Fachin prevê eleição turbulenta e diz que a democracia está “ameaçada”
Em encontro com os chefes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do Nordeste, o presidente do TSE reagiu a falas de Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
Em encontro com os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do Nordeste, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, ponderou que a democracia está ameaçada e que o período eleitoral será “turbulento”.
Nesta sexta-feira (1º/4), Fachin rebateu as acusações contra a segurança do sistema eletrônico de votação e o que chamou de “narrativas conspiratórias das redes sociais”. O magistrado defendeu que é preciso “dissipar o flerte com o retrocesso”.
“Temos à nossa frente um período turbulento. Espero que, com serenidade e sabedoria, encontremos soluções e superemos desafios. A Justiça Eleitoral está sob ataque. A democracia está ameaçada. A sociedade constitucional está em alerta. Impende, no cumprimento dos deveres inerentes à legalidade constitucional, defender a Justiça Eleitoral, a democracia e o processo eleitoral”, frisou.
Na quinta-feira (31/3), o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou seu discurso na cerimônia de despedida de ministros-candidatos para exaltar o regime militar. O golpe – que instaurou uma ditadura militar no país e que durou 21 anos – completou 58 anos.
“O que seria do Brasil sem as obras do governo militar? Não seria nada. Seríamos uma republiqueta. O que seria da agricultura sem Geisel?”, declarou Bolsonaro.
Sem citar as falas de Bolsonaro, Fachin declarou que os gestores eleitorais não devem “aguçar o circo de narrativas conspiratórias das redes sociais, nem animar a discórdia e a desordem, muito menos agendas antidemocráticas”. Segundo o ministro, o objetivo do TSE e dos TREs é “garantir que os resultados do pleito correspondam à vontade legítima dos eleitores”.