Em entrevista ao JN, Bolsonaro usa medalha do Exército na lapela
Medalha do Pacificador, maior honraria do Exército, foi recebida pelo presidente após eleição, em dezembro de 2018
atualizado
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Na sabatina ao Jornal Nacional, na noite de segunda-feira (22/8), o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), usou na lapela a insígnia da Medalha do Pacificador com Palma, a maior honraria do Exército Brasileiro, recebida por ele em dezembro de 2018, semanas após sua eleição e poucos dias antes de tomar posse.
O adorno é usado com frequência pelo mandatário em ocasiões públicas, como aparições em TV. Ele também costuma usar um broche com as cores verde e amarela. Os dois botons exibidos na sabatina do jornal da TV Globo estavam na lapela esquerda do candidato.
A honraria foi concedida com base em ato feito por Bolsonaro em 1978. Na época, o militar da reserva, de acordo com o Exército, salvou um soldado da 2ª Bateria de Obuses do 21º Grupo de Artilharia de Campanha, que estava prestes a se afogar durante atividade de instrução militar.
Inaugurando a série de entrevistas do jornal da TV Globo com os candidatos ao Palácio do Planalto, Bolsonaro foi entrevistado na noite de segunda pelos âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos no estúdio montado exclusivamente para as sabatinas dos presidenciáveis.
A entrevista teve momentos de embate entre os apresentadores e o candidato à reeleição. Em um deles, Bolsonaro “acusou” Bonner de, ao criticá-lo por se unir ao Centrão, o estar “estimulando a ser ditador”.
Bolsonaro também condicionou o respeito aos resultados das urnas a “eleições limpas e transparentes” e defendeu a “liberdade de expressão” de apoiadores que defendem o fechamento do Congresso em atos antidemocráticos.
Horas após a sabatina, Bolsonaro ironizou o apresentador William Bonner: “Foi uma enorme satisfação participar do pronunciamento de William Bonner Kkkkk”, escreveu.
As sabatinas com os postulantes à Presidência têm 40 minutos de duração e são feitas ao vivo diretamente dos “Estúdios Globo”, anteriormente chamado de Projac, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
As datas e a ordem das entrevistas foram definidas por sorteio em 1º de agosto com representantes dos partidos dos presidenciáveis. Veja:
- Segunda-feira (22/8): Jair Bolsonaro (PL)
- Terça-feira (23/8): Ciro Gomes (PDT)
- Quarta-feira (24/8): sem entrevista
- Quinta-feira (25/8): Lula (PT)
- Sexta-feira (26/8): Simone Tebet (MDB)
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Após a sabatina desta segunda-feira, Bolsonaro conversou com apoiadores na saída dos estúdios da Globo e abriu uma live. Ele voltou a convocar os bolsonaristas para atos em apoio ao governo no dia 7 de Setembro e encerrou a gravação dizendo que iria procurar “um cachorro-quente ou um churrasquinho de gato” para finalizar a noite.
Convite aceito
No dia 5 de de agosto, o presidente Bolsonaro concordou oficialmente em ir aos estúdios da Rede Globo, no Rio de Janeiro, para conceder entrevista ao Jornal Nacional.
Inicialmente, Bolsonaro queria negociar a realização da entrevista no Palácio da Alvorada, como foi feito com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em eleições anteriores.
O Partido Liberal, sigla à qual o presidente é filiado, havia solicitado que a entrevista ocorresse na Residência Oficial da Presidência, sob a alegação de que os ex-presidentes petistas tiveram o mesmo direito quando tentaram reeleição em 2006 e 2010, respectivamente. No entanto, após negativa da Globo, ele recuou e aceitou o convite.