Exército faz “monitoramento de veículos” na ponte Rio-Niterói, diz PRF
Publicações nas redes sociais registram mobilização em cima da ponte que liga a capital fluminense à cidade metropolitana neste domingo
atualizado
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) justificou a presença de militares do Exército em cima da ponte Rio-Niterói, neste domingo (30/10), data do segundo turno das eleições de 2022. A movimentação chamou a atenção de eleitores que transitam no local, e foi registrada em vídeos divulgados nas redes sociais.
“O que está acontecendo é que no final da ponte, onde fica a nossa base, eles estão apenas verificando os veículos que estão passando. Pelos vídeos você pode ver que não tem nenhuma abordagem, mas o Exército está fazendo o monitoramento de veículos e a quantidade de pessoas que estão passando”, informou a assessoria de comunicação da PRF ao Metrópoles.
De acordo com as imagens, a movimentação não interrompeu o trânsito, contudo, militares armados com fuzis, carros da PRF e outros agentes estão posicionados no acostamento da ponte. As pistas estão bem engarrafadas no sentido Niterói, em um movimento atípico para um domingo.
Denúncias de que mobilizações da PRF estão sendo registradas em estados do Nordeste. Por conta das suspeitas, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, pediu esclarecimentos imediatos à direção da corporação.
Veja o vídeo:
Por que o Exército tá junto com a PRF na Ponte Rio Niterói? pic.twitter.com/w3VblQKmmP
— jairme (@jairmearrependi) October 30, 2022
Após pipocarem denúncias de eleitores de que operações e blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão dificultando o deslocamento de eleitores, sobretudo no Nordeste, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, cobrou explicações da entidade neste domingo (30/10).
Moraes determinou que o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, seja oficiado “com urgência” a “informar imediatamente sobre as razões pelas quais [estão sendo] realizadas operações policiais”.
Atendendo a pedido do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), o ministro Alexandre de Moraes já havia proibido que a PRF e a Polícia Federal (PF) fizessem operações envolvendo transporte público de eleitores neste domingo. Caso a decisão não seja obedecida, pode haver responsabilização criminal dos diretores-gerais das corporações.
Denúncias
Por meio de vídeos, divulgados nas redes sociais, pessoas denunciam mobilização da PRF que pode dificultar o voto neste domingo. Entre eles, o prefeito de Cuité (PB), Charles Camaraense (Cidadania). De acordo com ele, agentes da corporação estão na entrada da cidade para impedir que a população vote.
Em nota encaminhada à imprensa, o Tribunal Regional Eleitoral do RJ informou não ter conhecimento de blitz realizada neste domingo.
Confira a nota:
“Forças de segurança reunidas no Gabinete Extraordinário de Segurança Institucional (Gaesi), do TRE-RJ, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Comando Militar do Leste, informaram que não há registro de realização de blitz ao longo do dia no Rio de Janeiro.
Os órgãos destacam que a ação, que demandaria planejamento, não é conveniente em um dia de realização de eleições gerais. O que há, segundo as forças, é patrulhamento ostensivo, com demonstração de presença em alguns pontos, como a Ponte Rio-Niterói.
O Gaesi foi constituído pelo TRE-RJ no fim de julho, para cooperação e colaboração entre as forças de segurança, na prevenção e repressão aos crimes eleitorais. No primeiro turno, a ação do grupo, combinada com o auxílio da Força Federal e um efetivo de 70 mil agentes, resultou na queda de 42% no número de ocorrências em relação ao primeiro turno do pleito de 2018.
Representantes dos órgãos que compõem o Gaesi estão reunidos desde as primeiras horas do dia, na sede do TRE-RJ, para a tomada de decisões diante das eventuais ocorrências. Sempre dentro das atribuições legais de cada órgão.
Integram o gabinete o Comando Militar do Leste, Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Ministério Público do Rio de Janeiro, Procuradoria Regional Eleitoral, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária e Guarda Municipal do Rio de Janeiro.”