Feito desde 2002, teste de integridade das urnas nunca mostrou falha
O Metrópoles entrevistou o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente, para falar sobre a novidade com a biometria
atualizado
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) bateu o martelo e vai aplicar mais uma medida de teste, verificação e aperfeiçoamento das urnas eletrônicas nas eleições gerais de outubro de 2022. Sugestão das Forças Armadas e de outros integrantes da Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), o projeto-piloto com biometria no Teste de Integridade das Urnas Eletrônicas será realizado em 18 Estados e no Distrito Federal.
O teste de integridade envolverá 640 urnas. Este ano, 56 delas (8,74%) com biometria – a resolução aprovada pelo TSE previa entre 5% e 10%. Nenhum eleitor é obrigado a participar. Eles serão convidados por profissionais da Justiça Eleitoral a fazer o teste com votos simulados, que não serão computados.
Nesta quinta-feira (15/9), os primeiros voluntários simularam o procedimento em estrutura montada na sede do TSE. A reportagem do Metrópoles conversou com o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente, pra explicar melhor o que é o teste de integridade, o que muda com esse projeto-piloto e o por que da novidade.
Ele lembrou que o teste de integridade é uma votação pública, aberta e auditada, realizada em urna já pronta para a eleição desde 2002. Em processo filmado, votos em papel são digitados na urna, contados e o resultado comparado à totalização da urna. A novidade do projeto-piloto será o emprego de biometria de eleitores voluntários convidados no local de votação.
“Em 20 anos, fazemos o teste de integridade para avaliar se aquilo que é digitado na urna é corretamente computado. É uma validação do processo eleitoral e da confiabilidade das urnas. A diferença de agora é a biometria. Desde 2002, nunca deu nenhuma diferença. A urna eletrônica sempre dá o resultado referente aos votos que foram nela inseridos”, ressaltou Valente.
Leia entrevista completa:
Metrópoles- O que é o teste de integridade?
Júlio Valente – O teste de integridade acontece desde 2002 em todas as eleições brasileiras e em todos os turnos. O objetivo do teste de integridade é avaliar se aquilo que é digitado na urna é corretamente computado. É uma validação do processo eleitoral e da confiabilidade das urnas. Desde 2022, ele confirma que as urnas são confiáveis.
Metrópoles – Como é feito?
Júlio Valente – A gente leva a urna para um local separado, uma urna que já estava pronta para ser usada e, naquele local separado, filmado, ela recebe votos. Ao final do dia, o resultado dela é confrontado com os votos que foram nela inseridos. Assim, a gente verifica se o resultado das urnas eletrônicas é fidedigno ao que foi inserido nelas.
Metrópoles – Esse tipo de teste ocorre desde quando?
Júlio Valente –Desde 2002. Nunca deu nenhuma diferença. A urna eletrônica sempre dá o resultado referente aos votos que foram nela inseridos.
Metrópoles – Qual a diferença do projeto-piloto que será implantado em 56 urnas, em outubro deste ano?
Júlio Valente –A única diferença do projeto-piloto com biometria é que os eleitores serão convidados a colocarem a sua biometria para liberarem as urnas. Esses votos não são computados. São votos simulados, preenchidos previamente em papel, digitados por servidores da Justiça Eleitoral em urna filmada e, no final do dia, com resultados confrontados.
Metrópoles – Foi um pedido das Forças Armadas?
Júlio Valente – Esse pedido não veio só das Forças Armadas. Veio de algumas entidades da Comissão de Transparência Eleitoral (CTE). O objetivo é aproximar o teste de integridade da realidade da sessão eleitoral.
Metrópoles – Quem pode fiscalizar?
Júlio Valente – Os partidos e as demais entidades fiscalizadoras podem participar do preenchimento das cédulas, que são usadas para o teste de integridade e no projeto-piloto com biometria. Todas as entidades também podem participar como fiscalizadoras. É um teste aberto.
Veja fotos da primeira simulação, realizada no TSE, nesta quinta-feira :