Ciro Gomes diz a varejistas que Lula considera povo “bando de imbecil”
Fala do pedetista ocorreu durante participação do ex-ministro em evento do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, em São Paulo
atualizado
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O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou, nesta segunda-feira (22/8), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “considera o povo um bando de imbecil”. A fala ocorreu durante participação do ex-ministro em evento do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, em São Paulo.
“Lula considera o povo um bando de imbecil, que tem que ser excitado por essa memória afetiva mentirosa. Ele nunca promoveu picanha e cerveja para o povo”, disparou o pedetista.
Para o ex-governador do Ceará, Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, “não tem a menor ideia do que aconteceu com o Brasil e no mundo”.
“Quando terminou o mandato do Lula, cinco brasileiros acumulavam a renda dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. Este é o fato. Fez menos reforma agrária que o Fernando Henrique. Patrocinou o lucro do setor financeiro oito vezes superior ao Fernando Henrique”, defendeu.
O ex-ministro também mirou o presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua fala.
“Lula conseguiu essa lambança de juntar tudo o melhor dos artistas, intelectuais porque o Bolsonaro é um malcriado e agora é um fascista. Então, todo mundo é fascista se não for corrupto, como o Lula quer que seja. Eu mesmo já fui um garoto prodígio e hoje sou inimigo preferencial. Pouco me importa”, completou.
Bate-boca com empresário
Ainda no encontro com empresários, Ciro Gomes teve uma pequena discussão com Flávio Rocha, do grupo Riachuelo, na qual os dois se desentenderam sobre o papel do Estado na economia.
O bate-boca começou quando foi aberta a sessão de perguntas ao presidenciável e Flávio associou o crescimento do Estado com a piora do cenário econômico. O empresário também defendeu a abertura do país para o livre mercado e reclamou da proposta de taxação de grandes fortunas, defendida por Ciro para financiar a renda mínima de cidadania no valor de R$ 1 mil.
Ciro rebateu as afirmações, dizendo que o problema do país não é o tamanho do Estado. “Eu já tô muito maduro para ficar defendendo Estado máximo ou mínimo. O que eu quero desenhar é um Estado objetivamente encarregado de promover suas tarefas nas quais a iniciativa privada não é capaz de fazer”, começou.
“Me responda: qual foi a nação do planeta Terra que lançou sua infraestrutura sem investimento do governo? Qual nação atingiu qualquer que seja o nível de maturidade tecnológica sem a presença pioneira do Estado?”, questionou.
Flávio, então, citou o exemplo dos Estados Unidos como um país em que a presença do governo foi mínima e Ciro interrompeu: “Você não ouviu o que eu falei? Isso aqui se chama celular, quem criou foi o DARPA, uma agência estatal americana. Quem criou a internet que estamos usando aqui foi o exército americano”, continuou o presidenciável, citando outras tecnologias criadas a partir de investimento governamental.
“Tudo isso está muito bem difundido para a iniciativa privada, mas nenhum domínio foi, nem na química, nem na biologia, nem na farmácia, nem na eletrônica, nenhum domínio foi feito pela iniciativa privada. Porque é muito caro, Flávio. A pesquisa básica é inviável de ser remunerada pelo capitalismo”, argumentou.
Ciro continuou falando sobre grandes estruturas financiadas pelo governo nos Estados Unidos. “O camarada tem a malha rodoviária nos Estados Unidos, vai ver se aquilo foi a iniciativa privada que fez. Até pode ter os grandes operadores…” Neste momento, Flávio interrompe para citar outros exemplos, como a vacina contra a Covid-19, da Pfizer, e é novamente cortado por Ciro.
“Para com isso. Tudo é o Estado. Você não sabe que a pesquisa da Covid-19 foi paga pelo estado americano? Meu amigo, desintoxica. Vamos raciocinar juntos. Você acabou de citar a vacina. A vacina foi feita com inversão poderosa do tesouro americano”, rebateu.
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O pedetista ainda vai desafiou o empresário a propor soluções. “A pergunta simples é: vamos cortar aonde? Vamos diminuir o tamanho do Estado? Vamos. Corte o quê?”
Além do empresário do grupo Riachuelo, também estiveram presentes do evento lideranças do setor como Luiza Trajano, do Magazine Luiza e Jorge Gonçalves Filho, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo.