Debate no RJ coloca Castro e Freixo na mira de acusações de corrupção
No debate da TV Globo nesta terça (27), candidatos ao governo do estado lembraram escândalo no Ceperj e marqueteiro acusado por caixa 2
atualizado
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O debate com candidatos ao governo do Rio de Janeiro nesta terça-feira (27/9), realizado pela TV Globo e emissoras afiliadas, seguiu o mesmo tom do último confronto entre os postulantes ao Palácio da Guanabara, com ataques e troca de farpas sobre corrupção. Líderes nas pesquisas, Claudio Castro (PL), candidato à reeleição, e Marcelo Freixo (PSB) foram alvos de acusações.
Freixo questionou Castro sobre um escândalo envolvendo um suposto pagamento de propina dentro de mochila. Paulo Ganime (Novo) aproveitou a ocasião para questionar o candidato do PSB sobre seu marqueteiro, Renato Pereira, acusado de envolvimento em escândalos de caixa dois. O atual governador, por sua vez, apontou incongruências de Freixo e pediu que ele fizesse “uma campanha limpa”.
Freixo apontou o suposto envolvimento do governador do RJ em fraude na Fundação Leão XIII, e lembou delação em que uma testemunha disse que Castro recebeu 20 mil dólares para “passear com a família na Disney” no período em que ocupava o cargo de vereador.
O candidato apoiado por Lula também falou sobre as denúncias na Saúde que resultaram no impeachment do ex-governador Wilson Witzel (PMB) — na época, houve operações de busca e apreensão na casa de Castro.
“[Castro] Teria recebido 20 mil dólares para passear na Disney. Ele visita, mas não explica. Ainda tem um inquérito de fraudes na saúde. O mesmo que tirou Wiitzel do poder. A corrupção mata”, acusou Freixo. Em seguida, ele pediu aos eleitores que pesquissassem no Google “Cláudio Castro e mochila”.
Escândalos
Mirando os dois candidatos na liderança, Ganime falou sobre o marqueteiro Renato Pereira e explorou ainda a aliança de Freixo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência.
“Freixo fala do Castro, mas esquece quem é o marqueteiro dele, que tem condenação por caixa dois. Freixo está ligado a um condenado pelo maior esquema de corrupção, o ex-presidiário Lula. Ele é ligado por pessoas iguais”, disse Ganime.
O candidato do Novo também lembrou, além de denúncias de irregularidades na Fundação Ceperj, a prisão do ex-secretário de Polícia Civil do RJ, Allan Turnowski, por suposta ligação com o jogo do bicho. Ele afirmou que a corrupção “vem sendo a tônica do atual governo”.
Castro se defendeu, dizendo que “não há nenhuma investigação contra ele em três anos” e que não é possível fazer prejulgamento. “Deixa a Justiça cuidar disso”, completou.
Mais adiante, Freixo rebateu a fala citando apurações conduzidas pela Justiça sobre o governador.
“O governador atual é investigado por fraudes na saúde, no STJ, a denúncia de fraudes no Ceperj está no TCE, as denúncia da Fundação Leão XIII estão no STJ. Ele pode virar réu a qualquer momento. Há uma possibilidade, sim, da gente ter um governador preso novamente. É uma crise sem precedentes, temos cinco governadores presos”, declarou.
Freixo x Castro
Por conta do sistema de sorteios, o candidato Freixo só conseguiu fazer a primeira pergunta direta para Castro após a meia-noite. O primeiro embate direto entre os dois foi pautado pela segurança pública e o combate à milícias no estado. Em tom elevado, ambos tiveram direitos de resposta autorizados por conta da troca de ofensas pessoais.
“É muito grave porque seu chefe de polícia, o Allan Turnowski, que foi a primeira pessoa que você escolheu, era uma pessoa muito importante no enfrentamento ao tráfico e à milícia. E ele foi preso. Então, como seu governo vai conseguir enfrentar tráfego e milícia se a pessoa mais importante do seu governo no enfrentamento ao crime é presa por pertencer a uma organização criminosa e matar alguém, segundo as escutas telefônicas, por dinheiro?”, questionou Freixo.
O governador atacou o opositor, ao dizer que ele “tem a campanha mais suja da história do Rio de Janeiro”. A seguir, Castro defendeu Turnowski: “É um dos delegados mais respeitados da história da Polícia Civil”.
Além de corrupção e segurança pública, temas como saúde, sistema carcerário e responsabilidade fiscal também foram citados pelos candidatos ao longo do debate. Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, falou sobre propostas e criticou a polarização e os ataques durante o debate.
“Eu fico perplexo quando eu vejo aqui essa briga do Cláudio Castro e Freixo diante dessa realidade dramática onde as pessoas esperavam aqui nesse debate apresentação de soluções”, frisou.