metropoles.com

Derrotado pela 3ª vez, Haddad terá protagonismo no governo Lula

Embora não tenha conseguido vencer o antipestimo na eleição ao governo, ex-prefeito sai fortalecido e se credencia como sucessor de Lula

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fábio Vieira/Metrópoles
Fernando Haddad discursa ao lado de Lula
1 de 1 Fernando Haddad discursa ao lado de Lula - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O resultado das eleições deste domingo (30/10) em São Paulo sacramentou a terceira derrota seguida de Fernando Haddad (PT) nas urnas. Mesmo com o melhor desempenho da história do partido no estado, o ex-prefeito não conseguiu suplantar o antipestimo que ainda é forte entre os paulistas, assim como ocorreu em 2018, quando perdeu a disputa presidencial para Jair Bolsonaro, e em 2016, ao não conseguir se reeleger na Prefeitura da capital.

Mas apesar do revés diante do ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), recém-eleito governador, Haddad sai do pleito com mais musculatura política, com protagonismo assegurado no ministério que será montado pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e todas as credenciais para ser o candidato petista à sucessão de seu padrinho político em 2026 — Lula prometeu não disputar a reeleição.

Fernando Haddad e Lula durante a campanha

As conversas que irão definir qual cargo será ocupado por Haddad no governo Lula só começam a partir desta segunda-feira (31/10). Até a eleição, o núcleo petista desconversava sobre assunto, com o discurso de que uma virada na disputa pelo governo de São Paulo ainda era possível, embora pouco provável. Haddad liderou todas pesquisas até o primeiro turno, quando Tarcísio ganhou por sete pontos de vantagem e consolidou o favoritismo na corrida.

Nos bastidores do QG petista, já foi especulada a indicação de Haddad para diferentes ministérios, como o da Fazenda, o do Planejamento, que Lula prometeu recriar — no governo Bolsonaro, eles foram fundidos para dar lugar ao Ministério da Economia de Paulo Guedes –, e até a volta para a Educação, pasta que ele ocupou por mais de seis anos entre os governos Lula e Dilma Rousseff.

Nas últimas semanas de campanha, contudo, Lula deu sinais de que deve indicar para a Fazenda um nome que agrade ao mercado, como Henrique Meirelles, que foi titular da pasta no governo Michel Temer (MDB) e presidente do Banco Central no governo Lula. Durante o segundo turno, Meirelles declarou apoio ao petista na disputa contra Bolsonaro e já até alinhou seu discurso aos anseios do presidente eleito, como a revisão do teto de gastos.

Sucessor natural

Petistas ouvidos pela reportagem disseram que mesmo com a derrota ao governo de São Paulo, eleição que o PT nunca conquistou, Haddad solidifica seu nome como o sucessor natural de Lula dentro do partido. Apesar de algumas críticas à estratégia adotada pelo ex-prefeito na campanha, como atacar demais o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que acabou apoiando Tarcísio e Bolsonaro no segundo turno, a conclusão é que Haddad teve papel fundamental na vitória de Lula, prioridade que o ex-prefeito nunca escondeu.

fernando haddad no podcast flow - Metrópoles
Fernando Haddad (PT) no podcast Flow

Com o melhor desempenho da história do PT no estado (44,7%), superando o de José Genoino em 2002, que foi ao segundo turno contra Geraldo Alckmin e depois perdeu com 41,4% dos votos, Haddad ajudou a frear a onda bolsonarista que parecia se formar em São Paulo logo após o primeiro turno da eleição presidencial. Bolsonaro havia derrotado Lula no estado com sete pontos de diferença e projetava dobrar a vantagem com ajuda dos aliados tucanos. Haddad nacionalizou o debate com Tarcísio e , junto com Lula, intensificou os ataques a Bolsonaro na campanha. A diferença no segundo turno foi pouco acima dos 10% para o atual presidente.

Agora, a expectativa é de que Haddad assuma um ministério que tenha dinheiro em caixa para altos investimentos e margem para a realização de grandes projetos que realcem a diferença do governo do PT para o bolsonarismo. Com o acordo feito para o partido apoiar a candidatura do deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol) para prefeito de São Paulo em 2024, Haddad terá três anos e meio para construir uma vitrine que possa render dividendo eleitoral para a sucessão de Lula em 2026.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?