Candidatos que usaram caso Lázaro na campanha perdem eleição
Pelo menos três candidatos a deputado federal citaram a busca policial pelo bandido em suas propagandas. Nenhum foi eleito
atualizado
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Goiânia – Os três candidatos a deputado federal por Goiás que usaram o caso Lázaro em suas campanhas políticas não ganharam a eleição de 2022. Lázaro Barbosa foi um bandido acusado de vários homicídios e estupros, que foi alvo de uma gigantesca operação de captura durante 20 dias na região de Cocalzinho (GO) em junho de 2021, após matar uma família no Distrito Federal (DF). Ele foi localizado e morto em ação policial com dezenas de tiros.
Os 19.811 votos do candidato a deputado federal Coronel Edson Raiado (Avante) não foram suficientes para levá-lo à Câmara dos Deputados. Ele é ex-chefe de segurança do governador reeleito, Ronaldo Caiado (União Brasil), e liderava a equipe na ocorrência que capturou o criminoso.
O oficial até escreveu um livro sobre o caso. No material de campanha, o rosto de Lázaro era impresso em segundo plano e o candidato se denominava “o xerife de Goiás”.
Ex-comandante da Rotam (batalhão de elite da PM de Goiás), o candidato Coronel Benito Franco (PL) fez boa parte da campanha com ataques ao governador Ronaldo Caiado e às buscas por Lázaro. Ele chegou a participar da procura pelo criminoso, mas na eleição criticou a condução da operação, dizendo que teria condições de achar o bandido de forma mais rápida, mas que teria sido impedido. O oficial teve 10.343 votos e perdeu a eleição.
Menos votado dos três, o ex-secretário de Segurança Pública Rodney Miranda (Republicanos) também foi candidato a deputado federal e perdeu com 4.869 votos. Ele era secretário na época das buscas por Lázaro e usou a caçada ao criminoso com principal mote da sua campanha, inclusive realizando visitas pessoalmente à cidade de Cocalzinho.
Ao ser atacado pelo então candidato Benito Franco, ele defendeu a operação de buscas e negou qualquer irregularidade. Rodney também é delegado da Polícia Federal aposentado.