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Eleições 2022: derrota histórica em SP coloca futuro do PSDB em xeque

Com pior resultado dos tucanos desde 1990, governador Rodrigo Garcia fica fora do 2º turno e encerra uma hegemonia de 28 anos do partido

atualizado

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O documento assinado por Rodrigo Garcia é o primeiro desse tipo firmado pelo governo de São Paulo com o MP
1 de 1 O documento assinado por Rodrigo Garcia é o primeiro desse tipo firmado pelo governo de São Paulo com o MP - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A derrota do governador Rodrigo Garcia no 1º turno da eleição ao governo de São Paulo neste domingo (2/10) encerra uma hegemonia de 28 anos do PSDB no comando do estado mais rico do país e põe em xeque o futuro do partido.

Com apuração praticamente concluída, Garcia ficou em terceiro lugar na corrida estadual e teve o pior desempenho eleitoral registrado por um candidato tucano ao governo do estado desde 1990. A eleição será definida no 2º turno entre os candidatos Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Desde 1994, quando venceu com o ex-governador Mário Covas, o PSDB acumulou sete vitórias consecutivas nas urnas. A última delas em 2018, com o ex-governador João Doria, apontado por alguns tucanos como uma dos responsáveis pela crise do partido que desencadeou na derrota histórica deste domingo.

Foi Doria quem articulou em 2021 a filiação de Rodrigo Garcia ao PSDB para disputar sua sucessão neste ano e manter a hegemonia do partido no estado. Garcia era vice do tucano e secretário de Governo e estava filiado ao DEM, que depois virou União Brasil.

O gesto de Doria provocou a saída de Geraldo Alckmin do partido. Tucano histórico, Alckmin almejava concorrer a governador pela quarta vez. Isolado na sigla, acabou aceitando a proposta para ser vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo PSB.

Doria também insistiu em uma candidatura à Presidência da República que rachou o partido. Ele acabou ficando isolado e se vendo obrigado a desistir da disputa mesmo após ter vencido as prévias. Com isso, o PSDB ficou sem candidato próprio a presidente pela primeira vez desde a redemocratização do país.

Diante desse cenário, o PSDB apostou todas as fichas na reeleição de Rodrigo Garcia, considerado um político experiente — foi eleito pela primeira vez em 1998 — e habilidoso — montou a maior coligação de partidos e costurou apoio de mais de 500 prefeitos.

Rejeição

Garcia, contudo, esbarrou no alto índice de rejeição de João Doria, seu antecessor, e não conseguiu quebrar a polarização entre petistas e bolsonaristas na corrida estadual. Tanto Haddad quanto Tarcísio exploraram na campanha a popularidade de seus respetivos padrinhos políticos, Lula e Jair Bolsonaro.

Com o revés deste domingo, Garcia se junta a Márcio França (PSB) na lista de governadores que não conseguiram se reeleger em São Paulo e pode deixar o partido. Já o PSDB perde o governo que lhe assegurava a poderosa máquina tucana paulista e deve voltar a discutir uma fusão com outras legendas.

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