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Eleições: Bolsonaro mais que dobra frequência de agendas religiosas

Tática do presidente tem surtido efeito em pesquisas. Atual titular do Planalto conta com a maioria das intenções de voto do segmento

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Jair Bolsonaro em convenção do PL
1 de 1 Jair Bolsonaro em convenção do PL - Foto: Aline Massuca/ Metropoles

Empenhado na missão de continuar no comando do Palácio do Planalto por mais um mandato, Jair Bolsonaro (PL) tem investido seu tempo em agendas voltadas ao segmento religioso. Segundo levantamento feito pelo Metrópoles com base na agenda presidencial, o mandatário do país mais que dobrou sua presença em eventos religiosos do ano passado para cá.

Entre janeiro e julho de 2021, o presidente apareceu em 10 agendas com o setor. No mesmo período deste ano, foram 22 compromissos.

A tática do atual titular do Executivo federal tem surtido efeito nas consultas eleitorais. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em junho, apesar de o pré-candidato à Presidência do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, liderar a disputa pelo Planalto, é Bolsonaro quem tem a maioria das intenções de votos dos evangélicos – 40% ante 35% de Lula.

No levantamento anterior, publicado em maio, os percentuais eram 39% e 36%, respectivamente. Em março, os resultados eram 37% para Bolsonaro e 34% para Lula. 

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022

Reprodução/Instagram
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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos

Hugo Barreto/Metrópoles
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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois

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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)

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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam

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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair

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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República

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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)

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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos

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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente

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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros

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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente

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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto

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As agendas de Bolsonaro ocorrem tanto em Brasília – em seu gabinete e no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente – quanto pelo país. A Marcha para Jesus, no Espírito Santo, se tornou a mais recente delas, em 23 de julho.

A programação voltou a ser realizada de forma presencial após dois anos com encontros virtuais em razão da pandemia de coronavírus. Segundo registros oficiais da agenda presidencial, neste ano, Bolsonaro esteve em 10 atos do evento gospel – quase metade dos compromissos religiosos em que participou em 2022.

Pauta de costumes

Outros eventos que contam com a participação do atual chefe do Executivo federal são cultos e reuniões com líderes religiosos. Ocasiões em que o presidente costuma pregar a chamada “pauta de costumes” e criticar a legalização do aborto e a ideologia de gênero, por exemplo. 

“O que nós queremos é que o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda. A Mariazinha seja Maria a vida toda, que constitua família, que seu caráter não seja deturpado em sala de aula”, disse em 14 de julho, durante culto no Maranhão. 

Além disso, Bolsonaro tem aproveitado as agendas com religiosos para exaltar as mulheres. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em junho, a rejeição do presidente é de 61% entre o eleitorado feminino.

Aconselhado pelo seu comitê de campanha, o titular do Planalto passou a investir no discurso em favor do público feminino. “Hoje, este encontro religioso de mulheres tem um significado especial. Nenhum homem pode ser bem-sucedido se não tiver uma mulher a seu lado”, pregou durante assembleia com mulheres evangélicas.

Foco da campanha eleitoral

Interlocutores afirmam que Bolsonaro tem vantagem sobre Lula diante do segmento e defendem que católicos e evangélicos estarão novamente ao lado do presidente, a exemplo das eleições de 2018. 

Segundo Rodolfo Tamahana, professor e especialista em ciências políticas do Ibmec Brasília, após aprovar a PEC dos Auxílios, que permitiu a criação de um pacote social de R$ 41,2 bilhões em pleno ano eleitoral, o foco da campanha de Bolsonaro agora se volta para a defesa da pauta de costumes. Esse seria o grande diferencial entre o atual presidente e o petista.

“A pauta de costumes é exatamente o que complementa a estratégia dele [Bolsonaro]. Ou seja, o braço econômico veio por meio da PEC dos Auxílios e, agora, a pauta de costumes passará a ser a estratégia. Isso demonstra uma aproximação muito consistente com os líderes religiosos, e é o que diferencia o candidato Bolsonaro do candidato Lula”, explicou.

Na mesma linha, Matheus Albuquerque, da Dharma Politics, diz que o diálogo de Lula com o eleitorado conservador e à direita do espectro político “ainda se constitui como uma tarefa complexa, em que enfrenta múltiplas resistências”.

“No fim do dia, Bolsonaro espera cristalizar sua vantagem percentual junto ao segmento evangélico, de modo a não ser ultrapassado por Lula, que resguarda vantagem competitiva junto ao eleitorado geral na maior parte das pesquisas de opinião do país”, pontuou.

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