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Fake news: veja como usar o Google para checar se a informação é falsa

Especialistas atestam que, apesar de inspirar cuidados como qualquer ferramenta digital, a plataforma é eficaz para verificação de notícias

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Ilustração de celular com mensagem de fake news- Metrópoles
1 de 1 Ilustração de celular com mensagem de fake news- Metrópoles - Foto: sorbetto/ Getty Images

Em espectros opostos da polarização, a guerra de narrativas criada em torno dos candidatos nas eleições de 2022 atua para confundir o eleitorado. Diante da escalada da desinformação, a Justiça Eleitoral firmou parcerias com redes sociais e plataformas de busca na tentativa de tentar frear a proliferação de ataques e mentiras sobre os adversários.

Embora introduza uma série de variáveis na equação, o Google funciona, além de trazer respostas e um termômetro sobre os temas que mobilizam eleitores nas redes, como uma ferramenta de verificação de informações. Inclusive, com uma aba específica para checagem de conteúdos.

O Metrópoles consultou especialistas para confirmar se o buscador pode ser usado para confirmar notícias e dados que circulam nas redes sociais, e eles atestaram que, apesar de inspirar cuidados como qualquer plataforma no meio digital, ela é confiável.

Como funciona a checagem no Google?

O buscador oferece dois caminhos para a conferência de dados: o primeiro é uma plataforma específica voltada para impulsionar canais de checagem, a aba denominada Fact Check Explorer (veja um passo a passo para usá-la mais abaixo). Lançada em março deste ano, ela ainda não é muito conhecida pelo público em geral.

Outro caminho, mais natural entre os usuários, é a procura na própria barra de pesquisas gerais. Em ambos os percursos, o eleitor é direcionado para locais que desmentem notícias falsas e impulsionam fatos verídicos, como a explica a professora Rafiza Varão, do departamento de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB).

“Quando você procura um conteúdo falso muito buscado, a inteligência artificial entende isso. Nos resultados da pesquisa, esses sites com notíficias falsas estão sempre acompanhados de agências que as desmentem. Com isso, mesmo que a ferramenta de busca faça uma pesquisa personalizada para o usuário, uma relação de conteúdos já verificados aparece na mesma página”, explica.

Os sistemas de classificação da busca do próprio Google facilitam a descoberta de informações relevantes e confiáveis na web aberta, além da possibilidade de organizar a pesquisa priorizando órgãos oficiais, governos e agências especializadas. Apesar do contraponto, essa busca geral ainda demanda uma leitura crítica.

No caso da ferramenta específica para essa finalidade, há uma “precisão maior do conteúdo”, argumenta a especialista. “É possível identificar se ele é verdadeiro, falso ou manipulado direto nas páginas de checagem, e você consegue saber, instantaneamente, se trata-se de algo verídico”, adiciona.

A plataforma também tem uma parceria com o projeto Comprova, coalizão de veículos jornalísticos brasileiros liderada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), da qual o Metrópoles faz parte, que trabalha colaborativamente para investigar desinformação compartilhada nas redes sociais.

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As fake news são conhecidas pelo poder viral que têm; ou seja, espalham-se rapidamente, principalmente em tempos de eleição e vacinação, por exemplo. O objetivo dessas falsas informações é manipular o leitor para que, dessa forma, ele a consuma sem se preocupar em confirmar se é verdade ou não
Outro aspecto muito comum nas fake news é o apelo para com pessoas que têm baixa escolaridade e que se informam, principalmente, pelas redes sociais. Apesar disso, não é incomum que pessoas com mais estudos também sejam persuadidos, uma vez que conteúdos falsos apresentam intensivo viés político
Para não cair e não compartilhar fake news, sempre verifique as fontes que constam na informação. Se após realizar uma procura no Google, por exemplo, a fonte não se sustentar, não apresentar respaldo ou só ter sido mencionada na matéria em questão, esse é um mau sinal
Notícias precisam ter datas. Existem informações que foram dadas como verdadeiras no passado, mas não necessariamente representam o momento atual. Portanto, não se deixe enganar por matérias antigas que, por algum motivo, voltaram a circular. 
Isso é perigoso
Desconfie da informação se ela apresentar posicionamento extremo, acusatório e radical. Informações verídicas têm como base dados oficiais, apresentam mais de um ponto de vista e estão abertas ao contraditório. Fakes news costumam ser ferrenhas na defesa de uma questão e na recusa a ouvir o outro lado da história. Na verdade, o ataque é um ponto comum nas informações falsas
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Fake news são informações falsas vinculadas em meios de comunicação com o intuito de legitimar um ponto de vista e prejudicar iniciativas, grupos específicos ou pessoas específicas

Nipitphon Na Chiangmai / EyeEm/ Getty Images
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As fake news são conhecidas pelo poder viral que têm; ou seja, espalham-se rapidamente, principalmente em tempos de eleição e vacinação, por exemplo. O objetivo dessas falsas informações é manipular o leitor para que, dessa forma, ele a consuma sem se preocupar em confirmar se é verdade ou não

tommy/ Getty Images
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Outro aspecto muito comum nas fake news é o apelo para com pessoas que têm baixa escolaridade e que se informam, principalmente, pelas redes sociais. Apesar disso, não é incomum que pessoas com mais estudos também sejam persuadidos, uma vez que conteúdos falsos apresentam intensivo viés político

FilippoBacci/ Getty Images
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Para não cair e não compartilhar fake news, sempre verifique as fontes que constam na informação. Se após realizar uma procura no Google, por exemplo, a fonte não se sustentar, não apresentar respaldo ou só ter sido mencionada na matéria em questão, esse é um mau sinal

sorbetto/ Getty Images
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Notícias precisam ter datas. Existem informações que foram dadas como verdadeiras no passado, mas não necessariamente representam o momento atual. Portanto, não se deixe enganar por matérias antigas que, por algum motivo, voltaram a circular. Isso é perigoso

tommy/ Getty Images
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Desconfie da informação se ela apresentar posicionamento extremo, acusatório e radical. Informações verídicas têm como base dados oficiais, apresentam mais de um ponto de vista e estão abertas ao contraditório. Fakes news costumam ser ferrenhas na defesa de uma questão e na recusa a ouvir o outro lado da história. Na verdade, o ataque é um ponto comum nas informações falsas

Igor Stevanovic / Getty Images
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Outra forma bem simples de identificar uma fake news é conferir se veículos sérios de comunicação também deram a notícia. Se a informação estiver apenas em um local ou em locais desconhecidos, desconfie

Constantine Johnny/ Getty Images
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Além disso, jamais se informe apenas pelo título. É comum que chamadas para matérias sejam pensadas para atrair a atenção do leitor. Contudo, o título não carrega todas as informações. Para ter certeza do que trata o conteúdo, não deixe de ler toda a reportagem

FilippoBacci/ Getty Images
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Antes de acreditar ou compartilhar uma informação, apure-a de todas as formas que puder e tenha em mente que as fake news se alimentam de compartilhamento. Ao criar ou repassar uma informação mentirosa, você se torna cúmplice e pode ser responsabilizado pelo feito. Cuidado!

Peter Dazeley/ Getty Images
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O E-Farsas, Agência Lupa, Fato ou Fake e Projeto Comprova são sites de fact-checking onde profissionais qualificados trabalham arduamente para verificar informações e, com certeza, podem ajudar na hora de verificar se um conteúdo é verdadeiro ou falso

studiostockart/ Getty Images

Alerta para as redes sociais

Em contrapartida, o professor de marketing digital João Vitor Rodrigues, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM Rio), alerta que ferramentas de busca inspiram cuidados quando o assunto é checagem de informações na aba geral. Uma vez que, um site de fake news, por exemplo, pode pagar para ter um anúncio que aparece em destaque na página.

“Se um site qualquer está pagando para aparecer, o interesse do Google é receber, e ele vai colocar no topo”, explica.

Rodrigues aponta que usuários devem sempre levar em consideração como as ferramentas são programadas. “O papel das ferramentas de busca, além do orgânico, é o pago, que não é só pelo que as pessoas buscam, mas o que o candidato ou campanha está pagando para aparecer”, diz.

Além disso, o algoritmo das plataformas reforça conteúdos alinhados com o que o internauta costuma interagir, quando a busca não é direcionada. “Na plataforma de busca e em redes sociais, conforme você vai pesquisando e interagindo com ele, a plataforma vai criando um conhecimento sobre você, a partir do registro do cookie e do próprio login”, afirma.

Ou seja, caso o usuário da ferramenta costume clicar em sites de fake news, a tendência é de que apareçam mais portais com a mesma temática.

“Ele reforça padrões daquilo que você já demonstra interesse. Se a pessoa demonstra interesse em conteúdos da extrema-direita, ela vai receber conteúdos da extrema-direita. Esse é um mecanismo da estratégia de negócio da plataforma, ela quer que você sempre encontre aquilo que demonstrou ter mais interesse.”

O professor aconselha que usuários das ferramentas tenham cautela sobre a qualidade das informações que aparecem na ferramenta de busca comum, uma vez que todos esses fatores podem influenciar no que é visto ou não.

Passo a passo

A aba do Fact Check Explorer segue o mesmo layout da página tradicional, e funciona de forma bastante intuitiva. Para checar a veracidade de algum tema ou conteúdo, o eleitor pode abrir a página neste link e digitar palavras-chave sobre o tema.

Nos resultados, aparecerão apenas postagens de portais de notícias e agências de checagem verificadas, como nos prints abaixo:

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Reprodução/Google
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