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Eleições 2022: veja como bolsonaristas arrependidos se saíram

Políticos que se elegeram na onda bolsonarista em 2018 tentaram de novo este ano, mas como opositores

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Alexandre Frota
1 de 1 Alexandre Frota - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Muitos políticos que foram eleitos na onda bolsonarista de 2018 ou assumiram cargos importantes no governo federal acabaram rompendo com o presidente ao longo do primeiro mandato, como os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Carlos Alberto Santos Cruz. Alguns desses bolsonaristas arrependidos tentaram se eleger este ano, mas sem fazer parte do movimento político que ajudaram a fortalecer há quatro anos.

Mandetta (União Brasil) foi um deles: se candidatou ao Senado pelo Mato Grosso, mas foi derrotado por uma ex-colega que permaneceu no barco bolsonarista: Tereza Cristina (PP).

O ator Alexandre Frota, por exemplo, foi um dos grandes cabos eleitorais de Bolsonaro em São Paulo, fazendo forte campanha de rua em 2018. Se elegeu deputado federal com mais de 155 mil votos pelo PSL, que era o partido do presidente, mas rompeu com o bolsonarismo ainda em 2019, inconformado com a postura do clã Bolsonaro em relação às denúncias envolvendo supostas rachadinhas operadas por Fabrício Queiroz, ex-chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro.

Após um mandato de oposição aberta a Bolsonaro, Frota migrou para o PSDB e resolveu tentar outro cargo: deputado estadual em São Paulo. Com menos de 25 mil votos, porém, ficou longe dos líderes e, apesar de eleições proporcionais precisarem de um cálculo para ver quem é eleito, a projeção é de que Frota fique sem emprego parlamentar.

A jornalista Joice Hasselmann fez caminho parecido com o de Frota. Disputando pelo PSL, teve cerca de um milhão de votos em São Paulo e ajudou a eleger uma grande bancada para o partido, que acabou trocando pelo PSDB.

Como tucana, concorreu à reeleição como deputada federal pelo PSDB e perdeu, ficando com menos de 15 mil votos.

Veja o Boletim Metrópoles especial Eleições 2022:

Já o tucano Eduardo Leite não pode ser chamado de bolsonarista raiz, mas deu apoio aberto ao presidente na campanha de 2018. Rompeu com ele principalmente por não concordar com a forma como ele lidou com a pandemia de coronavírus.

Leite chegou a tentar uma candidatura à Presidência, mas perdeu nas prévias tucanas para o ex-governador paulista João Doria (outro bolsonarista arrependido), que também acabou não concorrendo ao cargo. Candidato à reeleição no Rio Grande do Sul, Leite foi para o segundo turno, mas apareceu atrás de um bolsonarista raiz, Onyx Lorenzoni (PL) no resultado do primeiro turno.

Soraya Thronicke, que disputou a presidência da República nestas eleições, é outra bolsonarista arrependida. Ela se elegeu senadora em 2018 pelo Mato Grosso do Sul pedindo voto para Bolsonaro, mas, como Mandetta e Leite, rompeu com o presidente na pandemia e passou a criticá-lo.

Na disputa presidencial, Soraya não conseguiu deslanchar e estava no quinto lugar na apuração, quando esta reportagem foi publicada.

E Moro?

Por fim, temos Sergio Moro (União Brasil), um político difícil de classificar. “Super” ministro no início do governo e troféu exibido por Bolsonaro para simbolizar o combate à corrupção, Moro acabou deixando o governo de maneira ruidosa em abril de 2020, denunciando Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal por suposta ingerência indevida em órgãos federais de investigação.

O ex-juiz pareceu, por algum tempo, ser um bolsonarista arrependido, mas acabou se reaproximando do ideário do presidente nesta eleição, quando se candidatou ao Senado pelo Paraná. Moro chegou a gravar vídeo pedindo voto para Bolsonaro e distribuir santinhos com os números dos dois, mas não recebeu o mesmo tratamento do clã Bolsonaro ou dos bolsonaristas mais radicais, que seguem considerando-o um traidor.

Ainda assim, Moro conseguiu superar tanto seu ex-padrinho político, Álvaro Dias (Podemos), como o candidato bolsonarista oficial, Paulo Martins (PL), e vai assumir uma vaga no Senado em 2023.

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