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ES: Casagrande endossa crítica de que PT “fez aliança até com Satanás”

Após encontrar Moro, governador do Espírito Santo comentou críticas ao PT que pode reavaliar candidaturas estaduais

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Sérgio Dutti/Divulgação
Moro e Renato Casagrande
1 de 1 Moro e Renato Casagrande - Foto: Sérgio Dutti/Divulgação

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), decidiu esticar a corda com o PT e usou suas redes sociais nesta segunda-feira (14/2) para concordar com uma postagem que acusava o PT de fazer aliança “até com o Satanás”.

A postagem do Twitter saiu em defesa do governador capixaba pelo fato de ele ter recebido o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Sergio Moro, candidato do Podemos à Presidência da República.

“O PT quando esteve no poder fez aliança até com Satanás, agora vem querer regular quem o governador recebe? Me poupem desse falso moralismo ou puritanismo ideológico!”, diz a postagem feita pelo subsecretário de Política sobre Drogas do estado, Carlos Lopes.

Casagrande, por sua vez, avaliou: “Boa afirmação, amigo”.

 

O comentário serviu para botar aumentar o constrangimento entre PSB e PT, em meio a discussões e impasses sobre a formação de uma federação em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Voto vencido

Os movimentos do governador capixaba têm abalado a formação da federação. Além de receber Moro, Casagrande tem dito a interlocutores no estado que não quer o PT em seu palanque para a reeleição neste ano. Na votação interna do PSB para se decidir a entrada na federação, ele foi o único voto a vetar a aliança com o PT – disse ser a favor da federação, mas sem o PT.

O governador, no entanto, foi voto vencido no PSB.

Lula sem palanque

Ao mesmo tempo, o PSB exige que o PT não lance candidatos nos estados priorizados pelo partidos. Atendendo a todas as exigências do PSB e diante do comportamento do capixaba, o PT avalia que ficaria sem palanque para Lula no Espírito Santo. Esse é um ponto que pode jogar por terra todo o diálogo firmado até o momento para a formação do bloco.

O PT do Espírito Santo tinha planos de lançar o nome do senador Fabiano Contarato, recém-filiado ao partido, na disputa ao Palácio Anchieta, mas desarticulou essa ideia diante do avanço das discussões para a federação. Essa posição, no entanto, diante dos recentes movimetos do governador capixaba, pode ser revista.

“A grande pergunta do PT para o PSB é se Casagrande vai ou não apoiar a candidatura de Lula no Espírito Santo. É isso que ele tem que responder”, questionou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos negociadores da federação.

O governador, no entanto, teria a intenção de se manter “neutro” tanto no primeiro quanto no segundo turno, caso o PSB efetive a federação com o PT em torno de Lula.

Outros estados

Nesse movimento de respeito à exigência do PSB, o PT já abriu mão de lançar o nome do senador Humberto Costa ao governo de Pernambuco, em favor do deputado federal Danilo Cabral. Petistas já admitem que até essa decisão poderá ser revista.

Após o encontro de Casagrande com Moro, noticiado pela coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, o PT estadual lançou uma nota em repúdio à atitude do governador.

“A postura do Secretário Geral do PSB e atual governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, é lamentável e equivocada ao receber o ex-juiz Sergio Moro, responsável pela viabilização da extrema direita fascista em nosso país, de concepções altamente reacionárias, instrumento de interesses imperialistas, ex-servidor do governo de Bolsonaro e, portanto, partícipe direto da montagem politica e econômica que levou o país ao caos que se encontra”.

O destino da federação, no entanto, depende de um acerto com entre as cúpulas nacionais de cada partido.

Confira a íntegra da nota do PT do Espírito Santo:

“A postura do secretário-geral do PSB e atual governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, é lamentável e equivocada ao receber o ex-juiz Sergio Moro, responsável pela viabilização da extrema direita fascista em nosso país, de concepções altamente reacionárias, instrumento de interesses imperialistas, ex-servidor do governo de Bolsonaro e, portanto, partícipe direto da montagem politica e econômica que levou o país ao caos que se encontra.

Ao receber Moro para conversas políticas, Casagrande deixa de lado o pensamento estratégico maior e acertado de seu partido, que, em sua maioria significativa, aponta e busca a construção de uma Frente Partidária, cujo objetivo é derrotar o nazifascismo, implementar políticas para que o país elimine a crise econômica, social, política, ambiental e científica que hoje lesa o Brasil.

Ao acenar para Moro, Renato Casagrande alinha-se com um dos principais responsáveis pela agenda que alçou o país ao autoritarismo, à criminalização dos movimentos sociais e da política, ao clima de ódio reinante, ao esgarçamento social e ao negacionismo, deixando um legado de desempregados, de desindustrialização, sucateamento do patrimônio público e privado, inclusive em setores estruturantes do Espírito Santo. Com isso, o governador se afasta dos setores progressistas e democratas do país e de nosso estado.

O PT sempre dialogou e dialoga com democratas, progressistas, partidos e setores sociais, lideranças, movimentos, trabalhadores e trabalhadoras preocupados com a justiça e com a igualdade na reconstrução do nosso país. Aqueles que ultrapassaram os limites institucionais e democráticos merecem nosso repúdio.

Democracia, diálogo, Estado Democrático de Direito e respeito à Carta Magna são elementos inconciliáveis com Sergio Moro.
Democracia não se negocia.

13 de fevereiro de 2022
Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores – Espírito Santo”.

 

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Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB)
Casagrande, do PSB, é o único homenageado a integrar um partido governista
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Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB)

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Casagrande, do PSB, é o único homenageado a integrar um partido governista

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Lula lidera pesquisas em Goiás

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Petista aparece na frente de Bolsonaro (PL) tanto na espontânea, quanto na estimulada

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Ex-presidente Lula em encontro com o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB)

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PT decide não lançar candidatura em Pernambuco e apoiar Danilo Costa, do PSB

Ricardo Stuckert/PT

 

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