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- Foto: Yanka Romão/Arte/Metrópoles
Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) decidirão no segundo turno quem vai presidir o Brasil pelos próximos quatros anos. É a sexta vez seguida que uma eleição presidencial não é definida no primeiro turno.
Segundo a apuração dos votos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 21h26, o petista alcançou 47,85% dos votos válidos e o atual presidente tinha 43,70%. Com isso, eles não podem mais ser alcançados pelos adversários nem conseguir mais de 50% dos votos, o que garantiria uma vitória em 1º turno. Com 100% das urnas apuradas, Lula alcançou 48,43% dos votos, e Bolsonaro, 43,20%.
Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) aparecem em terceiro e quarto lugar, respectivamente, com 4,22% e 3,06%.
Os dois candidatos que vão para a rodada final, marcada para o próximo dia 30 de outubro, estiveram muito à frente de seus adversários nas pesquisas ao longo de toda a corrida eleitoral. O resultado que sai das urnas mostra a consolidação dessa polarização entre Lula e Bolsonaro e o pouco espaço para qualquer tentativa de terceira via.
Esta é a nona eleição presidencial por meio do voto direto desde a redemocratização, no fim da década de 1980. O vencedor deste ano governará o Brasil de 1º de janeiro 2023 a 31 de dezembro de 2026.
Veja as trajetórias dos postulantes que restaram na disputa:
Lula
Hoje com 76 anos, Lula foi metalúrgico e sindicalista antes de iniciar a carreira política até chegar à sexta eleição presidencial em disputa. Foi eleito duas vezes, em 2002 e em 2006, depois de perder em 1989, para Fernando Collor, e em 1994 e 1998, para Fernando Henrique Cardoso. Em 2018, tentou concorrer, mas seus processos ainda não haviam sido anulados pelo Supremo e ele estava inelegível.
Fundador do PT, Lula foi o primeiro presidente a ser eleito pelo campo da esquerda desde a redemocratização. Focou seus governos na área social, com programas como Fome Zero, Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família.
Terminou seu segundo mandato com a expressiva aprovação de 83% e fez sua sucessora, a petista Dilma Rousseff, mas teve as administrações manchadas por escândalos de corrupção. Os principais foram o Mensalão, julgado em 2012 pelo STF e que resultou na condenação de diversos dirigentes petistas, e o Petrolão, que levou à sentença do próprio Lula em 2012.
A condenação pelo caso do tríplex no Guarujá, após ser confirmada em 2ª instância, levou Lula para a cadeia em abril de 2018. O petista ficou 580 dias detido em uma sala na superintendência da PF em Curitiba e, após ser libertado, conseguiu anular a condenação e demais processos relacionados à operação Lava Jato com dois argumentos: não deveria ter sido julgado pela Justiça Federal do Paraná e parcialidade do então juiz de 1ª instância, Sergio Moro.
O Supremo decidiu em favor de Lula e o liberou para disputar a eleição deste ano.
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Luiz Inácio Lula da Silva, nascido em 1945, é um ex-metalúrgico, ex-sindicalista e político brasileiro. Natural de Caetés, no Pernambuco, foi o 35º presidente do Brasil
Fábio Vieira/Metrópoles
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De origem simples, Lula se mudou para São Paulo com a família quando ainda era criança. Na infância, trabalhou como vendedor de frutas e engraxate
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Mais tarde, tornou-se auxiliar de escritório, foi aluno do curso de tornearia mecânica no Senai e, tempos depois, passou a trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerda
Fábio Vieira/Metrópoles
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Em 1966, Lula começou a trabalhar em uma empresa metalúrgica. Em 1968, filiou-se ao Sindicado de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1969, foi eleito para a diretoria do sindicato da categoria
Fábio Vieira/Metrópoles
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Durante a ditadura militar, liderou a greve dos metalúrgicos e foi preso, cassado e processado com base na lei vigente à época. Foi justamente nesse período que a ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores surgiu
Ricardo Stuckert
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Para formar a sigla, juntou representantes de movimento sindicais, sociais, católicos e intelectuais. Lula se tornou o primeiro presidente do PT. Durante a redemocratização, foi um dos principais nomes do Diretas Já, e no mesmo período, iniciou a carreira política
Reprodução/YouTube
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Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo e, em 1989, concorreu pela primeira vez para presidente. Perdeu para Fernando Collor. Lula disputou o Palácio do Planalto outras duas vezes até ser eleito, em 2002
Ricardo Stuckert/Reprodução/Instagram
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Cumprindo o primeiro mandato, foi reeleito em 2006, após disputa com Geraldo Alckmin, e permaneceu como presidente até 31 de dezembro de 2010
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Durante o período em que foi chefe de Estado, ficou conhecido pelos programas sociais Fome Zero e Bolsa Família, pelos planos de combate à pobreza e pelas reformas econômicas que aumentaram o PIB brasileiro. No exterior, Lula foi considerado um dos políticos mais populares do Brasil e um dos presidentes mais respeitados do mundo
Fábio Vieira/Metrópoles
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Após passar a faixa presidencial para Dilma Rousseff, Lula começou a realizar palestras nacionais e internacionais. Em 2016, foi nomeado por Dilma para comandar a Casa Civil, mas foi impedido de exercer a função pelo STF
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Em 2017, Lula foi condenado pelo então juiz Sergio Moro por lavagem de dinheiro e corrupção, resultado da Operação que ficou conhecida como Lava Jato. A sentença levou Lula à prisão até 2019, quando ele foi solto após o STF decidir que ele só deveria cumprir pena depois do trânsito em julgado da sentença
Fábio Vieira/Metrópoles
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Em 2021, o Supremo declarou que Sergio Moro foi parcial nos julgamentos e, consequentemente, todos os atos processuais foram anulados. Lula tornou-se elegível outra vez e, tempos depois, confirmou a intenção de se candidatar novamente ao Planalto
Reprodução
Bolsonaro
Bolsonaro, de 67 anos, é capitão reformado do Exército. Integrou a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman) e se formou como paraquedista. Em 1986, foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos depois, acabou absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM).
Em 1988, Bolsonaro seguiu para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, conseguiu ser eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, seu berço eleitoral. Em 1991, foi votado para deputado federal. Reeleito para sucessivos mandatos na Câmara dos Deputados, o atual mandatário desempenhou funções parlamentares até 2018, quando foi eleito presidente da República.
Deputado do chamado “baixo clero”, Bolsonaro passou por nove siglas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL).
É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Jair Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos.
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022
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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Hugo Barreto/Metrópoles
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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair
JP Rodrigues/Metrópoles
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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República
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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)
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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos
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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente
Igo Estrela/Metrópoles
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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros
Alan Santos/PR
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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto
Igo Estrela/Metrópoles
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