Corrupção, críticas a Bolsonaro e Dilma: o que Lula falou no JN
Lula afirmou que “não pode dizer que não houve corrupção” na Petrobras em governos petistas e que quer “pacificar o país”
atualizado
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Terceiro a ser sabatinado no Jornal Nacional, da TV Globo, o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, falou sobre “equívocos” no governo de Dilma Rousseff, Lava Jato, agronegócio e criticou o principal adversário nestas eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Afirmou ainda que “não pode dizer que não houve corrupção” na Petrobras em governos petistas e que quer “pacificar o país”.
“Acho que a Dilma cometeu equívocos na questão da gasolina, ela sabe que eu penso isso. Acho que cometeu equívocos na hora em que fizeram R$ 540 bilhões de desoneração e isenção fiscal”, destacou o petista, na noite de quinta-feira (25/8).
Lula também criticou a desoneração da folha de pagamento concedida por Dilma, mas ressaltou seu apoio à ex-presidente. “Acho que, quando ela tentou mudar [a política econômica], tinha uma dupla dinâmica contra ela. O presidente da Câmara [Eduardo Cunha], e o Aécio [Neves] no Senado”, declarou o ex-presidente.
Corrupção
O petista defendeu que a corrupção descoberta pela Operação Lava Jato no seu governo e na gestão da ex-presidente Dilma só foi possível porque havia uma “equipe para fiscalizar”.
“A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. E eu queria começar dizendo uma coisa muito séria: foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência; que a gente colocou uma equipe para fiscalizar; que a gente fez acesso à informação, a lei contra o crime organizado, a lei contra a lavagem de dinheiro”, enumerou.
“Bobo da corte”
O ex-presidente ainda criticou Bolsonaro. “Parece o bobo da corte. Ele não coordena o orçamento. Veja que engraçado: acabou de aumentar o auxílio emergencial para R$ 600, correto? Ele queria R$ 200, a gente queria R$ 600, ele mandou R$ 500, agora mandou R$ 600. Até quando? Até dia 31 de dezembro”, disse.
Lula ainda afirmou que “quem cuida” e “libera verba” é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “Acabou o presidencialismo, o Bolsonaro não manda nada, o Bolsonaro é refém do Congresso Nacional. O Bolsonaro nem sequer cuida do orçamento.”
“O Bolsonaro parece o bobo da corte”, diz @LulaOficial no JN.
Candidato à Presidência pelo PT criticou orçamento secreto e afirmou que atual presidente é refém do Congresso Nacional. pic.twitter.com/cOYQwCGopg
— Metrópoles (@Metropoles) August 26, 2022
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“Agronegócio fascista”
O candidato ainda ressaltou que há setores retrógrados do agronegócio contrários à preservação do meio ambiente, mas que grandes empresários e exportadores brasileiros estão preocupados com o desmatamento no país.
“Esse é o agronegócio fascista e direitista. Porque os empresários sérios que trabalham no agronegócio, que têm comércio com o exterior, que exportam para a Europa, para a China, esses não querem desmatar, esses querem preservar os nossos rios, querem preservar as nossas águas, querem preservar as nossas faunas. Esses não. Mas você tem um monte que quer”, disse Lula ao ser questionado sobre o que pensa a respeito da categoria do campo.
Sigilo de informações
Lula também alfinetou Bolsonaro quanto ao sigilo de informações. Segundo o petista, decreto de sigilo “está na moda”. A declaração foi feita após questionamento sobre a corrupção nos governos do PT investigada pela Operação Lava Jato.
“Eu poderia fazer decreto de 100 anos. Sabe decreto de sigilo, que está na moda agora? Eu poderia para não apurar nada, colocar 100 anos de sigilo. Ou eu poderia não investigar, colocar um tapetão em cima de qualquer denúncia, e nada vai ser apurado e não vai ter corrupção”, ponderou.
Conforme mostrou reportagem do Metrópoles, Bolsonaro já decretou sigilo de 100 anos a informações pessoais relacionadas a ele ou à família, o chamado “acesso restrito”, em ao menos seis ocasiões desde o início de seu governo.
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“Churrasquinho”
Uma das falas que mais repercutiram nas redes sociais foi quando, ao tratar da situação econômica do país, Lula fez um aceno direto ao eleitorado mais pobre. “O povo tem que voltar a comer um churrasquinho, a comer uma picanha e tomar uma cervejinha”, afirmou o petista.