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De olho em 2024, coligação de Garcia deve apoiar Tarcísio no 2º turno

Partidos que apoiaram governador derrotado preferem impedir vitória do PT no estado e minar força da esquerda na eleição para prefeito

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Foto: Fábio Vieira/Metrópoles
Tarcísio de Freitas SP
1 de 1 Tarcísio de Freitas SP - Foto: Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Os principais partidos que integram a coligação do governador Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado na eleição deste domingo (2/10), devem apoiar o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) no 2º turno da disputa pelo governo de São Paulo.

Além de um alinhamento ideológico mais conservador, o motivo para que PSDB, MDB, PP e União Brasil apoiem o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado é a próxima eleição municipal, em 2024. Nela, o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), tentará a reeleição.

Liderenças desses partidos temem que uma eventual vitória de Haddad fortaleça o campo da esquerda no estado e ameace a reeleição de Nunes daqui a dois anos. O PT já fez um acordo para apoiar Guilherme Boulos (PSol) para prefeito em 2024.

O líder dos sem-teto foi o deputado federal mais votado em São Paulo no domingo, com mais de 1 milhão de votos. Em 2020, ele avançou ao 2º turno na eleição da capital e acabou perdendo para Bruno Covas (PSDB), que morreu em 2021, deixando a cadeira para o vice Ricardo Nunes.

Ao colunista do Metrópoles Igor Gadelha, Nunes já defendeu que seu partido declare apoio a Tarcísio. A reportagem apurou que as principais lideranças do União Brasil, do PP e do próprio PSDB também defendem uma adesão à candidatura de Tarcísio no 2º turno, em troca de um apoio a reeleição de Nunes em 2024.

Contrariando as pesquisas

Aliados dizem que Rodrigo Garcia tende a apoiar Tarcísio ou ficar neutro publicamente, mas atuar para que o PT não vença no estado. Tarcísio surpreendeu no 1º turno e avançou em primeiro lugar, com 42,3% dos votos, contrariando as pesquisas. Haddad passou com 35,7%. Garcia teve apenas 18,4%, o pior desempenho de uma candidato tucano desde 1990.

Hoje, o Republicanos ocupa cargos na prefeitura do MDB, como a Secretaria da Habitação. No estado, os aliados de Garcia acreditam que o partido ligado à Igreja Universal deverá retribuir abrindo espaço na maior máquina público depois do governo federal.

Tarcísio também vai receber a adesão de parlamentares do PL ligados a Valdemar Costa Neto que apoiaram Rodrigo Garcia no 1º turno. Isso por causa de um acordo que havia sido feito com o tucano antes de o ex-ministro da Infraestrutura decidir mudar o domícilio eleitoral para São Paulo e concorrer a governador a pedido de Bolsonaro.

Dos nove partidos que integraram a coligação de Garcia, apenas Avante e Solidariedade devem declarar apoio a Fernando Haddad. As duas legendas estão na coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no nível nacional. O quadro reforça o favoritismo do candidato de Bolsonaro contra o candidato de Lula em São Paulo no 2º turno.

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