1 de 1 Ciro Gomes durante seminário combate à corrupção em SP
- Foto: Fábio Vieira/Metrópoles
O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, disse nesta sexta-feira (26/8) que pretende acabar com a emenda de relator, conhecida como orçamento secreto, caso eleito. Ele também falou em recomprar a Eletrobras, privatizada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), e criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que o petista “se corrompeu”.
“Emendas de relator, tenha a santa paciência… Você simplesmente institucionalizou a roubalheira ou, na menor hipótese, a distribuição fisiológica clientelista de tostões prá cá e prá lá sem dar consistência nenhuma”, falou Ciro, em sabatina de O Globo, CBN e Valor Econômico. E concluiu: “Acabo no primeiro dia [com o orçamento secreto]”.
No orçamento secreto, é identificado o órgão orçamentário que será beneficiado com os repasses, mas não o parlamentar. Assim, um deputado pode destinar dinheiro para sua base de forma oculta em troca de apoio ao governo.
Ciro também destacou, entre suas propostas, a compra de ações da Petrobras e a recompra da Eletrobras, privatizada por Bolsonaro.
“Não vou expropriar, tem que comprar de volta. E estou dizendo da onde vem o dinheiro. Temos US$ 360 bilhões em reservas cambiais. Quero converter parte dessas reservas num grande fundo de refinanciamento das dívidas das seis milhões de empresas endividadas do Brasil, trocando juro brasileiro por juro internacional, que é negativo”, disse.
E continuou: “Vou dar prazo para as pessoas reestruturarem as suas dívidas para retomar o desenvolvimento brasileiro. De uma fração pequena dessas reservas, vou trocar um ativo, que rende zero, por uma ação que rende dividendos como a Petrobras e a Eletrobras”.
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Ciro Ferreira Gomes, nascido em 1957, é um professor, advogado, ex-governador do Ceará, ex-prefeito de Fortaleza, ex-ministro e político brasileiro. Natural de Pindamonhangaba, em São Paulo, foi anunciado como pré-candidato à Presidência da República
Reprodução/ Instagram
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Gomes foi criado em Sobral, no Ceará, de onde é a família paterna dele. Cursou direito na Universidade Federal do Ceará (UFC) e, aos 23 anos, se tornou advogado e professor universitário
Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
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Em 1982, Ciro Gomes se candidatou a deputado estadual pelo Partido Democrático Social (PDS), mesmo partido do progenitor, e foi eleito. No ano seguinte, assumiu o primeiro mandato e filiou-se ao Partido do Movimento Democrático (PMDB). Na eleição posterior, foi reeleito
Fábio Vieira/Metrópoles
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Mais tarde, filiou-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e disputou a prefeitura de Fortaleza. Eleito, tomou posse do cargo em 1989. No ano seguinte, ganhou a eleição para governador do Ceará e tornou-se o segundo chefe do Executivo estadual mais novo do país à época
Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil
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Durante o governo de Ciro, no entanto, um fato chamou a atenção da nação. Uma rebelião no Instituto Penal Paulo Sarasate, no Ceará, fez com que o arcebispo dom Aluísio Lorscheider fosse sequestrado por presos que exigiam armas e munições. No momento em que a confusão ocorreu, dom Aluísio visitava o presídio com outros bispos para denunciar as más condições do local
Vinícius Santa Rosa/ Metrópoles
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Presos e reféns deixaram o presídio em um carro blindado após negociações conduzidas por Ciro
Reprodução/Twitter
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Após deixar o governo do estado, o político se tornou ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco. Também foi ministro da Integração Nacional, durante o governo Lula, sendo responsável pela obra de transposição do Rio São Francisco. Ele é candidato à Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT)
Michael Melo/Metrópoles
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Em 1998, concorreu, pela primeira vez, à Presidência. Não eleito, tentou, outra vez, êxito nas urnas durante a corrida presidencial, em 2002. No entanto, naquele ano ficou em quarto lugar, com 12% dos votos. Em 2018, já filiado ao PDT, Ciro Gomes se candidatou, pela terceira vez, ao cargo de presidente da República, mas terminou em terceiro lugar
Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
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Entre 2007 e 2010, Ciro Gomes exerceu o cargo de deputado federal pelo PSB. À época, foi o segundo deputado mais votado do Brasil, ficando atrás de Paulo Maluf. Em 2013, foi nomeado secretário estadual de Saúde do Ceará pelo governador Cid Gomes, irmão dele. Dois anos depois, assumiu novamente o comando da secretaria durante o governo de Camilo Santana
Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
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Em 2015, foi contratado como diretor da Transnordestina e, mais tarde, se tornou presidente da empresa. Ele também já foi um dos diretores da Companhia Siderúrgica Nacional. Dois anos dpeois, tornou-se vice-presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT)
Reprodução / Youtube
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Desde às eleições de 2018, Gomes vem fazendo oposição ao governo Bolsonaro. Além do presidente, Sergio Moro e Lula também são alvos constantes de Ciro. Recentemente,
o ex-governador do Ceará lançou oficialmente sua pré-candidatura à presidência da República para as eleições 2022
reprodução
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Ciro é pai de quatro filhos: Gael Gomes, Lívia Saboya Ferreira Gomes, Yuri Saboya Ferreira Gomes, Ciro Saboya Ferreira Gomes, e é casado com Giselle Bezerra. Além de Giselle,
Ciro já teve outras duas esposas: Patrícia Saboya e a atriz Patricia Pillar
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Durante o relacionamento com Patrícia Pillar, inclusive, o político se envolveu em polêmicas. Uma delas ocorreu durante uma entrevista a um jornalista. Ao ser indagado sobre o papel e a possível exploração da imagem da atriz na vida política de Gomes, ele respondeu que era dos “mais importantes”, pois seria o de “dormir com ele”
Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
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Além disso, boatos de que Gomes teria batido em Patrícia também passou a circular na internet. Contudo, tanto a atriz quando o advogado negaram as acusações e informaram que se tratava de uma informação falsa com o intuito de manchar a imagem do político
JP Rodrigues/Especial para Metrópoles
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Ciro já lançou quatro livros na área de economia política: No País dos Conflitos, O Próximo Passo – Uma Alternativa Prática ao Neoliberalismo, Um Desafio Chamado Brasil e Projeto Nacional: O Dever da Esperança
Reprodução
“Lula se corrompeu”
Durante a sabatina, Ciro voltou a comparar Bolsonaro a Lula. Ele disse que viu o ex-presidente se corrompendo e criticou as alianças do petista durante seus governos.
Ele disse que viu o ex-presidente se corrompendo e criticou todas as alianças do candidato do PT em seus governos: “Teve uma origem extraordinária e se corrompeu”. Sobre Bolsonaro, afirmou que o combate à pandemia foi prejudicado pelos casos de corrupção.
“Vi o Lula se corrompendo, não tenho prazer nenhum em dizer isso. Apenas estou aqui, tentando entender por que o Brasil, numa proporção de quase 70% do eleitorado, votou no Bolsonaro. Ele era um deputado mediocrérrimo do baixo clero, fez uma apologia da ignorância. Mas por que o povo votou no Bolsonaro? Estava magoado com a terrível crise econômica”, afirmou.
Ele disse que o adversário se esquivou de perguntas e citou o momento em que Lula foi questionado se respeitaria a lista tríplice elaborada pelo Ministério Público com nomes à Procuradoria-Geral da República (PGR). Na ocasião, o petista falou que deixaria uma “pulga atrás da orelha”.
“Lula disse que não vai dizer o que quer fazer porque quer introduzir uma pulga na orelha. É a primeira vez que vejo um candidato Kinder Ovo, que você tem uma surpresa dentro”, afirmou o cearense.
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