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Em convenção do PSB, Lula defende “campanha sem ódio” nas ruas

Ex-presidente atacou Bolsonaro em seu discurso durante convenção partidária que oficializou a candidatura de Alckmin a vice em sua chapa

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Gustavo Moreno/Metrópoles
candidato presidencia Luiz inacio lula da Silva durante Convenção Nacional do PSB, em pauta está a escolha do candidato a vice-presidente da República, Geraldo Alckmin 2
1 de 1 candidato presidencia Luiz inacio lula da Silva durante Convenção Nacional do PSB, em pauta está a escolha do candidato a vice-presidente da República, Geraldo Alckmin 2 - Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou, nesta sexta-feira (29/7), no encerramento da convenção partidária do PSB, que confirmou a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin a vice-presidente da chapa. Na ocasião, o petista fez críticas ao atual governo e mirou o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Ninguém acredita mais nos rompantes do presidente que governa esse país”, disse Lula. “Não podemos ceder a esse fanfarrão”, defendeu em outro momento, dizendo que, se eleito, pegará um país em condições mais desiguais e com mais problemas do que em sua primeira eleição, em 2002. “Está tudo pior no Brasil. Então, qual é a vantagem? É que eu e o Alckmin estamos melhores”, enfatizou.

Ainda em sua fala, o candidato ao Palácio do Planalto defendeu uma “campanha sem ódio” e que irá às ruas para pedir votos. “Vamos fazer uma campanha sem ódio, não vamos aceitar nenhuma provocação. Ninguém tem que brigar com ninguém na rua. Ninguém tem que brigar com ninguém em restaurante. Não vamos aceitar nenhuma provocação. Vamos ganhar tendo coragem”, disse.

“Tem gente que acha que eu não deva fazer comício, deva fazer tudo em local fechado. Daqui pra frente é tudo em lugar aberto. Temos que ir pra rua para mostrar que o povo quer democracia”, completou o ex-presidente, que já foi orientado por aliados a evitar atos públicos em razão do risco à sua segurança. Vale lembrar que, no início do mês, uma bomba caseira explodiu ao lado de palanque em que o petista discursaria, no Rio de Janeiro.

Avanço da fome

Uma das pautas do discurso do presidenciável foi o avanço da fome no país, que rendeu um trocadilho do candidato ao Palácio do Planalto com o apelido de Alckmin – chamado pelos opositores de “picolé de chuchu”. “Não faltarão lula e chuchu para ninguém nesse país”, brincou.

“Temos que readquirir a capacidade de nos indignarmos. Precisamos criar uma indignação na sociedade: não é normal pessoas passarem fome; crianças morrerem de desnutrição; 900 milhões de seres humanos passando fome no mundo e os ricos gastando bilhões e bilhões tentando voar para o espaço para procurar um lugar melhor que a Terra”, prosseguiu.

Urnas eletrônicas

Assim como Alckmin, que antecedeu sua fala, Lula discursou em defesa da lisura do sistema eleitoral brasileiro – vítima de ataques recorrentes de Bolsonaro. “Ele não tem que ter medo da urna eletrônica, tem que ter medo que o povo está saturado, enojado, cansado de tanta mentira, de tanta fake news e de tanta destruição. Nós não suportamos mais”, disparou.

O presidenciável classificou como “idiotice” a reunião do atual mandatário do país com embaixadores, oportunidade em que o presidente voltou a colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.

“Nunca imaginei que aos meus 76 anos de idade iria ver um presidente da República cometer a idiotice de chamar embaixadores para fazer o pior papel que um presidente pode fazer, que é mentir e vender uma ideia falsa de que no Brasil a democracia correm risco por conta das urnas eletrônicas. Justamente ele que desde 1998 é eleito com voto eletrônico, que elegeu os filhos deputado, vereador e senador; que se elegeu com o voto eletrônico. Ele ousa passar a ideia de que ele vai ser roubado nessas eleições”, criticou.

Chapa oficializada

Nesta sexta, o PSB chancelou por aclamação a candidatura de Alckmin para vice na chapa do ex-presidente Lula. A convenção partidária contou com a participação do petista, em gesto do presidenciável para tentar amenizar as disputas entre as legendas coligadas às vésperas do início da campanha eleitoral.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que as divergências entre candidaturas estaduais são “questões pontuais” e decorrem de “projetos distintos em alguns estados”.

“Essa é a mais importante coligação que o PSB participa desde a sua reconstrução. A disputa presidencial se afigura entre democracia e autoritarismo, entre civilização e barbárie. Neste contexto, em que pese questões pontuais e projetos distintos em alguns estados, a luta em favor da plenitude democrática une de forma sólida os partidos que compõem o campo progressista em apoio incondicional a Lula e Alckmin”, defendeu.

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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos
Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula
No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice
Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro
A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República
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Quinze anos depois de concorrerem como rivais nas eleições ao cargo de chefe do Executivo federal, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiam formar aliança inusitada para 2022

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos

Band/Reprodução
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Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula

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No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice

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Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro

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A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República

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O tucano pode, também, agregar mais votos de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país

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De acordo com pesquisa realizada em setembro de 2021 pelo Datafolha, Alckmin estava na liderança para o governo paulista

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A aliança entre os políticos foi oficializada em abril de 2022. A "demora" envolveu, além das questões legais da política eleitoral, acordo sobre a qual partido o ex-governador se filiaria

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Ao ser vice de Lula, Alckmin almeja ganhar ainda mais projeção política, o que o beneficiará durante possível corrida presidencial em 2026

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 18 de março de 2022, Alckmin anunciou a filiação ao PSB, depois de 33 anos no PSDB

Divulgação/ Ricardo Stuckert
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Carlos Siqueira, Geraldo Alckmin, Lula e Gleisi Hoffmann

Fábio Vieira/Metrópoles

A reunião ocorre uma semana após o PT oficializar a candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. Na ocasião, o partido optou por uma convenção mais “protocolar” e sem a presença dos integrantes da chapa. Neste mesmo dia, Lula e Alckmin cumpriam agenda em Recife (PE).

O PSB, por sua vez, decidiu pela realização de um grande ato em um hotel de luxo na capital federal, que teve a segurança reforçada para o evento. Como tem sido de praxe nos eventos com a presença de Lula, todos os jornalistas credenciados para cobrir a cerimônia precisaram passar por detectores de metais, além de revistas pessoais.

Com o nome oficializado, Alckmin passará a cumprir agenda pelo interior do país e demover a rejeição do petista em setores como o agronegócio e o empresariado.

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