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Desde 1989, pesquisas feitas a 100 dias das eleições acertaram 6 de 8 resultados

Candidato que liderava pesquisa Datafolha não venceu as eleições apenas nos anos de 1994 e 2018. Em junho de 2010, Dilma empatou com Serra

atualizado

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Gustavo Moreno/Metrópoles
Testes das urnas eletrônicas no TSE
1 de 1 Testes das urnas eletrônicas no TSE - Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles

A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha foi divulgada a 100 dias das eleições, marcadas para 2 de outubro. Levantamentos sobre as corridas presidenciais realizados desde 1989, quando ocorreu o primeiro pleito direto depois da redemocratização, mostram que o candidato que liderava as pesquisas a 100 dias da votação venceu a disputa na maioria das eleições.

Só houve mudança significativa no cenário entre junho e outubro nos anos de 1994 e 2018. Em junho de 2010, a sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff (PT), estava tecnicamente empatada com José Serra (PSDB). Até meados do ano, o tucano ainda estava na dianteira.

O Instituto Datafolha foi selecionado para a análise, porque é o único que presta o serviço da mesma forma desde a volta da democracia ao país, com constância e regularidade na divulgação de pesquisas eleitorais.

O levantamento do Metrópoles baseou-se nos acervos do instituto e em notícias veiculadas pela imprensa. Foram consideradas perguntas estimuladas com o principal cenário apresentado ao eleitor — com exceção do ano de 2018, em razão da indefinição do PT àquela altura. Para as apurações finais das eleições, foram consultados os dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Desde 1994, as eleições brasileiras ocorrem no mês de outubro. Portanto, foram observadas as pesquisas realizadas em junho de 1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. A primeira eleição direta pós-redemocratização, que colocou Fernando Collor (então no PRN) na cadeira presidencial, ocorreu entre novembro (primeiro turno) e dezembro (segundo turno) de 1989.

Após começar o ano tecnicamente empatado com Lula (PT) e Leonel Brizola (PDT), Collor abriu vantagem no levantamento de junho. O futuro presidente tinha 42% das menções naquele mês, ante 11% de Brizola e 7% de Lula.

 

Na eleição seguinte, de 1994, Lula apresentava 41% das intenções de voto no mês de junho, segundo o Datafolha, ante 19% de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). FHC, porém, conseguiu virar o jogo e vencer ainda em primeiro turno, com 54,24% dos votos válidos, embalado pelo Plano Real e por forte campanha dos demais candidatos contra o petista.

Em 1998, FHC e Lula apareciam com pouca diferença numérica nas pesquisas, mas o tucano abriu vantagem expressiva a partir de julho (quando subiu de 33% para 40% das intenções de voto, enquanto Lula saiu de 30% para 28%) e venceu novamente em primeiro turno.

Nas eleições de 2002 e 2006, Lula liderava as pesquisas meses antes da população ir às urnas, mas só ficou com a vitória no segundo turno.

Em meados de 2010, Dilma havia subido e contabilizava 38% das intenções de voto, o que a colocava tecnicamente empatada com o tucano José Serra, com 39% (a margem de erro era de dois pontos percentuais, para mais ou para menos). A petista derrotou Serra em segundo turno, por 56,05% a 43,95%.

Em 2018, pesquisas aplicadas por diferentes institutos acertaram o resultado final, ao mostrarem a tendência de alta do então candidato Jair Bolsonaro, apesar de nem todas terem acertado sua vitória em segundo turno. O mandatário frequentemente ataca os levantamentos para questionar dados que apontam aumento na sua rejeição.

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Em junho de 2018, Lula ainda figurava como candidato nas pesquisas encomendadas — e liderando. O petista tinha 30%, ante 17% de Bolsonaro e 10% de Marina Silva (Rede). À época ele estava preso em Curitiba (PR), após condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá — sentença atualmente anulada. Ainda não tinha saído a decisão judicial oficial que o tiraria da eleição.

Bolsonaro registrava, no último levantamento do Datafolha antes do primeiro turno, 35% das intenções de voto, ante 22% de Fernando Haddad (PT). Nas urnas, Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos e Haddad, 29,28%.

2022

A mais recente pesquisa divulgada pelo Datafolha para as eleições presidenciais de 2022 mostra o ex-presidente Lula na dianteira, com 47% das intenções de voto, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 28%.

Em seguida, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%; André Janones (Avante), 2%; Simone Tebet (MDB), 1%; Pablo Marçal (Pros), 1%; e Vera Lúcia (PSTU), 1%.

O levantamento ouviu 2.556 eleitores em 181 cidades, nos dias 22 e 23 de junho. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-09088/2022.

A diferença entre Lula e Bolsonaro oscilou dois pontos percentuais, de 21 para 19, em relação à última rodada da pesquisa. O petista tinha 48% em maio contra 27% do atual presidente. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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