Ipec: Lula tem 54% dos votos válidos; Bolsonaro, 46%
Pesquisa ouviu 4.272 eleitores, entre 27 e 29 de outubro. Margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos
atualizado
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A última pesquisa do Instituto Ipec antes do segundo turno mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 54% dos votos válidos no segundo turno, ante 46% do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A pesquisa foi encomendada pela Globo e divulgada pelo Ipec neste sábado (29/10), na véspera da votação final. O Ipec foi fundado em 2021 por ex-executivos do Ibope Inteligência.
Os percentuais são os mesmos do levantamento anterior, divulgado em 24 de outubro, quando o petista também aparecia com 54% dos válidos, e o mandatário da República com 46%. Os votos válidos desconsideram brancos e nulos. Esse é o procedimento utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.
Pela legislação brasileira, um candidato a governador ou a presidente é considerado eleito se obtiver maioria absoluta dos votos. Ou seja, mais da metade dos votos válidos – excluídos os votos em branco e os nulos. Apesar de Lula aparecer com mais de 50% dos votos válidos, como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, não é possível afirmar que a disputa terminará no primeiro turno.
No primeiro turno, Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,43%) e Bolsonaro, 51,07 milhões (43,20%).
Votos totais
Nos votos totais, que incluem brancos, nulos e indecisos, os percentuais refletem estabilidade em relação ao último levantamento. Veja:
- Lula (PT): 50% (50% na pesquisa anterior, de 24 de outubro)
- Jair Bolsonaro (PL): 43% (43% na pesquisa anterior)
- Brancos e nulos: 5% (5% na pesquisa anterior)
- Indecisos: 2% (2% na pesquisa anterior)
O Ipec ouviu 4.272 pessoas, entre 27 e 29 de outubro, em 236 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05256/2022.
Institutos sob investigação
Os resultados são divulgados em meio a uma nuvem de desconfiança sobre os institutos de pesquisa, incentivada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal (PF) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) chegaram a abrir investigações para apurar a atuação das empresas durante a campanha eleitoral, mas foram suspensas pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
O ministro chamou os procedimentos de “evidente usurpação da competência” do TSE e apontou “incompetência absoluta” e “ausência de justa causa” da PF e do Cade.
Parlamentares buscam, na Câmara dos Deputados e no Senado, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os institutos. Ambos os requerimentos atingiram o mínimo de assinaturas necessárias; no entanto, não há previsão para instalação.
Em entrevista ao Metrópoles, na segunda-feira (24/10), Bolsonaro voltou a colocar dúvidas sobre a confiança nas sondagens. Segundo o mandatário, levantamentos feitos pela própria campanha apontam um empate técnico entre os presidenciáveis.
“Pessoal passa, meus técnicos, que a gente está num empate técnico. Mas eu sempre digo, não podemos confiar em pesquisas. Porque, coincidentemente, todas as pesquisas jogam contra mim desde 2018. E não foi diferente agora”, declarou em entrevista à diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan.
Em 2018, o último Datafolha antes do segundo turno apontava o atual presidente com 47% das intenções de voto contra 39% de Fernando Haddad (PT). Ao fim da eleição, Bolsonaro teve 55,13% dos votos válidos, e Haddad, 44,87%.