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Início da propaganda em rádio e TV será marcado por versões sobre a pandemia

Programas eleitorais obrigatórios em rádio e TV começam a ser veiculados nesta sexta (26/8) e são nova arma de candidatos

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Televisores com mensagem da propaganda eleitoral gratuita - Metrópoles
1 de 1 Televisores com mensagem da propaganda eleitoral gratuita - Metrópoles - Foto: Gui Prímola/Metrópoles

O horário eleitoral obrigatório em rádio e TV começa nesta sexta-feira (26/8), em um momento de encurtamento da distância entre os líderes da corrida pelo Palácio do Planalto – o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).

A proposta adotada nas campanhas desses dois candidatos vai ditar o tom dos programas iniciais. A estratégia de ambos inclui a tentativa de ampliar a rejeição do adversário. Para isso, Lula e Bolsonaro devem usar o tempo no horário eleitoral para disputar versões sobre temas como economia e papel do governo na pandemia de coronavírus.

O embate televisivo e radiofônico entre os presidenciáveis, porém, não começa hoje, mas no sábado (27/8). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu que candidatos a senador, deputado estadual e distrital e governador terão suas peças veiculadas às segundas, quartas e sextas-feiras. Já a campanha presidencial e para a Câmara dos Deputados ganha rádio e TV aos sábados, às terças e às quintas.

São dois blocos de 25 minutos, às 13h e às 20h30 na TV aberta e às 7h e às 12h no rádio, até 29 de setembro para o primeiro turno. Onde houver segundo turno, a propaganda começa em 3 de outubro e vai até o dia 28 do mesmo mês, neste caso com tempos iguais para cada um.

Lula com mais tempo

Nos programas para a disputa da Presidência da República, o candidato Lula terá a maior fatia de tempo a cada dia na campanha de primeiro turno: 3 minutos e 39 segundos. A campanha de Bolsonaro vem em seguida, com 2 minutos e 38 segundos. Simone Tebet (MDB) terá 2 minutos e 20 segundos; Soraya Thronicke (Podemos) terá 2 minutos e 10 segundos. Ciro Gomes (PDT) vai passar sua mensagem em 52 segundos; Roberto Jefferson (PTB) tem direito a 25 segundos, e Felipe D’Ávila (Novo), 22 segundos.

A campanha do candidato do PT – que segue líder nas pesquisas, mas vê uma subida lenta e constante de Bolsonaro em diferentes levantamentos – pretende usar parte desse tempo para tentar ampliar a rejeição de Bolsonaro, que foi medida em 51% pela última pesquisa nacional do Datafolha, divulgada em 18 de agosto.

Segundo fontes da campanha, a estratégia adotada nesse intuito consiste em explorar o comportamento do presidente ao lidar com a pandemia de coronavírus. Após identificarem que esse assunto machucou o presidente em sua sabatina no Jornal Nacional, na última segunda (22/8), os petistas devem tentar relacionar as atitudes de Bolsonaro às mais de 680 mil mortes provocadas pela Covid-19.

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O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebem o coração de dom Pedro I em cerimônia no Palácio do Planalto
Esta é a quarta vez que o ex-governador do Ceará irá concorrer ao Palácio do Planalto
Simone Tebet na Abrinq
Soraya Thronicke e Luciano Bivar
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Alckmin e Lula

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O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebem o coração de dom Pedro I em cerimônia no Palácio do Planalto

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Esta é a quarta vez que o ex-governador do Ceará irá concorrer ao Palácio do Planalto

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Simone Tebet na Abrinq

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Soraya Thronicke e Luciano Bivar

Reprodução/ União Brasil

A pandemia também deverá ser abordada por Bolsonaro, mas do ponto de vista dos danos à economia. A ideia para os primeiros programas do candidato do PL é focar menos em PT e mais em realizações do governo e defesa da maneira como se lidou com a crise sanitária, que também será apontada como “culpada” pela conjuntura econômica no país.

Até agora, a ala política dos aliados tem conseguido evitar que Bolsonaro profira ataques às urnas eletrônicas ou leve a campanha majoritariamente ao campo ideológico. Essas questões deverão ficar, por ora, fora dos programas.

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Outros candidatos

Terceiro colocado nas pesquisas, Ciro Gomes enfrenta o desafio de ter pouco tempo na propaganda obrigatória. O pedetista precisará recorrer a uma dobradinha com suas redes sociais, pedindo aos telespectadores que busquem na internet o que ele não vai ter tempo de falar em menos de um minuto. Além de tentar desempacar nas pesquisas, Ciro deve se empenhar para não perder eleitores, porque tanto Lula quanto Bolsonaro pretendem investir nos eleitores que declaram apoio a Ciro, a fim de convencê-los a partir para o voto útil.

Em situação mais confortável em relação a tempo, a campanha de Simone Tebet deverá usar os primeiros dias para apresentar sua candidatura como alternativa aos descontentes com os líderes nas pesquisas.

Importância da campanha em rádio e TV

Vista como menos decisiva em tempos de amplo acesso à internet, a campanha em rádio e TV está sendo encarada com muita seriedade pelas principais candidaturas, com potencial de mudar histórias na disputa.

Nesta fase da campanha, Tebet, por exemplo, tem a última chance de tornar sua candidatura mais competitiva, segundo o cientista político João Villaverde, professor e pesquisador do Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da FGV-SP. “Ela teria de seguir o exemplo do ex-governador João Doria (PSDB), que venceu a eleição de 2016 para a prefeitura de São Paulo no primeiro turno, sem ser conhecido, sem nunca ter disputado eleições, mas tendo usado muito bem essa comunicação pela TV para passar mensagens que percebiam os temas do momento”, lembra o acadêmico, que vê ainda um papel consolidador de voto na propaganda oficial.

“O grande papel da propaganda na TV agora é canalizar o discurso do candidato para seus militantes e eleitores. Dar a ele elementos para defender o candidato no cotidiano, resumir o discurso da campanha”, analisa Villaverde. “Por isso, Lula deve investir em mostrar coisas positivas de seus governos; Bolsonaro, por sua vez, deve tentar virar os votos que ele precisa e ampliar o antipetismo e a rejeição a Lula”, completa. “Mas virar voto não é algo tão possível assim na campanha de TV”, conclui o especialista.

Também cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Rui Tavares Maluf avalia que a campanha de rádio e TV ainda tem muita relevância na corrida eleitoral, porque é capaz de alcançar eleitores de fora da bolha dos candidatos. “Nas redes, eles interagem com seus militantes. Na TV, podem falar com quem não os segue. Muita gente ainda assiste a esses programas”, avalia o profissional, que não vê esse tipo de campanha perder lugar tão cedo.

“Na história dos meios de comunicação, a cada mídia que surgia, criava-se o medo de ela matar a anterior. Caso da TV em relação ao rádio ou à internet em relação à TV, mas o que vemos é que elas acabam se adaptando e se alimentando umas das outras. Há uma sinergia, por isso o desafio das campanhas agora é aliar a internet, a TV e a campanha de rua, fazer com que conversem e cheguem a mais gente”, conclui Tavares Maluf.

Inserções na programação

Além da propaganda eleitoral gratuita e obrigatória, os partidos também poderão veicular em rádio e TV inserções diárias de 30 segundos ao longo da programação de todas as emissoras. No total, serão 14 minutos por dia de inserções, até 29 de setembro.

Lula terá 286 inserções; Bolsonaro terá 207; Simone Tebet, 184. Soraya Thronicke terá 170, Ciro Gomes terá 68, Roberto Jefferson conta com 33, e Felipe D’Avila terá 29 inserções.

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