Genial/Quaest: eleitor médio é contrário ao aborto e às armas
Apenas 33% dos eleitores de Lula são favoráveis ao aborto; e 25% dos apoiadores de Bolsonaro defendem armas
atualizado
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A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (13/10), mostrou que os eleitores médios de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL), fora das bolhas de apoiadores fervorosos e militância, são contrários à pautas como a legalização do aborto e a flexibilização das armas de fogo.
A amplamente defendido pelo movimento feminista e que tende a apoiar o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, a legalização do aborto representa uma parcela de 33% dos eleitores do petista. O levantamento mostra que 62% deles são contrários.
Recentemente, Lula mudou o discurso sobre o tema e disse ser “a favor da vida”.
Outro ponto é que, de forma geral, ambos os sexos tendem a ser contra a pauta, sendo 73% das mulheres são desfavoráveis enquanto 71% dos homens tem a mesma opinião. O eleitorado conservador ganhou espaço na campanha do petista com a entrada da então presidenciável Simone Tebet (MDB), que se identifica com um feminismo “mais palatável” à família tradicional cristã, se colocando contrária ao tema — a não ser nos casos em que a lei já prevê.
Tebet pode ser encaixada no recorte do eleitorado católico que é contrário à pauta. A Genial/Quaest, que só considerou o eleitorado cristão, mostra que 73% dos católicos são contra, e 82% dos evangélicos têm a mesma opinião.
Porém, não é só o petista que defende pautas impopulares na sua base. Jair Bolsonaro, notório defensor do armamento, pode estar falando com uma parcela de 25% de seus eleitores, enquanto 73% são contrários à facilitação da compra e posse de armas de fogo.
A pauta armamentista também não pode ser considerada “cristã”, já que 75% católicos e 65% dos evangélicos são contrários às armas, ou seja, mais da metade dos grupos de interesse do presidente da República. Apenas 23% dos católicos são favoráveis ao tema, enquanto 30% dos evangélicos compartilham da mesma opinião.
O universo armamentista de Bolsonaro é masculino. Já entre o eleitorado que ele tem dificuldade em conseguir votos, as mulheres, a pauta das armas é rejeitada por 81% delas.