Ciro defende “voto útil contra a corrupção” e volta a criticar Lula
Em entrevista à Rádio Super Notícia de MG, candidato reforçou propostas econômicas, como taxação grandes fortunas e contra o endividamento
atualizado
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O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) defendeu que é “a favor do voto útil contra a corrupção”, e reforçou as críticas contra os candidatos na liderança da disputa, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). A fala ocorreu durante entrevista à Rádio Super Notícia, de Minas Gerais, nesta terça-feira (20/9).
Questionado sobre o discurso da campanha de Lula, que prega o voto útil na intenção de decidir o pleito ainda no primeiro turno, Ciro argumentou que o petista está tentando “asfixiar” candidatos que não têm questões ligadas à moral, ao chamá-lo de corrupto.
“Eu sou a favor do voto útil contra a corrupção. Não vote em corrupto, senão você está ensinando para o seu filho que o crime compensa”, afirmou. “O que o Lula está tentando fazer é o mesmo que ele fez com a Marina [Silva]: asfixiar a todos que não têm reparo moral. Ele é um corrupto, e diz que só ele pode sobreviver diante do Bolsonaro, que é outro corrupto. Eu não sou”.
Ciro questionou o que chamou de uma tentativa de “precipitar” a decisão do pleito. “Para que? Para o brasileiro não ter outras alternativas, não ter interesse próprio”, continuou. “Cada um vai pensar se vale ensinar ao seu filho, se vale votar em corrupto notoriamente, porque isso é uma questão de moral e de exemplo que a gente vai dar para a juventude”.
Questionado sobre um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, Ciro se negou a declarar apoio ao petista, e chamou a pergunta de “indelicada”.
“Você acha minimamente delicado cobrar, de uma pessoa como eu, que anuncie um apoio no segundo turno, sendo que eu pretendo ganhar as eleições? Não apoio Bolsonaro porque ele é uma tragédia para o Brasil e porque ele é corrupto, também não apoio Lula porque ele é uma tragédia para o Brasil e também é corrupto”.
Ciro aproveitou para reforçar propostas de campanha voltadas para a economia, como a taxação de grandes fortunas e ações para conter o superendividamento.
Ele explicou como pretende arrecadar os recursos para financiar o projeto de renda mínima, auxílio permanente de R$ 1 mil que é um dos carros-chefes do seu programa de governo.
“Eu vou explicar, bem detalhado, o que são grandes fortunas. Cada super rico no Brasil vai ajudar a financiar, com R$ 0,50 apenas de cada R$ 100 da sua fortuna, uma vez por ano, a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha de pobreza”, esclareceu.
A junção dos benefícios, no total de R$ 290 bilhões, seria acrescida ao tributo sobre grandes fortunas, “aplicado tão somente sobre os patrimônios acima de R$ 20 bilhões. Só 28 mil brasileiros têm esse patrimônio. Eu vou cobrar, assumindo o compromisso de dizer de onde vem esse dinheiro. Ele é suficiente para garantir o auxílio para as famílias, e acabar com a fome”, completou.