Gleisi: “Bolsonaro cresceu com uso da máquina e fábrica de fake news”
Ao Metrópoles, a presidente do PT ainda falou sobre as alianças costuradas pela sigla para levar Lula de volta ao Palácio do Planalto
atualizado
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A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), avaliou como “normal” o recente crescimento registrado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto. “Bolsonaro está sentado na cadeira da Presidência e começou a ter algumas ações de governo. Isso começa a ter um certo impacto que a gente já mensurava que podia acontecer”, disse a petista (confira a partir de 18’16”).
As declarações foram dadas em conversa com a repórter Luciana Lima, no Metrópoles Entrevista.
“Bolsonaro tem a máquina, tem mecanismos e vai querer usar isso tudo para se posicionar. Além disso, eles têm a fábrica de fake news e de mentiras. A gente já detectou nas redes sociais os ataques. Isso obviamente mexe com as pesquisas, não nos iludimos com relação a isso”, declarou, citando também o Auxílio Brasil e o Vale-Gás como variantes no cenário eleitoral.
Hoffmann apontou, ainda, que críticas de aliados como Guilherme Boulos (PSol) à possível união entre o ex-governador Geraldo Alckmin e Lula não afetam a aliança. Segundo ela, o objetivo principal é tirar Bolsonaro do poder. “O Boulos tem a compreensão de que aquilo que tem de ser a centralidade é a questão programática. Pra que estamos disputando o governo? Pra tirar o fascismo. Estamos todos no mesmo barco”, indicou a petista.
Haddad-França e federação de esquerda
A parlamentar também comentou o gesto de Márcio França, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSB, de encomendar pesquisas com o petista Fernando Haddad na cabeça de uma possível chapa única. “Eu achei que ele fez um aceno importante de fazer a pesquisa. Particularmente eu sou simpática à ideia, mas temos que conversar e ter uma decisão unificada”, comentou a dirigente (16′).
A presidente do PT disse também que continua apostando na federação com o PSB, PV e PCdoB e que espera que o partido possa vencer resistências de demais legendas da esquerda, contra a aliança com o centro e vice-versa. “Tem uma vontade desses partidos que conversamos em fazer a federação. Obviamente que só a vontade não determina a feitura, mas é importante. São partidos que mantemos conversação desde 2018 para criar, no Congresso, um campo de atuação junto aos movimentos populares, às manifestações sociais. Não é fácil, não é uma coligação simples. É um compromisso por 4 anos”, declarou.
Além disso, na entrevista, Gleisi Hoffmann abordou temas como privatizações da Petrobras e da Eletrobrás – esta alvo de um mandado de segurança na Justiça –, bem como reversão de políticas adotadas depois da saída do partido da Presidência e reestatização de empresas privatizadas durante os governos de Temer (MDB) e de Bolsonaro, e as conversas do partido que dirige com partidos e personalidades que apoiaram, por exemplo, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.