Datafolha: 11% dos eleitores podem optar por voto útil no 1º turno
Campanha de Lula tem buscado votos de eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet para vencer Bolsonaro já na primeira fase das eleições
atualizado
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Em meio à polarização das eleições 2022, a tendência é que parte dos cidadãos opte pelo voto útil. É o que aponta a nova pesquisa do Datafolha sobre o pleito de outubro, realizada de terça-feira (20/9) a quinta-feira (22/9).
Uma parcela de 11% dos eleitores brasileiros afirma que pode mudar de candidato no primeiro turno da eleição presidencial e apoiar aquele que estiver em primeiro lugar nas pesquisas.
O Datafolha mostrou que o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 47% dos votos totais, ou 50% dos válidos – o limiar para uma vitória no primeiro turno. O candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um para ser eleito.
Dessa forma, a depender de fatores como a abstenção, se todos que admitem mudar de voto para apoiar o ex-presidente o fizerem, a chance de Lula vencer no dia 2 de outubro aumenta.
Estratégia de Lula
Segundo o cientista político Leandro Gabiati, da Dominium Consultoria, o voto útil pode ser descrito como um voto estratégico que o eleitor faz a partir de um cálculo racional. Em outras palavras: “Ele não vota naquele candidato que preferiria, mas vota em outro com um fim específico, que é evitar que outro candidato que gosta menos saia vitorioso”, explica o especialista.
Na reta final das eleições, a campanha de Lula tem intensificado o incentivo ao voto útil, com o intuito de derrotar o principal adversário: o atual titular do Planalto, Jair Bolsonaro (PL). O objetivo é que não haja necessidade de um segundo turno no dia 30 de outubro.
Desde o início, Lula vem se colocando como principal opositor de Bolsonaro, que tem rejeição alta, de 52%, segundo o Datafolha.
O foco do petista são os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), que estão empatados em terceiro lugar com, respectivamente, 7% e 5% dos votos válidos. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos.
“O voto útil prejudica as candidaturas alternativas, que têm menor espaço na disputa, e pode favorecer aqueles candidatos que lideram as pesquisas e polarizam a eleição”, destaca Leandro Gabiati.
A pesquisa do Datafolha, contratada pela Folha e pela TV Globo, ouviu 6.754 eleitores em 343 cidades. Foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-04108/2022.