Desistência de Doria agrada PT de SP, que temia Garcia no 2º turno
Na análise de petistas, com a máquina do governo na mão, o tucano ameaçava mais a candidatura de Haddad que o bolsonarista Tarcísio
atualizado
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A desistência do governador de São Paulo, João Doria, de disputar as eleições para a Presidência da República é uma notícia bem recebida no PT, partido que pretende lançar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto e o ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad ao governo de São Paulo.
A avaliação é de que o vice-governador Rodrigo Garcia teria mais chances de derrotar Haddad em um eventual 2º turno, tendo a máquina do governo de São Paulo nas mãos e apoio da maioria esmagadora dos prefeitos paulistas. Além disso, pesquisas internas do PT dão conta de que, para vencer, Rodrigo teria também que se descolar de Doria, algo impossível com a decisão do atual governador de permanecer no cargo.
Para petistas, Garcia, apesar de ainda ser relativamente desconhecido, assombra mais a candidatura de Haddad que a candidatura do ex-ministro de Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, nome de Jair Bolsonaro na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.
Um dado levado em conta pelo PT seria que a maioria dos prefeitos de São Paulo estaria com Garcia nas eleições. O número que incomoda os petistas é o seguinte: dos 645 prefeitos, pelo menos 532 estariam com Garcia. Além disso, esses prefeitos têm repetido que nunca tiveram tanto dinheiro do governo do estado como agora.
“O nosso receio é o Rodrigo Garcia subir. Tem gente que não acredita, mas se ele cresce, coloca em risco o Tarcísio. E Rodrigo Garcaia no segundo turno pode ganhar de Haddad”, expressou um petista ao Metrópoles.
Doria surpreendeu aliados e auxiliares nesta quinta (31/3), ao comunicar que desistiu de concorrer à Presidência pelo PSDB e avisou que não vai mais deixar o cargo hoje, como estava previsto. O tucano cancelou agendas destinadas à sua “despedida” do governo paulista e prometeu um pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, à tarde. Aliados também dizem que ele deixará o PSDB e que não pretende concorrer à reeleição.
Garcia, por sua vez, pediu demissão da Secretaria de Governo, cargo que exercia em conjunto com a vice.