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Da deflação ao “datapovo”: as apostas de Bolsonaro na reta final para o 1º turno

A menos de um mês do pleito, campanha do presidente tenta emplacar feitos do governo em busca da reeleição ao Palácio do Planalto

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Fábio Vieira/Metrópoles
Jair Bolsonaro Congresso Aço Brasil 2022
1 de 1 Jair Bolsonaro Congresso Aço Brasil 2022 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Com a proximidade do primeiro turno das eleições, a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) quer emplacar de vez as “boas notícias” do atual governo e faturar com críticas a adversários políticos. 

Segundo interlocutores, o grupo que trabalha pela reeleição do chefe do Executivo nacional tem três pontos considerados “chave” para investir na campanha do presidente na reta final das eleições. O primeiro deles diz respeito às “previsões acertadas” sobre a economia brasileira.

O resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou a inflação oficial, divulgada na semana passada, por exemplo, foi motivo de comemoração no núcleo do mandatário da República. O índice apontou deflação de 0,36% em agosto, influenciada pela queda no preço dos combustíveis. Além disso, a inflação ficou abaixo dos dois dígitos pela primeira vez em um ano.

Atento ao cenário desde julho e aconselhado por aliados, Bolsonaro passou a “prever” deflação – oposto da inflação, que consiste na redução no preço dos produtos. Agora, dizem auxiliares, o titular do Planalto deve insistir nesse discurso para mostrar que a economia sempre esteve bem, apesar dos desafios enfrentados durante sua gestão, como a pandemia de Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia

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Ciro Gomes (PDT) – Após idas e vindas, Ciro Gomes foi registrado como candidato à Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista
Felipe d'Ávila (Novo) – O partido Novo lançou o cientista político Felipe d'Ávila como candidato da legenda à Presidência da República
Jair Bolsonaro (PL) – A filiação de Bolsonaro ao Partido Liberal colocou o atual presidente na corrida pela reeleição presidencial
Eymael (DC) – Eymael já era apresentado desde 2020 como pré-candidato do Democracia Cristã (DC) à Presidência
Leonardo Péricles (UP) – Presidente oficial da sigla, Péricles é candidato e vai concorrer ao cargo de presidente do Brasil em 2022
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Com cenário já definido, são 11 candidatos ao Palácio do Planalto. O primeiro turno das eleições acontece no dia 2 de outubro

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Ciro Gomes (PDT) – Após idas e vindas, Ciro Gomes foi registrado como candidato à Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista

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Felipe d'Ávila (Novo) – O partido Novo lançou o cientista político Felipe d'Ávila como candidato da legenda à Presidência da República

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Jair Bolsonaro (PL) – A filiação de Bolsonaro ao Partido Liberal colocou o atual presidente na corrida pela reeleição presidencial

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Eymael (DC) – Eymael já era apresentado desde 2020 como pré-candidato do Democracia Cristã (DC) à Presidência

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Leonardo Péricles (UP) – Presidente oficial da sigla, Péricles é candidato e vai concorrer ao cargo de presidente do Brasil em 2022

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Luiz Inácio Lula da Sila (PT) – O ex-presidente é oficialmente candidato ao Planalto e o principal adversário do atual presidente

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Simone Tebet foi candidata à Presidência pelo MDB e agora está cotada para o Ministério do Planejamento

Divulgação
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Sofia Manzano (PCB) – O nome da professora foi confirmado oficialmente pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) para concorrer à Presidência

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Vera (PSTU) – O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) escolheu a socióloga como candidata da legenda à Presidência da República

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Pablo Marçal

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Soraya Thronicke (União) – É advogada, senadora e candidata a presidente pelo União Brasil

Ainda no âmbito econômico, o candidato à reeleição deve voltar a exaltar medidas anunciadas pelo governo para reduzir o preço dos combustíveis, além de ressaltar a parceria com o Congresso Nacional, em especial com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Na quinta-feira (8/9), durante sua tradicional live semanal, Bolsonaro elogiou Lira, conhecido por ser um dos principais caciques do “Centrão”. 

“[Queda no preço do] Combustível. A culpa é de quem? A culpa é do Bolsonaro. E também culpa do Arthur Lira. A dupla do combustível: Arthur Lira e Bolsonaro”, disse o chefe do Executivo federal.

“Datapovo”

Empenhado em desacreditar pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro e aliados devem “surfar na onda do 7 de Setembro”, como definiu um auxiliar palaciano. 

De acordo com levantamento do Instituto Ipec divulgado na segunda (5/9), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve 44% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro oscilou de 32% para 31%. Já a sondagem mais recente do Instituto Datafolha, publicada nessa sexta (9/9), aponta que o petista manteve os mesmos 44% das intenções de voto em relação ao estudo realizado há uma semana; o atual mandatário, por sua vez, foi de 32% para 34%.

No levantamento do Ipespe, feito em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisas Eleitorais (Abrapel) e divulgado nesse sábado (10/9), as intenções de votos para Lula não aumentaram. Ficaram em 44%, mesmo percentual verificado na última consulta, divulgada no dia 3 de setembro. Já Bolsonaro oscilou um ponto percentual, dentro da margem de erro, passando de 35% para 36%.

Os próprios integrantes da campanha do presidente admitem que ele está “cristalizado” – ou seja, não varia além da margem de erro das pesquisas. Dizem, porém, que os atos realizados em comemoração ao Bicentenário da Independência serão usados justamente para contrapor os levantamentos de intenção de voto.

A estratégia é mostrar que a adesão aos atos políticos realizados em Brasília, Copacabana e São Paulo foi alta e, por isso, o atual titular do Palácio do Planalto será reeleito ainda no primeiro turno. Na Esplanada dos Ministérios, a campanha do presidente tem dito que a estimativa de público foi de 1 milhão. “Eu nunca vi tanta gente”, disse Bolsonaro em sua live semanal.

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Bolsonaro faz discurso de campanha nas comemorações do Bicentenário da Independência
Apoiadores pararam para ouvir Bolsonaro, na manhã desta quarta-feira (7/9)
Público lotou a Esplanada dos Ministérios enquanto presidente discursava
Espectadores se juntaram para ouvir declarações de Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro discursou após o desfile
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Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada

Reprodução/ Redes sociais
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Bolsonaro faz discurso de campanha nas comemorações do Bicentenário da Independência

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Apoiadores pararam para ouvir Bolsonaro, na manhã desta quarta-feira (7/9)

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Público lotou a Esplanada dos Ministérios enquanto presidente discursava

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Espectadores se juntaram para ouvir declarações de Jair Bolsonaro

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Jair Bolsonaro discursou após o desfile

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Críticas a Lula

A última cartada de Bolsonaro a menos de 25 dias das eleições já é conhecida e passou a ser explorada pelo presidente de forma mais enfática. O candidato à reeleição voltou a reforçar que existe uma “luta do bem contra o mal” e que o mal, em referência ao seu principal adversário político, Lula, não voltará à cena do crime.

Na reta final da campanha, Bolsonaro foi aconselhado a abandonar críticas às urnas eletrônicas e aos ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O conselho foi seguido à risca pelo presidente nos atos de 7 de Setembro e, por isso, aliados estão confiantes que Bolsonaro investirá apenas na polarização contra Lula.

No ato político do 7 de Setembro realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, Bolsonaro sugeriu que o petista fosse “extirpado da vida pública”No dia seguinte, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente duvidou de que o petista tenha potencial para vencer o pleito de outubro no primeiro turno

“Alguém acha que o Lula vai ganhar a eleição? Alguns aqui, Datafolha, por exemplo, [dizem] que pode ganhar no primeiro turno. Alguém acredita que, em uma eleição limpa, o Lula ganha?”, questionou.

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022

Reprodução/Instagram
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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos

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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois

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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam

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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair

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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos

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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente

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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros

Alan Santos/PR
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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto

Igo Estrela/Metrópoles

 

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