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De olho em palanques, Bolsonaro retoma agendas com governadores

Presidente adota estratégia para obter apoio político de chefes estaduais e garantir base sólida em um eventual segundo turno

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Presidente Jair Bolsonaro durante Solenidade alusiva à Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace no palacio planalto em brasília
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro durante Solenidade alusiva à Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace no palacio planalto em brasília - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Empenhado na missão de conseguir apoio em estados para um eventual segundo mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem retomado as agendas com governadores do país.

De janeiro a julho deste ano, o mandatário da República teve 10 compromissos com chefes do Executivo estadual – três a mais que no mesmo período do ano passado. O número, no entanto, é menor do que o registrado em 2019 e 2020, quando houve 27 e 14 encontros, respectivamente. 

A retomada das agendas evidencia a estratégia de Bolsonaro para conquistar apoio político de governadores que tentam a reeleição ao cargo e em estados-chave onde o presidente quer construir uma aliança em torno de um candidato. 

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos

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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois

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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)

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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam

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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair

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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República

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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)

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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos

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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente

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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros

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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente

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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto

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No ano passado, de janeiro a julho, o atual chefe do Palácio do Planalto recebeu governadores de quatro estados em seu gabinete presidencial. Neste ano, Bolsonaro ampliou a lista e se reuniu com chefes de sete estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Tocantins, Roraima, Amazonas e Rondônia.

Desse total, os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Antônio Denarium (PP-RR) e Wilson Lima (União-AM) somam dois encontros cada um. Já Carlos Roberto Massa Júnior (PSD-PR), mais conhecido como Ratinho Júnior, Waldez Góes (PDT-TO), Marcos Rocha (União-RO) e Romeu Zema (Novo-MG) têm um encontro com Bolsonaro cada um. 

Reduto eleitoral de Bolsonaro, o estado do Rio de Janeiro é onde o bolsonarismo apresenta seus principais pilares de sustentação. Castro é o candidato de Bolsonaro no estado carioca. Os dois ficaram ainda mais próximos quando o presidente se filiou ao PL no fim do ano passado, e virou colega de partido do atual governador do Rio.

Em Roraima, a exemplo do que ocorreu em 2018, o governador Antônio Denarium espera que o presidente o apoie rumo à reeleição ao Palácio Senador Hélio Campos. 

No entanto, a costura política do ex-senador e presidente do MDB em Roraima, Romero Jucá, complica o cenário. Isso porque o partido tem Teresa Surita como candidata da sigla ao governo do estado. O deputado federal Édipo Lopes, do PL, partido de Bolsonaro, deve compor a chapa como vice, e é com o nome do parlamentar que Denarium busca repetir a aliança de 2018. 

No Paraná, o PL de Bolsonaro desistiu de lançar o deputado Filipe Barros na disputa pelo governo. O presidente busca o apoio de Ratinho Jr, que busca a reeleição ao cargo e lidera as pesquisas eleitorais. 

Marcos Rocha, de Rondônia, deve tentar a reeleição no pleito deste ano. Em 2018, sua vitória foi impulsionada pela onda bolsonarista, que Rocha deve tentar repetir neste ano.

Perda de aliados

Eleito com o apoio de 16 governadores, Jair Bolsonaro viu sua base nos estados encolher ao longo do mandato. Nomes como o de João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo, e os dos governadores Eduardo Leite (PSDB/RS) e Ronaldo Caiado (União-GO) foram alguns que abandonaram o barco do chefe do Executivo federal ainda no começo na pandemia de coronavírus, quando Bolsonaro passou a minimizar a crise sanitária.

Doria, por exemplo, se reuniu com Bolsonaro em ao menos três oportunidades em 2019. Em 2020, os dois se encontraram por videoconferência – nas duas ocasiões, houve a presença de outros governadores. Em uma dessas reuniões, promovidas pelo presidente da República em função da pandemia, o então governador de São Paulo e Bolsonaro trocaram acusações. 

Em seu discurso, Doria lamentou um pronunciamento feito pelo presidente, no qual criticou medidas de isolamento para evitar o avanço da Covid, ao contrário do que recomendavam autoridades sanitárias. Em resposta, Bolsonaro disse que Doria “apoderou-se” de seu nome para se eleger governador e que depois “virou as costas”. Após o episódio, os dois romperam relações e viraram antagonistas. 

No Rio de Janeiro, o ex-governador Wilson Witzel era aliado de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. Ao longo do mandato, no entanto, entrou em atrito político com o presidente, que se agravou na pandemia. Na CPI da Covid-19, que apurou a atuação do governo federal durante a crise sanitária, Witzel acusou Bolsonaro de ter sido omisso na pandemia.

Reaproximação como estratégia

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tentará a reeleição ao governo de Minas Gerais – segundo colégio eleitoral do país. Ele e Bolsonaro já foram aliados e se distanciaram. Recentemente, no entanto, passaram a se reaproximar.

As últimas articulações para as eleições no estado previam que o PL retirasse o seu candidato ao governo do estado, o senador Carlos Vianna, para fechar uma aliança entre Bolsonaro e Zema.

O Novo tem um candidato à Presidência da República: Luiz Felipe D’Ávila. Em Minas, no entanto, as negociações apontam para que Zema apoie oficialmente Bolsonaro para garantir a sua reeleição.

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