declarou que as Forças Armadas são as “fiadoras” do processo eleitoral. Após o evento dessa quarta, o presidente afirmou que essas instituições elencaram recomendações ao TSE, que incluem uma espécie de apuração paralela.
“Como os dados vêm pela internet para cá, e tem um cabo que alimenta a sala secreta do TSE, uma das sugestões é que, nesse mesmo duto que alimenta a sala secreta, seja feita uma ramificação um pouquinho à direita para que tenhamos do lado um computador das Forças Armadas, para contar os votos no Brasil”, pontuou.
O TSE já frisou que não existe uma “sala secreta”. A questão enviada pelo general Heber Garcia Portella, representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições, diz respeito às “medidas a serem tomadas em caso da constatação de irregularidades nas eleições”.