Datafolha: Lula cresce entre os pobres. Bolsonaro amplia a partir de 5 mínimos
Lula ampliou a vantagem na faixa salarial até 2 mínimos, segundo pesquisa. A partir de cinco salários mínimos, Bolsonaro cresceu
atualizado
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Na pesquisa do Datafolha divulgada nessa quinta-feira (27/10), o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, segue como o preferido entre aqueles que ganham até dois salários mínimos (R$ 2,6 mil), e até cresceu dentro deste limite de rendimento. O presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera a partir dessa faixa salarial e ampliou a vantagem a partir de cinco salários mínimos.
Os dois crescimentos estão acima da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
No caso daqueles que ganham até dois salários mínimos, Lula saiu de 57% no último levantamento Datafolha, em 19 de outubro, para 61% na pesquisa divulgada na quinta. Ou seja, quatro pontos percentuais para cima. Bolsonaro caiu de 37% para 33%.
Na faixa salarial de cinco a 10 mínimos, Bolsonaro subiu de 54% para 60%, enquanto Lula despencou de 41% para 32%. E acima de 10 salários mínimos, o atual presidente saiu de 55% para 59%. O petista, por outro lado, teve outra queda brusca: 41% para 36%.
Entre aqueles que ganham de dois a cinco salários mínimos, os índices se mantiveram dentro da margem de erro. Bolsonaro oscilou de 53% para 54% e Lula, de 41% para 40%.
O Datafolha ouviu 4.592 pessoas, entre 25 e 27 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento está registrado no TSE com o número BR-04208/2022.
Números gerais entre Bolsonaro e Lula
Nos números gerais, Lula aparece à frente com 53% dos votos válidos. Jair Bolsonaro (PL), que disputa a reeleição, pontuou 47%. Tratou-se da quarta consulta de intenções de voto do instituto após o primeiro turno, no dia 2 de outubro. Desde então, os números têm mostrado uma estabilidade no cenário. Nos levantamentos de 7 e 14 de outubro, o petista teve 53% dos votos válidos e, na última semana, variou um ponto percentual para baixo, ficando com 52%.
Bolsonaro pontuou 47% nas duas primeiras sondagens e oscilou um ponto positivo na última pesquisa, chegando a 48%. A margem de erro para os levantamentos é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Pela legislação brasileira, um candidato a governador ou a presidente é considerado eleito se obtiver maioria absoluta dos votos; ou seja, metade dos votos válidos mais um – excluídos os votos em branco e os nulos.
Pesquisa estimulada
No cenário estimulado, com votos totais, e no qual o entrevistado responde em quem vai votar com base numa lista de postulantes, 49% disseram escolher Lula no próximo domingo, enquanto 44% votarão em Bolsonaro.
Os que afirmam votar em branco ou nulo são 5%. Outros 2% estão indecisos.
O petista manteve o mesmo percentual, de 49%, nos três primeiros levantamentos. O candidato à reeleição pontuou 44% nos dois primeiros e variou para 45% na semana passada.
Rejeição
O instituto também mediu o índice de rejeição aos dois candidatos à Presidência. Os que disseram que não votariam de jeito nenhum no atual presidente são 50%. Outros 45% afirmam o mesmo sobre o petista.
Na pesquisa da semana passada, o percentual do ex-presidente Lula era de 46%, enquanto Bolsonaro manteve o índice de 50%.
Ainda segundo o Datafolha, 92% dos eleitores estão totalmente decididos sobre o voto no próximo domingo, enquanto 7% ainda consideram mudar.
Institutos sob investigação
Os resultados são divulgados em meio a uma nuvem de desconfiança sobre os institutos de pesquisa, incentivada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal e o Cade chegaram a abrir investigações para apurar a atuação das empresas durante a campanha eleitoral, mas foram suspensas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
O ministro chamou os procedimentos de “evidente usurpação da competência” do TSE e apontou “incompetência absoluta” e “ausência de justa causa” da PF e do Cade.
Parlamentares buscam, na Câmara dos Deputados e no Senado, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os institutos. Ambos os requerimentos atingiram o mínimo de assinaturas necessárias; no entanto, não há previsão para instalação.
Em entrevista ao Metrópoles, na segunda-feira (24/10), Bolsonaro voltou a colocar dúvidas sobre a confiança nas sondagens. Segundo o mandatário, levantamentos feitos pela própria campanha apontam um empate técnico entre os presidenciáveis.
“Pessoal passa, meus técnicos, que a gente está num empate técnico. Mas eu sempre digo, não podemos confiar em pesquisas. Porque, coincidentemente, todas as pesquisas jogam contra mim desde 2018. E não foi diferente agora”, declarou em entrevista à diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan.
Em 2018, o último Datafolha antes do segundo turno apontava o atual presidente com 47% das intenções de voto contra 39% de Fernando Haddad (PT). Ao fim da eleição, Bolsonaro teve 55,13% dos votos válidos, e Haddad, 44,87%.
Primeiro turno
O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais, realizado em 2 de outubro, mostrou que a disputa pelo Palácio do Planalto entre Lula e Bolsonaro foi acirrada. Com 100% das urnas apuradas, o petista alcançou 48,43% dos votos, e o atual presidente, 43,20%.
Até a véspera do pleito, no entanto, os principais institutos de pesquisa não conseguiam cravar se haveria, ou não, um segundo turno na eleição nacional. No levantamento do Datafolha antes da eleição, Lula ficou com 48% contra 34% de Bolsonaro.