Datafolha: Lula cresce entre católicos; Bolsonaro, entre evangélicos
Pesquisa ouviu 2.912 pessoas, entre 17 e 19 de outubro, em 181 cidades. Margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos
atualizado
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Pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, nesta quarta-feira (19/10), mostra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aumentou a vantagem entre o eleitorado evangélico, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu entre os eleitores que se consideram católicos.
Segundo o levantamento, o atual chefe do Executivo federal tem 66% da preferência dos evangélicos. Lula, por sua vez, tem 28%. Na pesquisa anterior, divulgada em 14 de outubro, Bolsonaro tinha 62%, enquanto o petista aparecia com 31%.
Lula lidera entre os católicos, com 58%. Bolsonaro tem 37%. Na última pesquisa, o petista tinha 55% e o atual presidente tinha os mesmos 37%.
O Datafolha ouviu 2.912 pessoas, entre 17 e 19 de outubro, em 181 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento está registrado no TSE com o número BR-07340/2022.
A pesquisa Datafolha foi divulgada no mesmo dia em que Lula entregou uma carta a evangélicos, na qual voltou a se posicionar sobre legalização de drogas e do aborto. A carta foi divulgada e entregue aos religiosos pelo petista em um evento em São Paulo. Leia a íntegra.
A divulgação da carta é um aceno da campanha do petista ao eleitorado evangélico que forma a base eleitoral do atual chefe do Executivo federal.
Ao comentar o documento, Bolsonaro minimizou o episódio. “Quem assinou? Qual é o perfil de quem assinou? Tem igreja? Qual a densidade deles? Até no meio militar tem dissidências. A gente sabe que tem”, disse.
Votos válidos no segundo turno
O levantamento desta quarta também mostra que Lula tem 52% dos votos válidos, contra 48% de Bolsonaro. Na última pesquisa, o petista aparecia com 53%, enquanto Bolsonaro tinha 47% das intenções de voto.
Pela legislação brasileira, um candidato a governador ou a presidente é considerado eleito se obtiver maioria absoluta dos votos. Ou seja, mais da metade dos votos válidos – excluídos os votos em branco e os nulos.
Institutos na mira
O levantamento desta quarta é divulgada em meio a críticas sobre a metodologia das pesquisas eleitorais. Na semana passada, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar os institutos de pesquisa, a pedido do Ministério da Justiça. O Cade seguiu o mesmo caminho. No entanto, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou a suspensão das apurações.
O ministro chamou os procedimentos de “evidente usurpação da competência” do TSE e apontou “incompetência absoluta” e “ausência de justa causa” da PF e do Cade.
O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais, realizado em 2 de outubro, mostrou que a disputa pelo Palácio do Planalto entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro foi acirrada. Com 100% das urnas apuradas, o petista alcançou 48,43% dos votos, e o atual presidente, 43,20%.
Até a véspera do pleito, no entanto, os principais institutos de pesquisa não conseguiam cravar se haveria, ou não, um segundo turno na eleição nacional. Enquanto Lula oscilou em torno dos 50% de votos válidos na maioria dos levantamentos nacionais ao longo da campanha, Bolsonaro ficou em torno dos 30% nas sondagens de intenção de voto.