Doria chama de “comportamento estratégico” sua ameaça de desistir
Governador de São Paulo disse que anúncio de abandono de candidatura ajudou a unir o partido
atualizado
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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou, no fim da tarde desta quinta-feira (31/3), de “comportamento estratégico” a sua jogada nas últimas 24 horas de ameaçar desistir da candidatura presidencial pelo PSDB. A decisão iria implodir todos os arranjos partidários dos tucanos no estado de São Paulo.
“É um comportamento estratégico. Faz parte da vida política ter estratégia para construir caminhos. Não pode agir só emocionalmente”, disse Doria em resposta ao Metrópoles sobre como chamaria sua jogada.
O tucano acrescentou que sua jogada foi “um campo para fortalecer a nossa candidatura e fortalecer o PSDB”.
A ameaça de Doria disparou uma crise no PSDB, que motivou o presidente nacional dos tucanos, Bruno Araújo, a redigir uma carta em que se compromete com a candidatura de Doria ao Palácio do Planalto. Conforme adiantou o colunista Igor Gadelha, o impasse foi abafado após a divulgação do texto.
Até então, havia articulação de caciques do PSDB para transformar o ex-governador Eduardo Leite no presidenciável tucano, mesmo depois de ele ter perdido para Doria a disputa nas prévias.
Doria lançou sua candidatura nesta quinta-feira, em evento com forte conotação eleitoral no Palácio dos Bandeirantes, com a presença de 619 prefeitos e centenas de apoiadores e aliados. Araújo sentou no palco com ele.
O presidenciável tucano declarou que é hora de “criar uma frente ampla e um time poderoso pelo Brasil e pelos brasileiros, construir, sim, a melhor via para o nosso país”.
“Nem Bolsonaro nem Lula têm a confiança da maioria dos brasileiros. Estamos numa disputa de rejeitados. A desaprovação de um e de outro é que aumenta o voto em um ou no outro. Agora o voto tem que ser a favor do Brasil”, assinalou Doria.