Falha no Instagram vira narrativa golpista em grupos bolsonaristas
Com instabilidade do Instagram, militantes dizem que redes sociais serão bloqueadas para inviabilizar manifestações pró-Bolsonaro
atualizado
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Sem aceitar a derrota nas urnas no último domingo (31/10), grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitaram falhas no Instagram para alimentar a teoria de que redes sociais serão bloqueadas em breve no país.
Em grupos no Telegram, militantes afirmam que essa é uma forma de tentar impedir a mobilização de manifestantes que bloqueiam rodovias pelo país de forma ilegal.
Instabilidade no Instagram
A teoria começou a se espalhar entre apoiadores de Bolsonaro no Telegram na manhã dessa segunda-feira (31/10), após o Instagram apresentar instabilidade e desativar contas sem motivos aparentes. No fim da tarde, no entanto, a empresa se manifestou e afastou qualquer possibilidade de questões políticas terem relações com o problema.
Segundo comunicado da empresa, a falha fez com que “pessoas em diferentes partes do mundo tivessem problemas para acessar suas contas e causou uma mudança temporária para alguns no número de seguidores”.
Além disso, dados do Downdetector – especializado em detectar erros em plataformas digitais – mostram que nas últimas 24 horas apenas o Instagram enfrentou um pico de reclamações, que caiu após a empresa afirmar ter resolvido a instabilidade que provocou a desativação de perfis e instabilidade.
Bloqueios
Com mais de 271 pontos de bloqueio por todo o Brasil no início desta manhã, apoiadores do atual presidente e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) entraram na mira do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a liberação de rodovias na madrugada deste 1º/11.
Manifestantes que não aceitam o resultado das eleições falam em resistir por 72 horas na esperança de que as Forças Armadas sejam evocadas pelo artigo 142 . Contudo, o trecho da Constituição – ao contrário do que começou a viralizar nos últimos anos – não permite uma intervenção militar no país.
Os bloqueios ilegais surgem em um momento de silêncio de Jair Bolsonaro, que até o momento não se pronunciou publicamente sobre o resultado das eleições onde foi derrotado por Lula (PT).